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Brasil

Doria diz que não há alta de internações, mas se preocupa com possível nova onda

Segundo dados compilados pelo governo, a última semana epidemiológica apresentou média diária de 932 internações

Redação Jornal de Brasília

12/11/2020 19h21

Foto: REUTERS/Amanda Perobelli

A gestão João Doria (PSDB) afirmou nesta quinta-feira, 12, que não há aumento de internações por covid- 19 em hospitais públicos ou privados de São Paulo. O governo, no entanto, demonstrou preocupação sobre uma possível nova onda de coronavírus.

O Estadão publicou que hospitais de elite na capital paulista voltaram a alta em atendimentos e internações pela doença no último mês. No Hospital Sírio-Libanês, por exemplo, o número havia recuado para 80 em outubro e agora voltou a registrar 120 casos, 50 deles na UTI, o que representa mesmo patamar de abril, fase mais aguda da pandemia. Outras unidades, como São Camilo, também relatam “ligeiro aumento”. Os dados foram informados pelos próprios hospitais.

O coordenador executivo do Centro de Contingência, João Gabbardo, entretanto, disse que os dados gerais da rede pública e privada não mostrariam essa tendência de aumento. O governo tem acesso aos boletins, uma vez que os hospitais notificam os casos a órgãos reguladores.

“Essa informações de aumento de internações não se confirma nos indicadores que acompanhamos”, disse Gabbardo. “Variações de um dia para o outro são comuns, acontecem. Agora, quando a gente faz análise de períodos maiores, média móvel de sete dias, não confirma esses dados. É definitivo? Não, continuaremos observando e monitorando.”

Segundo dados compilados pelo governo, a última semana epidemiológica apresentou média diária de 932 internações. O índice está acima das 859 constatadas na semana anterior, embora a gestão Doria atribua o registro menor ao feriado de Finados, e abaixo do fim de outubro e início de novembro.

Considerando só a rede privada, a média teria sido de 228 internações na última semana — número acima de 214 registrado na semana anterior e abaixo de 233 no fim de outubro, segundo dados do Centro de Contigência. Já em setembro, o índice oscilou entre 301 e 332 internações.

Para o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, a curva mostraria “decréscimo” do número de internações. “Esta foi a segunda melhor semana na série histórica”, disse.

A secretária de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen, afirmou que a taxa de internação, hoje, estaria em 28,8 para cada 100 mil habitantes. Já a ocupação de UTIs é de 41,2% no Estado e de 45% na Grande São Paulo.

“Nas últimas quatro semanas, a gente tem uma taxa de internação baixa com relação ao que nós tínhamos e queremos sempre continuar diminuindo”, disse Patrícia. “Já chegamos a patamares acima de 40 internações por 100 mil habitantes, que é sempre o limite para endurecer as medidas restritivas do Plano São Paulo “

Na capital paulista, o ocupação de leitos de UTI estaria em 32%. “Lembrando que, aqui, nós já tivemos leitos especiais e referenciados da rede privada. Então, quando a gente falar em 32%, é sobre uma base bem menor comparado ao do início da pandemia”, afirmou o prefeito Bruno Covas (PSDB).

De acordo com o secretaria municipal da Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, 65% dos 976 leitos de UTI para covid na rede privada na cidade estariam ocupados hoje. Em junho,os hospitais chegaram a somar 1.745 leitos. “Hospitais de referência registram pessoas internadas que são de outras cidade e Estados. É importante salientar esse aspecto”, afirmou.

SP se preocupa com novo pico

Até o momento, o Estado de São Paulo registra 1.156.652 casos e 40.202 mortes por covid. Embora diagnóstico e óbitos pela infecção estejam em patamar inferior a de meses anteriores, o governo já se preocupa com possibilidade de novos picos da doença

“Nós não podemos descuidar das medidas de cautela, sob risco de termos em São Paulo e no Brasil uma nova onda da covid-19. E é tudo que não queremos”, afirmou o governador João Doria. “Temos, sim, uma preocupação neste final de ano para evitar aglomerações, seja em praias, parques, calçadões, centro de esportes, festividades e até mesmo reuniões de família.”

Para Gabbardo, São Paulo não poderia falar em “segunda onda de covid” porque em nenhum momento a pandemia foi considerada controlada. “O que pode ocorrer é, dentro desse processo, alguns picos”, disse. “Caso haja necessidade de recomendações, aumento das restrições e distanciamento social vão ser estabelecidos de acordo com o Plano São Paulo. Não vamos inventar nada diferente.”

O coordenador executivo do Centro de Contingência também demonstrou preocupação com possíveis aglomerações no próximo domingo, por conta da eleição municipal. O governo recomendou que o eleitor use máscara e leve álcool em gel e a própria caneta para o local. “80% da população vai participar, então estamos falando de uma mobilização de pessoas extremamente relevante.”

Estadão Conteúdo

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