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Brasil

Candidatos votam em são paulo

De acordo com o Google, o nome de Boulos representa 32% das buscas sobre candidatos entre sexta e sábado. Covas, 17%, e Arthur do Val 15%. Márcio França e Celso Russomanno, 10% cada e Joice Hasselmann, 6%

Marcus Eduardo Pereira

15/11/2020 12h54

O candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, votou por volta das 10h40 na Pontifícia Universidade Católica (PUC), no bairro de Perdizes. Em rápida fala a jornalistas depois da votação, Boulos disse que em um eventual segundo turno, com paridade de tempo no horário eleitoral e debates em todas as grandes redes de TV, terá mais condições de virar o resultado das pesquisas, que apontam o favoritismo de Bruno Covas (PSDB).

“Chegamos até aqui em segundo lugar nas pesquisas com 17 segundos na TV, sem apoio da máquina dos governos federal e estadual só com engajamento de gente de verdade, sem robôs, sem fake news. Imagine no segundo turno, quando 17 segundos virarem 10 minutos todo dia, com debate em todas as grandes redes de TV, olho no olho”, disse o candidato.

Boulos estava acompanhado da mulher, Natalia Szermeta, coordenadora do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), das filhas Laura e Sofia, de 9 e 10 anos, assessores, candidatos a vereador e apoiadores.

Houve aglomeração de apoiadores de Boulos e Jornalistas na entrada da PUC. Alguns eleitores reclamaram da dificuldade de chegar aos locais de votação.

Embalados pelo resultado da pesquisa Ibope da véspera, na qual Boulos aparece em segundo lugar com 16% das intenções de voto, mas em empate técnico com Márcio França (PSB) e Celso Russomanno (Republicanos), que têm 13%, os simpatizantes do PSOL demonstraram otimismo aos gritos de “segundo turno”. Os apoiadores do candidato também entoaram palavras de ordem contra o presidente Jair Bolsonaro.

A exemplo do que tinha feito no sábado, último dia de campanha, Boulos ressaltou que sua campanha representa um resgate na forma de disputar eleições, sem grandes estruturas financeiras nem de marketing.

“Estou muito confiante que vamos para o segundo turno. A gente tem feito até aqui uma campanha linda, uma campanha marcada pela esperança. Se a gente puder avaliar o que foram estes meses, além de apresentar um projeto novo e ousado para São Paulo, com foco nas periferias, está sendo um resgate de um jeito de fazer política com esperança, sonho, princípios, mostrando que é possível voltar a fazer política desse jeito”, disse o candidato

Indagado sobre possíveis apoios do PT e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno, o candidato desconversou para não melindrar os possíveis aliados.

Da PUC, Boulos foi para sua casa, no Campo Limpo, onde deve ficar com a família até o término da votação. Ele só volta a falar à noite, depois que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) divulgar o resultado do primeiro turno da eleição.

Russomanno atribui queda nas pesquisas a fake news e diz que irá ao 2º turno

Em queda nas últimas pesquisas de opinião, o candidato do Republicanos à Prefeitura de São Paulo, Celso Russomanno, votou às 11 horas em um colégio na região do Morumbi, zona sul de São Paulo, e fez discursos já destacando dificuldades que sua campanha teve ao longo destas eleições, mas disse acreditar que ainda irá para o segundo turno. Ele atribui o desempenho negativo nas pesquisas a supostas fake news das quais seria alvo

“É patente o quanto eu fui vítima de fake news, uma quantidade imensa”, disse o candidato. Ele disse ainda que, com menos recursos, não teve uma campanha digital como os demais. “Não teve impulsionamento (digital)”, declarou.

Assim que desceu do carro, ao falar com os primeiros jornalistas que o abordaram, o apresentador de TV destacou que havia perdido seu coordenador, o presidente do diretório municipal do Republicanos, Marcos Alcântara. “O que mais batalhou, criou toda a estrutura de campanha e, na hora de colocar em prática, ele não esteve.”

Ao votar, lembrou que as pesquisas apontavam, até este sábado, um índice de 9% de indecisos, e que havia chances de ele crescer e se recuperar. “Conto com os votos desse eleitorado e do eleitorado que não se pronuncia.”

“Fizemos uma campanha com poucos recursos e fizemos uma campanha depois da morte do meu coordenador de campanha. Então é uma campanha foi cheia percalços. E mesmo assim a gente teve um resultado maravilhoso e está no segundo turno.”

