Neste sábado (25), Bento Gonçalves será o coração do vinho brasileiro. O Pavilhão E do Parque de Eventos se transforma no palco da 33ª Avaliação Nacional de Vinhos — Safra 2025, encontro que há mais de três décadas traduz o que o país tem de melhor — e de mais promissor — em cada colheita.
Serão 800 apreciadores, entre profissionais, enófilos e apaixonados pelo vinho, reunidos para degustar as 16 amostras mais representativas da safra 2025. Elas foram escolhidas entre 533 vinhos inscritos por 76 vinícolas de nove estados brasileiros, na maior edição da história do evento, promovido pela Associação Brasileira de Enologia (ABE).
Mais que uma degustação, a Avaliação Nacional de Vinhos é um retrato fiel da evolução e da diversidade do vinho brasileiro. O evento não é competitivo — e justamente por isso se torna ainda mais simbólico. Ele celebra a união da vitivinicultura nacional, quando o país inteiro brinda sua capacidade de produzir rótulos cada vez mais expressivos, em diferentes estilos e terroirs.

Um Brasil que cresce nas taças
A presença de novas vinícolas e de estados estreantes confirma algo que o setor já percebe há algum tempo: o mapa do vinho brasileiro está se expandindo. Além dos tradicionais polos do Sul, produtores da Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco e São Paulo também inscreveram seus vinhos nesta edição. Essa diversidade é reflexo do amadurecimento técnico e da busca constante por qualidade em todas as regiões do país.
Cada safra é uma nova história contada na taça — e a Avaliação é o momento em que essas histórias se encontram, ganhando voz, rosto e identidade. É quando o vinho fala por si, misturando ciência, cultura e emoção.

Degustar o futuro
A frase do presidente da ABE, o enólogo Mário Lucas Ieggli, resume bem o espírito do evento:
“A Avaliação Nacional de Vinhos é a degustação do futuro, porque o público tem o privilégio de provar vinhos que ainda não estão no mercado, antecipando tendências e percepções de uma safra que ainda está em evolução.”
Esses vinhos, ainda em fase de maturação, revelam ao público as promessas da nova colheita e permitem compreender o quanto o vinho brasileiro amadureceu em técnica, consistência e estilo.

Um painel que reflete o mundo
Outro destaque é o painel internacional de comentaristas, formado por nomes do Brasil, África do Sul, Chile, Espanha, Itália, México e Uruguai. Entre enólogos, sommeliers, jornalistas e profissionais de diversas áreas, cada um traz uma perspectiva única sobre o vinho — transformando o evento em um verdadeiro diálogo entre culturas. Como tradição, o 16º comentarista será sorteado entre o público, vivendo a emoção de dar voz a um dos vinhos mais representativos da safra.
Da vinha à taça
Antes do grande dia, o processo é minucioso. As amostras são coletadas diretamente dos tanques e barricas pelas equipes da ABE e avaliadas às cegas por 90 enólogos durante a Degustação de Seleção. Dali saem os 30% mais representativos de cada categoria e, entre eles, os 16 vinhos que o público conhecerá neste sábado.
Somente ao final do evento, a ABE revela quais são as vinícolas por trás de cada amostra e divulga oficialmente a lista dos 30% mais representativos da safra, encerrando a noite com o tradicional brinde coletivo ao vinho brasileiro.

Um brinde ao que virá
Mais que um evento, a Avaliação Nacional de Vinhos é um termômetro do setor, uma vitrine de qualidade e um símbolo da união que impulsiona o crescimento do vinho brasileiro. Neste sábado, o Brasil degusta o seu futuro — e, nas próximas semanas, voltarei aqui para contar como foi essa experiência e revelar os resultados da safra 2025. Porque cada colheita traz um novo capítulo, e o vinho brasileiro segue escrevendo uma história cada vez mais vibrante, plural e cheia de personalidade.