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Sucesso!
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A Arte da Guerra, do general Sun Tzu, aplicada na sua vida de um jeito que você nunca viu

Um manual atemporal sobre preparo mental, adaptação e sabedoria aplicada à vida moderna

Daiany Nasteoli

15/12/2025 14h01

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Foto: Reprodução

Um dos livros favoritos de Luiz Felipe Scolari. Na Copa de 2002, ele colocou um exemplar na cabeceira de cada jogador que faria o Brasil tornar-se pentacampeão mundial.

Há dois mil e quinhentos anos, o mundo estava em pleno desenvolvimento. Vivia-se o apogeu das civilizações clássicas, avanços na ciência e disputas por domínios em diversas regiões. A queda da Babilônia, o começo do enorme Império Persa, o fim da monarquia e o início da República Romana. Mas a história tem uma tradição de mostrar que a prosperidade antecede a ruína e, de lá para cá, quase tudo desapareceu.

Mas uma ideia resistiu aos efeitos do tempo.

Por volta de 500 a.C., usando tiras de bambu, o general Sun Tzu escreve A Arte da Guerra, um livro considerado o mais antigo tratado milenar do mundo. Ao longo dos séculos, a obra passou a reunir admiradores muito além dos campos de batalha.

Contemporâneo de Buda e Confúcio, Sun Tzu preenche o livro com lições que transcendem a guerra e revela uma filosofia muito mais profunda. É um livro de interiorização, de construção íntima e pessoal. Uma espécie de manual, um guia de ensinamentos que, conforme a nossa maturidade e à medida que crescemos ao longo da carreira, passamos a compreender de diferentes formas.

Descubra como aplicar os ensinamentos de Sun Tzu no seu dia a dia e vencer as batalhas modernas contra a distração, a procrastinação e a falta de foco. Aprenda a usar estratégia, inteligência emocional e clareza para ter resultados reais.

“Se conhecermos o inimigo e a nós mesmos, não precisamos temer o resultado de uma centena de combates. Se nos conhecemos, mas não o inimigo, para cada vitória sofreremos uma derrota. Se não nos conhecemos nem ao inimigo, sucumbiremos em todas as batalhas”.

Esse é talvez o ensinamento mais famoso de A Arte da Guerra, mas ele não é apenas sobre estratégia militar. É sobre como viver com sabedoria. Na vida, o inimigo pode ser externo, como um concorrente no trabalho ou um obstáculo inesperado, mas muitas vezes o inimigo mora dentro da gente. A procrastinação, a insegurança, a raiva que explode sem motivo. Conhecer a si mesmo é o primeiro passo para vencer qualquer batalha. É entender o que te motiva, o que te paralisa e o que acende os seus medos.

Por outro lado, conhecer o inimigo é saber o que o mundo vai te apresentar. As distrações, os ciclos repetitivos, as tentações que testam sua disciplina todos os dias. Quer um exemplo prático?

Se você sabe que perde o foco com facilidade ao estudar e entende que o celular é a sua maior distração, então você já sabe o que precisa fazer. Desligue as notificações, crie um ambiente sem ruídos, use técnicas como o Método Pomodoro para manter o foco. Essa lição é simples e profunda. Clareza gera poder. Quem se conhece se prepara, e quem se prepara vence.

“O preparo da mente é a maior garantia da vitória.” Sun Tzu.

A maior vitória não é aquela conquistada com violência ou conflito. Sun Tzu nos ensina que a suprema arte da guerra é vencer sem lutar. No nosso cotidiano, isso significa evitar confrontos desnecessários. Significa usar inteligência emocional para resolver problemas antes que eles cresçam.

Quando conseguimos manter a calma e encontrar soluções criativas, evitamos desgastes. Isso vale no trabalho, nos relacionamentos e até consigo mesmo. Você já reparou como discussões acaloradas raramente levam a algo bom? A verdadeira força está em negociar, persuadir e encontrar terreno comum.

Inteligência emocional é o quê? É você ignorar, por alguns momentos, o que fizeram com você. É tentar deixar de lado o ódio e a raiva. Por quê? Porque isso cega, faz perder performance, ação e clareza. Se você não desenvolve inteligência emocional, ou seja, se não consegue gerir suas emoções de forma inteligente, há uma grande chance de se tornar vulnerável. Quando você se expõe emocionalmente, o inimigo percebe o que te desequilibra e aprende como atacá-lo.

Quanto mais você aprende a lidar com seu inimigo interno, mais paz você terá.

Para Sun Tzu, o máximo da aplicação estratégica é utilizar a mente, não importa em que campo isso seja aplicado. O máximo desempenho é mental, muito mais do que jamais será físico. Esse é o grande segredo para ficar um passo à frente e garantir que as ações práticas sejam eficazes quando aplicadas.

