No coração de Minas, o sonho está vivo. O Cruzeiro ocupa o terceiro lugar no Brasileirão 2025 e espalha confiança. O objetivo comunicando pela direção e pelo técnico é claro: voltar à Copa Libertadores em 2026. O discurso tem fundamento — com campanha sólida e elenco bem estruturado, a Raposa está no caminho certo.
Pavimentando o caminho para 2026
O cenário é promissor. Nos números da UFMG, que projeta probabilidades para classificação continental, o Cruzeiro tem 92,8% de chances de garantir uma vaga na Libertadores. Essa projeção — estatisticamente sólida — mostra o quão perto o clube está de retomar o protagonismo sul-americano.
O meio-campo, na reta final do primeiro turno, terminou com mais de 35 pontos, marca que, desde 2006, nunca deixou um time sair do G‑6 até o fim da disputa. Historicamente, isso é sinônimo de vaga direta na fase de grupos da Libertadores.
O técnico Leonardo Jardim, com frases que espelham foco e paciência, evita discursos grandiosos: “O grande objetivo do clube é voltar à Libertadores. Não é agora, na 11ª rodada, que vamos mudar aquilo que são os nossos objetivos”.
Elenco reforçado, mescla de experiência e juventude
O Cruzeiro foi um dos clubes que mais se movimentaram no mercado em 2025. Entre as duas janelas, foram 12 reforços contratados, número que mostra a tentativa da diretoria de dar a Leonardo Jardim um elenco competitivo e com alternativas em todas as posições.
Os principais nomes foram:
- Gabigol, atacante contratado por quatro temporadas, que chegou como referência ofensiva.
- Fabrício Bruno, zagueiro ex-Flamengo, que assumiu a liderança defensiva e rapidamente virou titular.
- Christian, volante vindo do Athletico-PR, com regularidade no meio-campo.
- Rodriguinho, meia revelado pelo América-MG, promessa para o setor de criação.
- Eduardo, ex-Botafogo, meia que já se destacou com gols importantes em diferentes competições.
- Bolasie, Marquinhos, Lucas Villalba, Wanderson, Mateo Gamarra e Fagner completaram a lista de reforços.
Um caso específico foi o de Dudu. O atacante chegou em janeiro, com contrato válido até o fim de 2027, mas sua passagem durou pouco: a rescisão foi confirmada em maio de 2025, antes mesmo do fim da primeira parte da temporada.
Gestão da SAF: estabilidade em campo e fora dele
A administração do futebol do Cruzeiro está sob responsabilidade da SAF, hoje comandada por Pedro Lourenço, empresário e dono da rede de Supermercados BH. Ele assumiu o controle ao adquirir 90% das ações em abril de 2024, em uma negociação avaliada em aproximadamente R$ 600 milhões, colocando fim à gestão de Ronaldo Fenômeno.
Desde então, Lourenço tem se mostrado um dirigente ativo. Um dos primeiros passos foi investir cerca de R$ 6 milhões na modernização da Toca da Raposa II, que passou a se chamar CT Pedro Lourenço.
Além dos aportes financeiros, o empresário acompanha de perto as decisões esportivas e não poupa autocrítica: em abril de 2025, reconheceu publicamente que o clube “errou muito nas contratações” feitas no início da temporada.
A combinação de sua experiência empresarial com a cobrança firme no dia a dia projeta um modelo de gestão que busca consistência a médio e longo prazo — condição vista como essencial para devolver o Cruzeiro ao patamar mais alto do futebol sul-americano.
Grana e Libertadores: o retorno vale muito mais que prestígio
O objetivo de voltar à Copa Libertadores em 2026 não é apenas esportivo: também representa impacto financeiro significativo. A competição distribui valores milionários em premiações, e estimativas apontam que o campeão pode arrecadar algo em torno de R$ 140 milhões, considerando os números da edição anterior.
Com o calendário oficial da Conmebol já definido, o Cruzeiro tem em mãos um horizonte claro para seu planejamento: as fases preliminares começam em fevereiro de 2026 e a final está marcada para 28 de novembro. Esses marcos ajudam a direção a alinhar investimentos, reforços e gestão financeira, preparando o clube para transformar o sonho do retorno em uma meta alcançável.
Torcida: alma, presença e motivação
O Cruzeiro mantém sua força máxima no Mineirão. Uma torcida apaixonada e presente, que transforma o estádio em um caldeirão — essencial em momentos decisivos. Embora não tenhamos números recentes de público, a presença constante entre os maiores do país é notável.
A memória da Libertadores é parte do DNA celeste. Os torcedores relembram os títulos de 1976, 1997 e 1998 com fascínio — e cada jogo recente reacende esse fogo. Essa energia coletiva, somada ao desempenho em campo, cria um ambiente favorável para conquistar o tão desejado retorno à Libertadores.
O que esperar até 2026
O Cruzeiro está, aos poucos, reencontrando seu caminho. A combinação de boa campanha, elenco renovado e estruturado, gestão alinhada e torcida vibrante forma o tripé que sustenta o sonho do retorno à Libertadores em 2026 — um objetivo claro, real e com grandes chances de virar realidade.
Se continuar nessa sintonia, a Raposa tem tudo para voltar a rugir alto na América.