Após falar em “poucos recursos”, Russomanno foi questionado e evitou fazer críticas a seu partido. Defendeu a estratégia do Republicanos de investir também em cidades menores. “Não priorizamos cidade A, B ou C. Fizemos como deve ser feito. Partido é dividido entre todos, senão não cresce como partido”, afirmou. “A gente tem uma política de dividir, no nome já diz, partido.” O candidato recebeu pouco mais de R$ 1 milhão do partido, quantia inferior à dos demais três candidatos na disputa (Bruno Covas, do PSDB, Guilherme Boulos, do PSOL, e Márcio França, do PSB).

Também após questionamentos, o candidato se disse satisfeito com o apoio obtido do presidente Jair Bolsonaro. “A gente assumiu (o apoio) desde o início, todo mundo sabe que eu sou vice-líder do governo no Congresso Nacional e a gente precisa muito do governo federal no pós pandemia”, afirmou. Russomanno irá acompanhar a apuração na sede do Republicanos, em Moema, zona sul.

Candidato em SP, Márcio França diz que criou “um segundo centro”

O ex-governador Márcio França, candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PSB, disse neste domingo, dia 15, que criou “um segundo centro”. O postulante chegou às 10h30 para votar na Escola Estadual Professora Ludovina Credidio Peixoto, no Itaim Bibi, acompanhado de sua esposa, Lúcia França, e do vice de sua chapa, o sindicalista Antonio Neto.

“Eu procurei encontrar um eixo que é mais ou menos um segundo centro. Tem o centro que (o atual prefeito) Bruno (Covas) ocupa, e a gente criou um segundo centro, que é uma novidade no Brasil”, afirmou.

“Você tem um extremo do PSOL, um extremo do Russomanno. E a gente fez um segundo centro aqui no meio, que eu tenho chamado de centro de bom senso”, acrescentou.

O ex-governador afirmou que Covas é o seu principal adversário na disputa e que Boulos é seu maior oponente no primeiro turno. Depois ele seguiu para a PUC, para acompanhar o voto de Neto.

‘Mamãe Falei’ ignora pesquisas e diz que buscas no Google definem eleição

Quinto colocado na pesquisa Ibope divulgada na véspera da eleição, com 7% das intenções, o candidato Arthur do Val – Mamãe Falei minimizou o porcentual depois de votar neste domingo. Ele é o candidato do Patriota à Prefeitura de São Paulo.

Para ele, a tendência de buscas por seu nome no Google é o que indica uma possível virada. “O que vem ganhando eleição é pesquisa de Google”, disse Arthur. No sábado, dados do próprio Google divulgados pelo Estadão mostram o candidato atrás de Guilherme Boulos (PSOL) e Bruno Covas (PSDB) nas buscas.

“Quando a gente vê um pico, é uma evidência de que o candidato vai para o 2º turno. Isso aconteceu com (Wilson) Witzel no Rio, com (Romeu) Zema em Minas Gerais (governadores eleitos em 2018), e está acontecendo comigo agora. Por isso estamos otimistas”, disse o candidato neste domingo, depois de votar no colégio Nossa Senhora de Lourdes na zona leste.

De acordo com o Google, o nome de Boulos representa 32% das buscas sobre candidatos entre sexta e sábado. Covas, 17%, e Arthur 15%. Márcio França (PSB) e Celso Russomanno (Republicanos), 10% cada e Joice Hasselmann (PSL), 6%. A plataforma afirma que os dados não necessariamente significam intenção de voto.

Arthur chegou ao local de votação pouco antes das 11h acompanhado do deputado federal Kim Kataguiri (DEM) e de seu advogado e candidato a vereador também pelo Patriota, Rubinho Nunes. O candidato a prefeito vai acompanhar a apuração dos votos na sede do Movimento Brasil Livre (MBL).

Candidatura Ajudou a posicionar a rede, diz Marina Helo

Figurando entre os candidatos “nanicos” à Prefeitura de São Paulo, Marina Helou, filiada à Rede Sustentabilidade, afirmou neste domingo, 15, que sua campanha contribuiu para reforçar as posições do partido frente ao eleitorado.

“Ajudou a gente a mostrar nossa visão de cidade, mostrar que é possível pensar a política com base em evidências, com foco em melhorar a vida das pessoas, dar oportunidades iguais e criar uma cidade sustentável”, disse Marina ao Estadão.