Vencer sem lutar é também saber quando recuar para avançar depois. É a arte de se preservar para a batalha certa, no momento certo. Sun Tzu afirma que toda guerra é baseada no engano, mas isso não significa mentir. Significa entender a importância da estratégia. No dia a dia, isso se traduz em não revelar tudo, em aprender a observar mais e falar menos. Às vezes, mostrar fraqueza é uma tática para desarmar o outro. Outras vezes, é melhor esconder a força até o momento certo.

No trabalho, por exemplo, você pode estar desenvolvendo uma ideia incrível, mas revelá-la cedo demais pode atrair sabotagem, inveja ou cópia. Em discussões, mostrar todas as cartas logo no início pode te deixar vulnerável. Isso não é manipulação. É inteligência estratégica. É agir com sabedoria em vez de reagir por impulso. Aprenda a observar, a escutar e a deixar o outro se revelar primeiro. Quem domina essa arte raramente perde.

Sun Tzu disse que os vencedores vencem antes da batalha, enquanto os perdedores lutam antes de tentar vencer. Isso muda tudo. A verdadeira vitória começa antes da ação, no planejamento, na preparação silenciosa, no estudo que ninguém vê, na prática diária longe dos holofotes. Quem vence primeiro já entra na batalha com clareza, propósito e estratégia.

No dia a dia, isso vale para tudo. Provas, entrevistas, projetos, decisões difíceis. Quem planeja com sabedoria age com confiança. Quem improvisa sem preparo gasta energia demais.

Os grandes atletas do mundo, que correm 100 metros, levam cerca de 10 segundos para executar a prova. O velocista olímpico Usain Bolt, por exemplo, se prepara durante quatro anos para esses 10 segundos. Quando usamos essas metáforas, é para mostrar que, sem preparação, a execução será medíocre. Sem investimento prévio, o resultado tende a ser de baixa performance. O jogo é a execução, mas antes do jogo existe treino, esforço e preparação. Não importa se é esporte ou mundo corporativo. A lógica é a mesma.

Pense nisso. Você está se preparando ou apenas esperando? Está antecipando os desafios ou apenas reagindo a eles? Lutar sem preparo é correr o risco de se perder. Quando você visualiza a vitória antes mesmo de agir, a batalha se torna apenas um detalhe.

Na natureza, tudo o que está vivo se move. Sun Tzu dizia que a energia é como o movimento das rodas, contínua, adaptável e imprevisível. O segredo da força está no movimento. Quem se adapta vence. Quem fica rígido, quebra. Os problemas parecem maiores quando estamos parados. A mente trava, a energia cai, o medo cresce. Mas quando você dá o primeiro passo, mesmo pequeno, a vida começa a responder.

Movimento é ação. É sair do lugar mesmo com medo. É ajustar o plano quando algo muda. É não esperar o momento perfeito, porque o momento perfeito é aquele em que você começa. Quem se move evolui. Quem arrisca aprende. Quem age cria possibilidades onde antes só existiam dúvidas.

A invencibilidade está na defesa. A vitória está no ataque. Ataque onde o inimigo está despreparado. Na vida, isso significa agir com inteligência. Ir por caminhos inesperados e aproveitar oportunidades que os outros ignoram.

O inimigo pode ser o mercado, um padrão negativo ou até seus próprios pensamentos sabotadores. Para vencer, não repita o que todo mundo faz. Faça o que ninguém espera. Se todos disputam a mesma vaga, crie a sua. Se todos seguem um caminho, descubra outro. As maiores vitórias acontecem quando usamos o elemento surpresa, quando percebemos o momento exato para agir. Observe, encontre a brecha, ataque com precisão e vença com sabedoria.

A rapidez é a essência da guerra e, no mundo de hoje, isso é mais verdadeiro do que nunca. Quem demora perde. Quem hesita perde oportunidades. Mas não se trata de pressa. Trata-se de agilidade com propósito. Ser rápido é perceber a mudança antes dos outros. É agir enquanto os outros ainda estão pensando. É decidir quando ninguém decidiu.

No dia a dia, isso é ter iniciativa. É responder sem medo. Enviar aquela mensagem. Aproveitar aquela chance. Abrir aquela porta antes que ela se feche. A lentidão é o terreno da dúvida. A rapidez é o território da coragem. Você não precisa correr o tempo todo, mas precisa estar pronto para acelerar no momento certo.

