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Brasil

Coronavírus: vida normal só depois de agosto, preveem especialistas

Ministério prevê queda dos casos em junho, mas, para especialistas, não é possível afirmar com certeza. Para os médicos, isolamento é fundamental

Willian Matos

14/04/2020 9h29

A pandemia do novo coronavírus deve adiar as atividades convencionais no país por mais tempo do que se espera. As projeções iniciais de que em junho a vida do brasileiro estaria voltando ao normal vêm caindo cada vez mais por terra. Para especialistas em saúde, o país não volta à “vida normal” antes de agosto.

A previsão segue declarações do Ministério da Saúde. Em março, o ministro Luiz Henrique Mandetta havia afirmado que “em agosto ou setembro a gente deve estar voltando [à normalidade], desde que seja construída a imunidade de mais de 50% das pessoas”.

O Ministério trabalha com a hipótese de que em maio os casos de infecção pela covid-19 crescerão de forma desenfreada, o que levaria a um pico no início de junho. Na última quinzena de junho, portanto, os casos começariam a diminuir, uma vez que boa parte da população já estaria infectada.

O infectologista Marcos Boulos, da Superintendência de Controle de Endemias de São Paulo (Sucen), acredita ser uma boa projeção, mas frisa que, no momento, não há certeza de muita coisa. “[O declínio] pode ser junho mesmo, mas por enquanto é na base do ‘achômetro’. A situação ainda não se desenhou completamente no Brasil”, afirma, ao portal UOL.

O também infectologista Jean Gorinchteyn, médico do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo, também segue a linha do Ministério da Saúde. “A progressão da doença deve assumir um platô no mês de junho, e em seguida começar a entrar em declínio”, reforça.

Fim do isolamento

Para Gorinchteyn, no entanto, o prazo pode ficar cada vez maior se a população decidir quebrar a quarentena. “O grande problema seria abrir as portas, relaxar a quarentena, porque neste caso muita gente ficaria doente e muita gente morreria nos próximos dois meses”, adverte.

Especialistas afirmam que o ideal seria que 70% da população de cada estado se mantivesse em casa. Isso evitaria que o Brasil sofresse como a Espanha e a Itália, por exemplo, que registraram cerca de 1 mil mortes por dia durante algumas semanas. Nenhuma unidade federativa do Brasil tem mais de 60% das pessoas isoladas.

No Distrito Federal, por exemplo, 56,3% da população vem adotando a quarentena. É o maior índice do país, seguindo dos estados de Goiás, com 56,12%, e Ceará, que tem índice de 55,67%.

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