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Vinhos e Vivências
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Chile consolida liderança no Brasil: dados, diferenciais e a estratégia da Wines of Chile

Crescimento nas exportações, diversidade de terroirs, sustentabilidade e ações de promoção consolidam o Chile como líder absoluto no mercado de vinhos importados no Brasil

Cynthia Malacarne

22/08/2025 12h00

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Foto: Lex Studio

O Brasil vive um caso de amor consistente com o vinho chileno, e os números do 1º semestre de 2025 comprovam essa afinidade. Entre janeiro e junho, as exportações do Chile ao mercado brasileiro cresceram 11% em volume e 6,7% em valor em relação ao mesmo período de 2024. O resultado mantém o Brasil como principal destino dos vinhos chilenos no mundo.

Por que os chilenos seguem à frente

O Chile é dono de uma amplitude de terroirs rara. Do deserto do Atacama à Patagônia, passando pela costa fria banhada pela Corrente de Humboldt e pelos vales andinos, o país oferece um mosaico de climas e solos. Essa diversidade garante vinhos que vão de brancos salinos e vibrantes (Sauvignon Blanc, Chardonnay) a tintos clássicos (Cabernet Sauvignon) e identitários (Carménère), com regularidade de safra e excelente relação qualidade-preço — atributos muito valorizados pelo consumidor brasileiro.

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Foto: Lex Studio

A sustentabilidade também é um diferencial. O Código de Sustentabilidade do setor, coordenado pela Wines of Chile, cobre toda a cadeia produtiva, do vinhedo ao engarrafamento e ao enoturismo. Hoje, cerca de 80% das exportações já vêm de vinícolas certificadas, reforçando um posicionamento que dialoga tanto com consumidores quanto com o trade.

Outro pilar é a presença estruturada no Brasil. Grupos com operação local e portfólios amplos, como a VCT Brasil, fortalecem a distribuição, sustentam preços competitivos e ampliam a visibilidade das marcas, o que consolidou a VCT como uma das líderes do mercado importado em 2024.

No pano de fundo, o ambiente de negócios é favorável: a integração econômica entre Brasil e Chile (via ACE-35 e o Acordo de Livre Comércio bilateral) modernizou processos, reduziu barreiras e facilitou o fluxo de vinhos entre os dois países.

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Foto: Lex Studio

O paladar do brasileiro: o que vende (e por quê)

O vinho tinto ainda é preferência absoluta, mas cresce a diversificação. Estudos recentes mostram que os consumidores mantêm forte afinidade com tintos (em estilos “suave” e “seco”), ao mesmo tempo em que brancos e rosés ganham espaço, tendência que se acentuou em 2024/25. Para o Chile, trata-se de uma oportunidade de ampliar a oferta costeira (Sauvignon Blanc e Chardonnay de clima frio) sem perder a força dos tintos clássicos e da Carménère bem trabalhada.

Nos canais de consumo, o on-trade voltou a ganhar tração pós-pandemia, favorecendo rótulos com identidade gastronômica e consistência — outro ponto forte do portfólio chileno.

Promoção ativa: o papel da Wines of Chile no Brasil

A Wines of Chile tem ampliado sua estratégia de marca e relacionamento por meio de ações de impacto. O Wines of Chile Grand Tasting 2025, realizado no Rosewood São Paulo, apresentou a diversidade do país sob o mote “Taste the Untamed”. O evento contou com duas masterclasses conduzidas por Suzana Barelli — “Chile Legacy” (sobre vinhedos antigos e castas emblemáticas) e “Chile Pacífico” (a influência costeira e a assinatura do oceano) — além da feira de rótulos para profissionais e imprensa.

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Foto: Lex Studio

A edição reforçou a liderança chilena no Brasil e aproximou consumidores e trade. Atendendo à crescente demanda por experiências, voltou a incluir uma área dedicada ao enoturismo, em parceria com a Chile Travel, com vinícolas como Concha y Toro, Matetic, Santa Rita e Viu Manent, conectando a taça ao destino e fortalecendo a imagem do país.

Diferenciais frente aos vizinhos sul-americanos

  • Regularidade de safra e escala exportadora, que asseguram previsibilidade ao varejo e à restauração.
  • Portfólio costeiro robusto, em sintonia com consumidores que buscam brancos frescos e tintos mais leves.
  • Sustentabilidade institucionalizada, com certificação setorial de alcance comunicável, ainda pouco consolidada em escala regional.

O que esperar adiante

Com o Brasil respondendo por uma fatia expressiva das exportações e os indicadores de 2025 em alta, a tendência é de premiumização progressiva — mais rótulos de maior valor agregado —, manutenção da liderança no canal alimentar e avanço de brancos costeiros, rosés e tintos gastronômicos no on-trade. Para produtores e importadores, a combinação de promoção qualificada (Grand Tasting, masterclasses) e experiências de enoturismo seguirá como motor de diferenciação no mercado brasileiro.

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