Menu
Brasil

Com alta de internações, hospitais municipais de SP já reservam alas para pacientes com Covid

Segundo a gestão Bruno Covas, até esta quarta-feira (25), 49% do total de leitos de UTI para Covid em hospitais municipais estavam ocupados

Redação Jornal de Brasília

26/11/2020 12h48

Foto: Breno Esaki/Agência Saúde

Aline Mazzo
São Paulo, SP

Diante da alta de internações de pacientes com Covid, hospitais da rede municipal da capital paulista já têm reservado espaços para ampliação na oferta de leitos para tratamentos de infectados pelo novo coronavírus.

Segundo a gestão Bruno Covas, até esta quarta-feira (25), 49% do total de leitos de UTI para Covid em hospitais municipais estavam ocupados. Já a taxa de enfermaria alcançou 60%.

Os números, no entanto, não revelam a situação individual das unidades que são referência para Covid na cidade. Nesta quarta-feira, dois dos oito hospitais referência da doença na cidade – Parelheiros e Guarapiranga – estavam com 100% dos leitos de enfermaria lotados, segundo a Secretaria Municipal da Saúde.

No Hospital Municipal da Brasilândia (zona norte de SP), por exemplo, 100 dos 150 leitos de UTI para tratamento de pacientes com o novo coronavírus estavam ocupados nesta quarta. Na enfermaria, 52 pacientes seguiam internados.

Médicos e enfermeiros que trabalham no hospital disseram ao jornal Folha de S. Paulo que o número de internações começou a subir no início de novembro. Antes disso, a enfermaria tinha cerca de 30 pacientes, a maioria de casos que estavam na UTI e haviam se recuperado.

Segundo os profissionais, a maioria dos novos pacientes está chegando via Cross (central de regulação de leitos do estado), o que mostraria a demanda de internação em outros hospitais públicos.

O sexto andar do hospital, em que funcionaria um hospital-dia (para realização de pequenas cirurgias), foi transformado em enfermaria. Desde a semana passada, segundo funcionários, já há equipes de enfermagem escaladas para atuar neste setor, que deve começar a receber pacientes nos próximos dias.

Segundo a prefeitura, estão sendo acrescentados mais 200 novos leitos de internações em enfermaria e UTI para casos de Covid na rede municipal de forma preventiva. Desses, 150 serão no hospital da Brasilândia, sendo 112 de enfermaria e 38 de UTI. Outros 50 novos leitos de enfermaria entrarão em operação no Hospital de Parelheiros.

A partir da próxima terça-feira (1), outros 20 leitos de UTI do Hospital Municpal Dr. Waldomiro de Paula, em Itaquera (zona leste de SP), serão remanejados para atender pacientes de Covid. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, ainda na próxima semana, mais 20 leitos de enfermaria serão reativados no Hospital Bela Vista.

A pasta ainda destaca que como os casos atuais de Covid têm uma demanda mais branda, a maior demanda tem sido por leitos de enfermaria.

No Hospital Municipal Tide Setúbal, em São Miguel Paulista (zona leste de SP), duas enfermarias infantis tiveram os leitos reservados para pacientes de Covid. Funcionários relatam que, no mês de outubro, a unidade chegou a ficar alguns dias sem admitir novos infectados pelo novo coronavírus. Nas últimas duas semanas, no entanto, voltaram a aumentar as internações, inclusive de pacientes transferidos de outros hospitais da região.

Já o Hospital Municipal Dr. José Soares Hungria, mais conhecido como Pirituba, na zona norte, solicitou à Secretaria Municipal da Saúde reforço no estoque de medicamentos, insumos e EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) para se preparar para o aumento de demanda.

Nesta quarta-feira (25), dos 70 leitos de UTI para tratamento de Covid do hospital, 44 estavam ocupados. Em outubro, segundo médicos, a média de ocupação de terapia intensiva era de 16 pacientes. “Estamos nos preparando para um aumento de casos, mas achamos que será algo mais tranquilo se comparado ao pico da doença”, disse um deles.

Perfil dos pacientes

Médicos e funcionários ouvidos pela reportagem são unânimes em dizer que os novos pacientes que necessitam de internação chegam com um quadro mais leve da doença.

A maioria não precisa de intubação, apenas um aporte de oxigênio, e tem resposta rápida à medicação administrada, o que reduz o tempo de hospitalização.

Profissionais ainda relataram que há uma proporção maior de jovens internados, inclusive com maior ocorrência de crianças do que no pico da doença, quando havia muitos idosos hospitalizados.

“Os casos estão mais leves por uma conjunção de fatores. Os pacientes são mais jovens, com menos comorbidades e procuram atendimento logo que notam os primeiros sintomas. Isso garante um maior sucesso no tratamento”, explica um dos médicos da rede.

A Secretaria Municipal da Saúde informou, por meio de nota, “que segue realizando um trabalho conjunto de monitoramento sistemático do comportamento da doença em todas as regiões da cidade”.

A pasta afirmou ainda que em novembro houve aumento de aproximadamente 8% no pedidos de internação via Cross – que são menos graves e não envolvem UTI.

A prefeitura informou, por fim, que está preparada para o fornecimento dos insumos necessários às suas unidades.

As informações são da Folhapress

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado