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Brasil

Clínica é condenada a pagar indenização após dentista esquecer lima metálica na boca de paciente

Depois de procurar um segundo consultório, foi constatado, através de uma radiografia, o esquecimento da lima metálica em sua gengiva

Redação Jornal de Brasília

16/07/2020 9h02

Uma clínica odontológica de Belo Horizonte foi condenada a pagar indenização R$ 18 mil após deixar uma lima metálica dentro da gengiva de um paciente durante tratamento de canal. O homem correu risco de morte em decorrência de uma infecção causada pela cirurgia malsucedida na Cliden Clínica Dentária.

De acordo com o registro do processo, após ser submetido ao procedimento, o paciente foi liberado para voltar para casa. No dia seguinte, começou a sentir dores na boca e, ao entrar em contato com o estabelecimento, foi informado que só poderia ser atendido pelo profissional responsável pela cirurgia.

A vítima teria tentado diversos contatos por telefone até conseguir marcar uma nova consulta. Ao retornar à clínica, foi atendida por outro profissional, que afirmou estar tudo certo com a cirurgia.

Depois de procurar um segundo consultório, foi constatado, através de uma radiografia, o esquecimento da lima metálica em sua gengiva.

A vítima foi internada no pronto-socorro do Hospital Odilon Behrens, onde recebeu um relatório em que constatava risco de morte em razão da infecção causada.

A Cliden Clínica Dentária afirmou não ter qualquer responsabilidade pelos danos causados ao paciente, pois apenas cedeu o espaço para a realização do procedimento dentário. Acrescentou, ainda, que o fragmento de lima deixado na gengiva pôde ser facilmente retirado, ‘tendo, também, oferecido ao paciente, sem qualquer custo, a extração do fragmento, o que não teria sido aceito’, alegou.

O desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, José Marcos Vieira, relator do recurso apresentado pela clínica, concluiu que o paciente sofreu dano atribuível a má prestação do trabalho médico e que o estabelecimento deverá ser responsabilizado. O magistrado também levou em consideração conversas no WhatsApp, relatórios médicos, raio-x e receituários médicos como provas para condenar a clínica. Os desembargadores Pedro Aleixo e Ramom Tácio acompanharam o entendimento do relator.

COM A PALAVRA, A DEFESA

A reportagem busca contato com a defesa da Cliden Clínica Dentária. O espaço está aberto para manifestações.

Estadão Conteúdo

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