Ela chega ao dia da votacão com 1% dos votos válidos na mais recente pesquisa Ibope, patamar que não superou em nenhum dos cinco levantamentos do instituto.

O baixo desempenho, segundo ela, se deve em parte ao cancelamento dos debates eleitorais. Por causa da pandemia, uma série de emissoras cancelou eventos do tipo antes do primeiro turno.

A candidata votou pela manhã na Escola Waldorf Rudolf Steiner, no Alto da Boa Vista, zona sul de São Paulo, onde estudou. “Voltar aqui faz um ciclo na minha história”, disse.

Com camiseta ‘Vidas negras importam’, Orlando Silva vota em SP

Candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PCdoB, o deputado federal Orlando Silva votou na manhã deste domingo, 15, em uma escola nas proximidades da Avenida Paulista. Ele vestia uma camiseta com a frase “Vidas negras importam” e estava acompanhado da sindicalista e enfermeira Andrea Barcelos, candidata a vice na mesma chapa, também do PCdoB, da esposa Monique Lemos, e dos filhos, Pedro, João e Maria. Essa é a primeira vez que concorre a um cargo no executivo.

Perguntado sobre a discussão sobre um voto útil da esquerda neste momento em São Paulo, ideia que ganhou força nas últimas semanas e visa garantir um candidato no segundo turno, disse entender quem defende a posição, mas tem opinião distinta. Para ele, esse é o momento de escolher o candidato que o eleitor mais se identifica, mais do que votar derrotar para derrotar adversários.

“Senão, a disputa se resume a dois nomes. Eu compreendo a tentativa de quem faz, mas eu considero não ser muito democrático”, justifica. Na última pesquisa Ibope, divulgada no sábado, 14, estava com menos de 1% de intenções de votos válidos

Durante a semana, o deputado chegou a comentar que a sua candidatura ficou invisibilizada. Ele acredita que um dos motivos seja o racismo, que é tratado em parte das suas principais pautas políticas nesta campanha.

“No Brasil, você tem temas que seguem ocultos apesar da gravidade. O racismo é um exemplo disso. Para muitos, é como se não houvesse responsável pelas mortes de milhares de jovens negros, comenta. “Em uma candidatura com essa identidade e negra, essa invisibilidade também alcança.”

Silva também foi um grande defensor de candidatura própria no PCdoB neste ano, partido que não encabeçou uma chapa na capital paulista nas últimas eleições, como forma de ganhar destaque regional e nacional. Ele ressaltou que o partido lidera as pesquisas de intenção de voto em Porto Alegre (com Manuela D’Ávila) e disputa vaga no segundo turno em São Luís (com Rubens Pereira Jr.) e Salvador (Olívia Santana). “Sempre brinco que time que não joga não forma torcida.”

Ele vai acompanhar a apuração no comitê do partido, na região central de São Paulo. “Saio da campanha muito feliz muito animado foi muito enriquecedor, e isso que já andei muito.”

Mais cedo, foi no Jardim São Luís, na zona sul, distrito com uma população de baixa renda e que fica nas proximidades da Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, conhecida por reunir escritórios de grandes empresas. “É impressionante ver quantas favelas continuam crescendo em São Paulo”, pontua. “Saio dessa campanha com a crença de que é necessário um projeto de redução das desigualdades.”

Matarazzo vota em SP, ao lado de Kassab: campanha foi ‘exótica’

O candidato à Prefeitura de São Paulo Andrea Matarazzo (PSD) votou na manhã deste domingo, 15, no colégio Dante Alighieri, na Alameda Jaú. Com 2% dos votos válidos, segundo pesquisa Ibope/Estadão/TV Globo divulgada no sábado, Matarazzo não quis comentar sobre um eventual apoio no segundo turno. “Tudo tem o seu tempo, sua hora para acontecer. Tem que esperar a abertura das urnas”, disse.

Acompanhado do presidente do PSD e ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e diversos postulantes à uma vaga na Câmara Municipal, como Dr. Bactéria, Matarazzo disse que essa campanha foi “exótica” em consequência da pandemia e dos protocolos de distanciamento. “Fazer campanha de máscara, quando seria necessário mostrar o rosto”, disse. “A falta de debates prejudicou muito. Políticos de plantão e celebridades tiveram vantagem.”

Sobre as próprias chances na eleição, Matarazzo declarou: “Vencer é um sonho, perder é do jogo”. Na saída, o candidato parou em uma barraquinha para comer um pastel e tomar uma coca light.

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