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Sem Firula

Sem medo

Arquivo Geral

15/11/2016 7h00

Atualizada 14/11/2016 12h46

Hoje (sem bem que o melhor seria dizer amanhã, visto que o jogo começará à 0h15 de quarta-feira) a seleção brasileira voltará a campo pelas eliminatórias sul-americanas. Líder da competição, precisando de mais uns três, quatro pontos para garantir ao menos uma das quatro vagas diretas para o Mundial da Rússia, em 2018, o time de Tite vive uma encruzilhada: jogar como tem feito até agora, para frente, ofensiva, mesmo sabendo que terá diante de si uma equipe em alta (o Peru bateu o Paraguai, quinta-feira, em Assunção, por 4 a 1) e que ainda sonha em beliscar um lugarzinho, ou atuar fechadinho para deixar Lima com um ponto conquistado? Complicado…

Com sinceridade, acho que é um momento em que Tite e toda a comissão técnica da seleção brasileira precisam ser práticos e humildes. É claro que manter o retrospecto de “x” jogos com “x” vitórias (até agora “x” é igual a cinco, ou seja, foram cinco partidas e cinco triunfos) é muito importante, mas não será demérito algum um empate esta noite. Como escrevi, o Peru está se reencontrando e a pressão será muito grande por parte da torcida, que voltou a acreditar na possibilidade de chegar ao menos em quinto lugar para tentar a vaga na repescagem. Mesmo assim, por mais incoerente que possa parecer, o Brasil não deve abandonar o ataque.

Seria algo como “nem tão lento que pareça covardia, nem tão ousado que pareça provocação”. Individualmente (e, agora, até coletivamente) o Brasil é melhor. Deve fazer o seu jogo, sem medo – atento, é claro, à possibilidade do uso da violência por parte dos jogadores peruanos. Como escrevi, o Peru precisa vencer para continuar na luta pela vaga. Sendo assim, vai lançar-se ao ataque, contando com a força da galera. E aí, na velocidade (fará falta o lateral Marcelo, do Real Madrid, suspenso pelo cartão amarelo), buscar o contra-ataque usando tabelas rápidas entre Neymar e Gabriel Jesus. Acredito que Moscou e São Petersburgo ficarão mais próximas a partir de amanhã.

Inflação

Alguém lembra quantos estádios foram construídos/reformados para a Copa do Mundo de 2014? Sim, foram 12. De Manaus a Porto Alegre, passando por Salvador, Fortaleza, Cuiabá, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre (para que não digam que esqueci alguém completo a lista com Belo Horizonte, Brasília e Natal). Destes, quase todos apresentam problemas “de construção” – não toco aqui no tema superfaturamento. O Itaquerão, do Corinthians, está assim; Brasília, pelos últimos comentários (não vou há algum tempo), também… Outros são chamados de “elefantes brancos” pela pouca utilização: Cuiabá, Manaus e, que pena, de novo Brasília… Ao menos um já teve de trocar a grama (a Arena da Baixada, por causa da pouca incidência de raios solares) e por aí vai.

Mesmo assim, talvez por inveja dos clubes de São Paulo, hoje todos com seus estádios suficientemente preparados para receberem jogos de competições oficiais, os grandes do Rio começam a acenar com uma inflação de novos estádios para a Cidade Maravilhosa. E na mesma toada que vimos para o Mundial, com construção ou reformas estratosféricas – os únicos que estão fora disso são o Vasco, que mantém lindamente seu São Januário há quase 80 anos; e o Botafogo, que “herdou” o Engenhão e o utilizará por uns 20 anos, ainda, mais ou menos. Espera-se que cuide dele, no mínimo.

No Fluminense, envolvido com uma renhida eleição para daqui a 10 dias, dois candidatos falam em um novo estádio. Um deles, da situação, afirma que já tem projeto e tudo mais – só não mostra o local, nem como viabilizaria os custos, cientes que somos todos que a dívida do tricolor é uma das maiores entre os clubes de todo o país. Outro, mais centrado, fala em recuperar o Maracanã (que ninguém quer, pelo menos em discurso) para os grandes jogos e fazer das Laranjeiras a “casa” das divisões de base.

O Flamengo, que como o tricolor é usuário do Maracanã, quer lançar, antes que o atual prefeito carioca deixe o cargo, o projeto de um “estádio boutique” (isso mesmo, seja lá o que isso signifique) na Gávea. A ideia do rubro-negro é reforma o seu estádio para jogos “de pequeno e médio porte”, com 20 mil lugares, mantendo o Maracanã para os grandes clássicos e partidas de maior apelo de público. Quem conhece a região pergunta como seria o acesso ao local. O estacionamento. Sem falar dos custos. E da força da associação de moradores, que certamente baterá de frente com a ideia.

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