Nos bastidores que antecedem uma grande performance existe a dor da mudança e dos sacrifícios que acompanham cada escolha. Sun Tzu fala das perdas. Do que você vai abrir mão? Você aceita perder algo hoje para vencer amanhã?

O tempo é o campo de batalha. Quem domina o tempo domina o jogo. Conhecer o terreno é essencial para vencer, e esse terreno não é apenas físico. É o ambiente, o contexto, o momento em que você vive. Cada situação tem seu próprio terreno. Ele pode ser favorável ou traiçoeiro. O segredo está em adaptar a estratégia ao ambiente. Use os recursos que você tem. Use o tempo a seu favor. Use o contexto em vez de lutar contra ele.

“A vitória na guerra não se repete. Ela se adapta e varia sempre.” Sun Tzu.

A adaptação é talvez o instrumento mais poderoso citado por Sun Tzu. O campo de batalha nunca é o mesmo. Cada pessoa é única. Cada cenário é inédito. O que funciona hoje pode não funcionar amanhã. Não existem fórmulas fechadas para o sucesso. Tudo depende da análise situacional. O planejamento é indispensável, mas só alcança eficácia máxima quando aplicado às circunstâncias do momento.

Um grande lutador aceita uma derrota, mas não aceita o fracasso. Em toda perda existe aprendizado. Quem entende isso está pronto para mudar.

Se você está em um momento difícil, use isso para se fortalecer. Se o ambiente é competitivo, destaque-se sendo diferente. Grandes mestres vencem sem brigar com o cenário. Eles leem o campo e se moldam a ele. Lutar contra o terreno é desperdício. Usá-lo como aliado é sabedoria.

Toda guerra se baseia na decepção, e um dos maiores segredos da vitória é ser imprevisível. Confundir o inimigo não é malícia. É inteligência. É criar dúvida. É esconder a real intenção até o momento certo. Se você age sempre da mesma forma, torna-se previsível. E o previsível é controlável. Quando você surpreende, quebra o padrão e desequilibra.

Quando o mundo desaba, você cai junto ou analisa como se reerguer. Não podemos ser reféns emocionais das circunstâncias. Seja estratégico. Não revele seus planos. Mude a abordagem. Às vezes, quem aparenta recuar apenas se reposiciona. A mente rígida perde. A mente flexível confunde e vence. Use o mistério a seu favor. Quem não entende seus passos não consegue prever seus movimentos.

Um negociador estratégico é aquele que menos negocia. Ele coleta tanta informação que, quando propõe algo, não surgem objeções nem resistências. Essa é a arte de negociar sem negociar. É enfrentar sem medir forças. Conviver com as diferenças é a grande sacada da negociação. Para evoluir socialmente, é preciso estar mais disposto a não entrar em guerra.

O que você faz e o que você deixa? Qual é o seu legado? Grandes líderes deixam marcas. Não apenas no mundo dos negócios. Podemos construir grandes impérios dentro da nossa família, deixando ensinamentos para filhos, netos e futuras gerações.

O papel do líder hoje é filtrar o que é essencial do que é acessório. É entender quais informações importam para a decisão e quais apenas roubam tempo. Se Sun Tzu vivesse hoje, seus espiões seriam aqueles capazes de separar o relevante do irrelevante.

Quando eu entendo meu dom, minha natureza e minha essência como ser humano, consigo exercer isso em campo, seguindo os princípios da vida que escolhi viver. Quando as pessoas vivem dessa forma, o respeito cresce, o mundo melhora e os talentos surgem naturalmente, sem julgamentos.

Qual legado você tem deixado ou quer deixar para transformar suas guerras internas em grandes exemplos?

O barulho não vence guerras. A gritaria não constrói conquistas. Sun Tzu ensina que grandes generais planejam em silêncio e vencem sem alarde. No dia a dia, é fácil querer mostrar resultado antes da hora. Falar demais. Prometer demais. Viver de aparências. Mas a verdadeira vitória começa silenciosa. Ela nasce no esforço invisível, na disciplina que ninguém vê, na paciência que ninguém valoriza. Enquanto alguns postam, você trabalha. Enquanto outros se comparam, você melhora. Enquanto falam, você age. E um dia, sem aviso, a vitória aparece. Sem barulho, sem explicação. Apenas resultado.

Quem constrói em silêncio deixa o sucesso fazer barulho.

“Energia é o que tensiona o arco. Decisão é o que solta a flecha.” Sun Tzu.

O Método Pomodoro é uma técnica de gestão do tempo que divide o trabalho em blocos focados de 25 minutos, chamados de pomodoros, seguidos por pausas curtas de 5 minutos. Após quatro blocos, faz-se uma pausa mais longa, entre 15 e 30 minutos, para descanso da mente.

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