Você já ficou confuso com uma palavra em inglês por causa da diferença entre a escrita e a pronúncia? Um exemplo clássico é TAPE: apesar da grafia simples, a forma correta de falar é TEIPE, pois o “A” tem som de “EI”. Isso acontece porque, ao contrário do português, nem sempre as palavras em inglês são lidas como se escrevem.
Agora imagine ter em mãos uma “tabelinha” com uma lógica simples que ensina a pronunciar corretamente qualquer palavra em inglês. Parece impossível? Pois foi exatamente isso que o mineiro Dângelo Ciccarini desenvolveu com a chamada “Tabelinha do Inglês”, uma fórmula que rompe com o ensino tradicional e promete alfabetizar brasileiros em inglês em até seis meses.
Na matéria anterior, falamos sobre os benefícios de aprender um novo idioma. Ser fluente em inglês é mais do que uma habilidade: é uma vantagem competitiva e um verdadeiro passaporte para o futuro. De acordo com a multinacional de recursos humanos Randstad, até 2030 o mundo enfrentará um déficit de 85 milhões de profissionais qualificados — e o inglês estará entre as competências mais exigidas.

O Duolingo Language Report aponta que o Brasil está entre os países que mais estudam inglês no mundo. Ainda assim, segundo pesquisa do British Council e do Instituto Data Popular, apenas 5% dos brasileiros têm algum conhecimento do idioma e só 1% é considerado fluente.
Se o inglês é tão importante e tão estudado, por que a maioria não fala? O problema, segundo Dângelo, está no método.
Um novo caminho para o aprendizado
Criador da Tabelinha do Inglês e fundador da escola Inglês Fácil Express, com 24 anos de atuação, o pesquisador explica que o ensino tradicional começa pela gramática e pela memorização de palavras, ignorando o processo natural de alfabetização — o mesmo que usamos para aprender português.

“A gramática é uma das principais causas de desistência”, afirma. “Muitos alunos se frustram porque acreditam que precisam dominar todas as regras antes de começar a falar. Isso vai contra o aprendizado natural e acaba gerando ansiedade.”
Para Dângelo, tentar aprender “do meio para o fim” é o erro mais comum. “Sem o passo a passo da leitura, da pronúncia e da escrita, o aluno decora, mas não aprende. A Tabelinha faz o oposto: ensina a lógica dos sons e das letras.”
A lógica por trás da “tabuada do inglês”
O método foi desenvolvido a partir de um processo inédito de letramento silábico e reconhecimento fonético, inspirado na alfabetização tradicional. Ele associa som, letra e sílaba em uma lógica simples e visual — como uma verdadeira “tabuada do idioma”.

A proposta se baseia em dez regras e dez exceções que mostram como as letras se comportam de acordo com a combinação de consoantes e vogais. Assim, o aluno aprende a decifrar a estrutura sonora da palavra e a pronunciar corretamente, mesmo que não conheça o significado.
“Se a química tem a tabela periódica e a física tem suas fórmulas, a linguagem também precisa de uma tabela. Foi isso que criamos”, resume o autor.
A Tabelinha do Inglês é o único método do mundo que aplica alfabetização fonética estruturada em inglês, com patente registrada. Ela permite que o estudante associe som e escrita de forma natural, sem depender de decoreba.
Objetivo e impacto
O propósito de Dângelo é claro: democratizar o ensino de idiomas e tornar o aprendizado acessível a todos. Ao aprender a “decifrar” os sons, o aluno ganha autonomia, acelera o aprendizado e se comunica com mais confiança.
A inovação do método já foi analisada até por sistemas de inteligência artificial, como o ChatGPT, que apontou:
“Até o momento, grandes empresas como Microsoft, Google e Apple não possuem um método semelhante focado nesse tipo de abordagem para o ensino de inglês, seja para estrangeiros ou falantes nativos.”
O curso completo inclui vídeo-aulas, dois livros físicos, jingles e uma plataforma EAD, que conduzem o aluno por todas as etapas do aprendizado até a alfabetização completa em inglês — em até seis meses.
Aplicação nas escolas
A implementação do programa não altera a grade curricular das escolas públicas ou privadas. Quando não há aulas regulares de inglês, professores de outras disciplinas podem aplicar o conteúdo.
A experiência da Escola Classe 12 de Taguatinga Sul, no Distrito Federal, é um exemplo de sucesso. A diretora Keith relata que os alunos estão mais confiantes, os pais mais engajados e os resultados são concretos. “Foi uma oportunidade incrível e transformadora”, afirma.
Uma nova forma de ver o inglês
Para Dângelo, aprender inglês não deve ser um privilégio de poucos nem um processo longo e cansativo. “Aprender inglês não precisa ser difícil, demorado ou caro. Pode ser simples, rápido e acessível”, defende.
Ele acredita que a fluência verdadeira nasce da comunicação, e não da memorização. “Uma pessoa bilíngue não é aquela que decora palavras, mas quem sabe pronunciá-las corretamente para se comunicar.”
E completa: “Se você já tentou aprender inglês e desistiu, saiba que o problema não era com você, e sim com o método. Este é o momento de investir em si mesmo e abrir portas para um novo futuro.”