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Turismo de base comunitária – As casas dos pescadores, quilombolas e sertanejos

Turismo de base comunitária no Nordeste: experiências reais que fortalecem comunidades locais

Redação Jornal de Brasília

25/06/2025 12h48

Viajar pelo Nordeste buscando o turismo de base comunitária foi uma experiência que me transformou. Saí da ideia tradicional de turismo e mergulhei numa realidade crua, sincera, feita de gente que vive com simplicidade, mas com uma riqueza cultural e humana imensa. Dormir em casas de pescadores, quilombolas e sertanejos foi um convite para enxergar o Nordeste além dos clichês, aprendendo a valorizar o que não aparece nas fotos “perfeitas” das redes sociais.

Nas casas dos pescadores – O sabor da vida à beira-mar

Minha primeira parada foi numa vila de pescadores, onde a rotina é marcada pelo balanço das redes e o cheiro do mar. A casa onde fiquei era modesta, de madeira e telhas de cerâmica, com um cheiro forte de peixe fresco e lenha queimada. O conforto era outro — sem ar-condicionado, com banho frio, camas simples. Mas a hospitalidade era gigante. À noite, ao redor da fogueira, ouvi histórias sobre a pesca artesanal, a luta contra grandes embarcações industriais, e como aquela comunidade preserva suas tradições apesar das dificuldades.

Dormir ali foi me reconectar com o tempo natural: acordei com o sol, o barulho das ondas e o canto dos pescadores preparando-se para o trabalho. Essa experiência me mostrou que o turismo não é só sobre conforto, mas sobre imersão na cultura local e respeito à sua realidade.

Na terra dos quilombolas – Resistência e ancestralidade

Seguindo viagem, cheguei a uma comunidade quilombola escondida no interior do Nordeste. As casas de barro e palha eram simples, porém carregadas de história. A dona da casa me recebeu com um sorriso largo, me serviu uma comida caseira feita com ingredientes da terra: carne de sol, macaxeira e farinha. O quarto era escuro, sem luxos, mas aconchegante pelo calor humano.

Ali entendi o valor do turismo que respeita o território e a cultura do povo quilombola. A noite foi de troca de histórias, cantorias e aprendizado sobre ancestralidade e resistência cultural. Dormi com a certeza de que essas experiências são fundamentais para manter viva a memória de um Brasil profundo, pouco explorado pelo turismo convencional.

No sertão com os sertanejos – Sobrevivência e sabedoria

Por fim, fui ao sertão nordestino, onde a aridez contrasta com a grandeza do povo. Fiquei na casa de um sertanejo cuja vida é marcada pelas secas e superações diárias. A casa era simples, com paredes grossas para suportar o calor e poucos móveis, mas com uma atmosfera de acolhimento e sabedoria.

A comida era feita com ingredientes locais, muito diferente do que conhecemos na cidade, e o banho era no tanque de água fria, um choque no início, mas logo virou parte da rotina. As conversas na rede, enquanto o sol se punha, foram momentos preciosos para entender a força e a resiliência do povo do sertão.

Por que escolher o turismo de base comunitária?

Dormir nessas casas me ensinou que o verdadeiro valor do turismo está no encontro humano. É um turismo que gera renda direta para as comunidades, valoriza a cultura local e cria experiências inesquecíveis, muito além das fotos e dos vídeos. É a chance de conhecer um Nordeste real, onde as pessoas vivem, trabalham e preservam sua história.

E para quem quer viver isso, a melhor porta de entrada é Salvador — cidade que conecta você a diversas rotas de turismo comunitário pelo estado da Bahia e regiões próximas. Comprar sua passagem para Salvador é o primeiro passo para uma viagem cheia de significado.

Roteiro prático – Turismo de base comunitária no Nordeste

Salvador (BA) — ponto de partida

A capital baiana é um ótimo ponto para começar sua viagem. Além da festa de São João e outras manifestações culturais, Salvador tem conexões com várias comunidades do interior e litoral. Garanta sua passagem para Salvador e aproveite para visitar o Pelourinho, berço de tradições afro-brasileiras.

Vila de Pescadores em Itacaré (BA)

A poucos quilômetros de Salvador, Itacaré oferece a chance de hospedar-se com pescadores locais, conhecer praias preservadas e participar do cotidiano das comunidades de pesca artesanal.

Comunidade Quilombola de Cachoeira (BA)

A cidade histórica de Cachoeira abriga comunidades quilombolas com turismo comunitário organizado, onde você pode se hospedar, aprender sobre a história negra e participar das festividades locais.

Sertão do São Francisco (BA/PE)

A região do Vale do São Francisco tem comunidades sertanejas que abrem suas casas para receber visitantes. Hospedar-se ali é imersão na cultura do forró, na culinária típica e nas histórias de resistência.

Retiros em comunidades rurais do interior da Bahia

Em povoados menores, o turismo de base comunitária tem crescido, oferecendo experiências simples de convivência e aprendizado, longe dos circuitos turísticos tradicionais.

Mais que uma viagem, uma transformação!

Escolher a hospedagem raiz no Nordeste foi para mim uma decisão de me permitir olhar o mundo com mais empatia e humildade. Dormir em casas simples, compartilhar refeições feitas à mão, ouvir histórias contadas com paixão e respeito — tudo isso me mostrou que turismo não é só lazer, é também aprendizado e conexão.

Se você quer viver uma experiência que foge do clichê, que valoriza as pessoas e suas culturas, compre sua passagem para Salvador e embarque nessa viagem de descobertas reais. O turismo de base comunitária é uma forma inteligente e sustentável de viajar, que enriquece o visitante e fortalece as comunidades.

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