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Sem Firula

Tem volta

Arquivo Geral

07/04/2017 11h51

A confusão armada pelos torcedores chilenos, no Itaquerão, antes e durante o jogo da Universidad de Chile contra o Corinthians pela Copa Sul-Americana é facilmente explicável: como a segunda partida, daqui a um mês, será em Santiago, os “valentões” decidiram armar seu circo por saberem que, diante da violência externa, não deverão ser muitos os torcedores corintianos que irão ao Chile. Não contavam, porém, com a detenção de 26 dos marginais que estavam em São Paulo, nem com as possíveis – digo possíveis porque a cartolagem corintiana, a qualquer momento, para não desagradar a Conmebol pode recuar – cobranças do Timão aos prejuízos causados a seu patrimônio.

Não custa lembrar que eram pouco mais de mil chilenos. Mesmo assim, armaram um problema que resultou em policiais feridos e também torcedores. Funcionários do Corinthians também necessitaram de atendimento médico, apesar de, felizmente, não terem sido feridos. Esse tipo de situação comprova que jogos de uma só torcida não são garantia de paz e tranquilidade nos estádios. Como já escrevi, eram pouco mais de mil chilenos e, mesmo assim, as cenas de selvageria que foram registradas comprovam como os problemas acontecem mesmo quando teoricamente controlados.

Chama a atenção, também, o pequeno comparecimento de público ao Itaquerão. Contando com os chilenos, pouco mais de 22 mil torcedores estavam no estádio para ver a estreia das equipes na Sul-Americana. Muito pouco, convenhamos. Como a equipe chilena precisará de uma vitória por três gols no jogo de volta, certamente o estádio em Santiago deverá estar lotado. Resta saber como serão recebidos os torcedores corintianos que irão aventurar-se a ver a partida.

Líder de novo

Depois de sete anos a seleção brasileira voltou a liderar o ranking da Fifa. Como já escrevi algumas vezes, não quer dizer nada, mas reassumir a ponta do ranking significa que o time de Tite reencontra o futebol brasileiro. Estávamos fora da ponta do ranking desde a derrota para a Holanda, na Copa do Mundo da África do Sul. Chegamos a ficar até fora dos dez primeiros lugares. A sequência de nove vitórias em nove jogos sob o comando de Tite (oito em partidas válidas pelas eliminatórias sul-americanas), conduziram a seleção canarinho de volta ao topo do ranking.

Aliás, o ranking divulgado ontem pela Fifa trouxe profundas alterações em relação ao anterior. Como a própria entidade fez questão de frisar em seu comunicado oficial, após as 129 partidas realizadas no último mês, apenas 19 das 211 equipes não tiveram suas posições alteradas. E se o Brasil tem o que comemorar, o Uruguai tem muito o que lamentar. Do sexto lugar no ranking anterior, a Celeste caiu para a 15ª posição – reflexo de mais duas derrotas em jogos das eliminatórias. A Suíça, que passou para o nono lugar (era 11ª) foi quem ajudou a “tirar” os uruguaios das dez primeiras colocações.

Bom começo

Duas vitórias, dois empates. Corinthians e Fluminense ganharam. Ponte Preta e São Paulo empataram. O pior resultado, na teoria, foi da Macaca, que não conseguiu vencer mesmo jogando em casa. O tricolor paulista resistiu e depende uma vitória simples, na volta, para classificar-se. Os vencedores, apesar de uma vantagem razoável, podem lamentar: tiveram condições de abrir vantagem maior do que os dois gols. Mesmo assim, não há como negar que as classificações estão bem encaminhadas.

Só prejuízo

A Corte de Arbitragem do Esporte decidiu que não tem competência para julgar o recurso do Internacional no caso Victor Ramos. Com isso, o Colorado, que ainda sonhava com a permanência na Série A do Brasileiro, praticamente viu sepultadas suas chances – há, ainda, uma remota possibilidade de recurso na Suíça, mas sem o aval da CAS, certamente não prosperaria.

Com isso, o Colorado, que desde o início da ação vinha sendo criticado (menos pela imprensa, que ao contrário de casos até semelhantes não dizia que o time gaúcho queria valer-se do tapetão, sabe-se lá a razão), além de não conseguir mudar o resultado do campo, ainda será obrigado a pagar cerca de R$ 220 mil de custas processuais, juntando-se os seus próprios gastos, mais os da CBF e do Vitória.

Quando percebeu que o rebaixamento era praticamente irreversível, a cartolagem colorada chegou a usar até o acidente com a delegação da Chapecoense, que viajava para a Colômbia para decidir a Copa Sul-Americana de 2016, para tentar virar a mesa e evitar a queda. Declarações infelizes de cartolas e jogadores marcaram o episódio, que culminou com a tentativa, infrutífera, de buscar na Justiça a alteração do resultado alcançado nos gramados.

Ironia

A presença de mais de 35 mil tricolores, no Maracanã, para ver a estreia de seu time contra o Liverpool do Uruguai na Copa Sul-Americana, provocará uma situação curiosa neste fim de semana.

Domingo, o Fluminense enfrentará o Botafogo pela semifinal da Taça Rio, no Engenhão. Nem o mais otimista dirigente de Fluminense ou Botafogo imagina que público semelhante irá comparecer ao Estádio Olímpico João Havelange para ver a partida. Um teórico contrassenso, afinal de contas, o Clássico Vovô decide vaga na decisão do segundo turno do Campeonato Carioca, enquanto a partida de quarta-feira, contra a equipe uruguaia, foi apenas a primeira do Fluminense na competição continental – teoricamente, portanto, menos importante do que o jogo do fim de semana.

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