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Brasil

Diretor do Butantan afirma que Coronavac atingiu eficácia necessária

“Recebemos os dados de eficácia ontem (terça-feira). Atingimos o limiar da eficácia, que permite o processo de solicitação de uso emergencial”, afirmou Dimas Covas. Os dados não foram completamente divulgados

Redação Jornal de Brasília

23/12/2020 17h06

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse nesta quarta-feira (23) que a vacina contra a covid-19 Coronavac atingiu o “limiar da eficácia”. Isto é, chegou a números suficientes para que seja solicitado o uso emergencial do imunizante.

“Recebemos os dados de eficácia ontem. Atingimos o limiar da eficácia, que permite o processo de solicitação de uso emergencial, seja aqui no Brasil ou na China”, afirmou Covas. O Governo de São Paulo pretende pedir à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorização para usar a Coronavac de forma emergencial, com o objetivo de vacinar logo a população.

As declarações foram dadas em entrevista coletiva. Havia a expectativa de que o governo apresentasse todos os dados referentes à eficácia da vacina. Covas explicou, porém, que, por razões contratuais, não pode explanar os números.

“Temos um contrato com a Sinovac que especifica que o anúncio desse número precisa ser feito em conjunto. Ontem mesmo apresentamos esses números à nossa parceira, que, no entanto, solicitou que não houvesse a divulgação do número”, explicou o diretor. “Eles precisam analisar cada um dos casos. Para que isso fosse possível, solicitaram a transferência da base de dados. Essa base de dados foi transferida na manhã de hoje (quarta), para que eles possam proceder essa análise o mais rapidamente possível.”

O instituto chinês Sinovac Biotech precisa que sejam anunciados ao mesmo tempo os dados de estudos realizados em todos os países parceiros. Além do Brasil, Turquia e Indonésia já compraram doses do imunizante, e outros países também fazem testes.

O Sinovac pediu 15 dias para análise dos dados enviados. “Acreditamos piamente que essa data será adiantada”, prevê Covas.

Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan. Foto: Reprodução

Efeitos colaterais

Embora não possa apresentar os dados completos, Dimas Covas afirmou que os pacientes que receberam doses da vacina tiveram efeitos colaterais leves. O mais recorrente foi dor no braço, local da aplicação. Também houve febre controlada, segundo o presidente do Butantan, mas em “porcentagem muito pequena”, garante Covas.

O diretor disse ainda que a Coronavac é a vacina mais segura de todas que estão em testes. O secretário de Saúde de SP, Jean Gorinchteyn assegurou que o imunizante atingiu os índices exigidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Mais doses

Também foi confirmado pelo governador que o Estado vai receber mais 5,5 milhões de doses do imunizante na quinta-feira, 24, véspera de Natal. A entrega de novos lotes já está agendada. Serão 400 mil doses no dia 28 e mais 1,6 milhão no dia 30.

Considerando o que já está armazenado no Butantã, Doria esperar somar cerca de 10,8 milhões de doses da vacina contra o novo coronavírus até o dia 30 de dezembro. Já a expectativa do Ministério da Saúde é de que, nos próximos meses, o País tenha acesso a 46 milhões de doses do imunizante, das quais 9 milhões seriam entregues em janeiro, 15 milhões em fevereiro e 22 milhões em março de 2021. O Butantã diz que pode entregar até 100 milhões de doses da Coronavac ao ministério até maio.

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