Na China, o novo coronavírus já atingiu quase 2 mil pessoas desde a primeira detecção, em 31 de dezembro. Até o momento, 56 pessoas já morreram no país em razão do vírus.
A doença tem sintomas semelhantes à gripe e outras enfermidades respiratórias — como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars). Por isso, é preciso estar atento ao sintomas e aos métodos de prevenção da doença.
Os coronavírus são uma grande família viral, conhecidos desde meados de 1960, que causam infecções respiratórias em seres humanos e em animais. Geralmente, infecções causadas pelo vírus causam doenças respiratórias leves a moderadas, semelhantes a um resfriado comum. No entanto, alguns tipos podem causar doenças graves com impacto importante em termos de saúde pública — como a Sars, identificada em 2002, e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers), identificada em 2012, por exemplo.
Para a pneumologista e coordenadora da Comissão Científica de Infecções da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), Rosemeri Maurici da Silva, já é necessário estar atento aos métodos de prevenção da doença, mesmo que ainda não haja ainda caso confirmado no Brasil.
“O risco [da doença vir] para o Brasil é o mesmo de todos os outros países, porque a mobilidade das pessoas hoje é grande de um país para outro. É possível que o vírus assuma proporções pandêmicas, mas ainda não é o caso”, explicou.
As investigações sobre como ocorre a transmissão ainda estão em andamento, mas já se sabe que a disseminação acontece pelo contato — pelo ar ou por contato pessoal como em gotículas de saliva, espirros, tosse, catarro, toques, apertos de mão, contato com objetos/superfícies seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
Apesar disso, os coronavírus apresentam uma transmissão menos intensa que o vírus da gripe e, portanto, o risco de maior circulação mundial é menor.
Como identificar e prevenir
Os sintomas clínicos da doença são principalmente respiratórios, semelhantes a um resfriado ou gripe. Os principais sintomas são febre, tosse, dificuldade para respirar.
As orientações básicas para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas — e também o novo coronavírus — são evitar contato próximo com pessoas que tenham infecções respiratórias agudas; lavar as mãos com frequência; utilizar lenço descartável para higiene nasal; cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir; evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca; higienizar as mãos após tossir ou espirrar; não compartilhar objetos de uso pessoal (talheres, pratos, copos ou garrafas); manter ambientes bem ventilados; e evitar contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações.
Filipinas
A embaixada do Brasil em Manila, capital das Filipinas, tenta contato com uma família de brasileiros que está no país e que, segundo portais locais, apresentou sintomas suspeitos de coronavírus.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, a embaixada confirmou o caso. De acordo com os portais filipinos, a família é composta por um casal e uma criança de 10 anos com histórico recente de viagem à região de Wuhan, na China, epicentro da doença.
A família buscou atendimento na sexta-feira (24) na região de El Nido, nas Filipinas. De acordo com a imprensa local, a criança apresentava febre e sintomas respiratórios, enquanto o pai tinha sintomas de dor de garganta. Eles foram transferidos para um hospital em Palawan, onde passam por exames e estariam em observação. Segundo o Itamaraty, o diagnóstico ainda não foi confirmado.
O caso é acompanhado pela embaixada nas Filipinas. Até o momento, o Brasil não registra casos suspeitos de coronavírus, segundo o Ministério da Saúde.
Nos últimos dias, ao menos cinco casos de pessoas chegaram a ser informados como possíveis suspeitos de coronavírus por secretarias de saúde, mas todos foram descartados por não se enquadrarem nos critérios da Organização Mundial de Saúde para essa definição.
O ministério ativou um centro de operações de emergência para monitorar a situação na China e possíveis registros no Brasil. O centro foi ativado em nível 1, entre três possíveis, o que indica um alerta inicial para preparação da rede de saúde.
Saiba Mais
Para ser considerado um caso suspeito do novo coronavírus, o paciente precisa possuir o critério clínico, que é febre acompanhada de sintomas respiratórios;
Além disso, deve ter viajado nos 14 dias anteriores ao início dos sintomas para a área de transmissão local (cidade de Wuhan) ou ter tido contato próximo com um caso suspeito ou confirmado.