Noite de quarta-feira.
Normalmente o futebol ajuda a preencher a programação da televisão, provocando até, em alguns casos, reclamações da ala feminina que não é tão ligada assim no nobre esporte bretão.
Nesta quarta-feira, duas partidas importantes: no Rio Grande do Sul, o Grêmio recebia o Barcelona de Guayaquil para chegar à quinta final da Libertadores de sua história; no Maracanã, Flamengo e Fluminense duelavam para saber qual dos dois seria semifinalista da Sul-Americana.
Nos dois jogos situações distintas: em Porto Alegre o tricolor gaúcho poderia perder por até dois gols que, pela vantagem obtida no primeiro confronto, garantiria sua vaga. No Rio de Janeiro, o rubro-negro, vencedor da partida de ida (como visitante), ganhava a vaga mesmo se empatasse. Favoritos? Grêmio e Flamengo. E ponto final.
Não pude acompanhar o jogo na Arena Olímpico por questões óbvias (estava ligado no clássico do Maracanã). Vi, na madrugada de quinta-feira, a reprise.
Vamos aos fatos.
O Grêmio está na final da Libertadores. Era de se esperar, tão grande a vantagem obtida no jogo do Equador, quando venceu por 3 x 0. Assim, perder por 1 x 0, em casa, não mudou em nada o rumo da prosa. Ou melhor… Os torcedores gremistas que lotaram o Olímpico, exibindo, por exemplo, plaquinhas com a frase “soy loco por tri América”, numa alusão à busca pelo tricampeonato, saíram certamente frustrados.
Perder para o Barcelona (e aqui faço uma crítica a Botafogo e Santos, que também perderam e, pior, foram eliminados), em casa, não anima ninguém. Por mais que jogadores e comissão técnica (incluindo o autossuficiente Renato Portaluppi, que precisa urgente de alguém chamando atenção para o ar blasé das entrevistas) minimizem o resultado, é de assustar, sim.
Ainda mais que o jogo da volta na final será em Buenos Aires. Assusta ou não?
Voltando ao Rio de Janeiro, o que dizer?
Jogo bom, empolgante, que merecia, sim, um público maior do que os 40 mil que compareceram ao Maracanã – maioria absoluta de flamenguistas.
O Fluminense, como já dito, precisava de uma vitória por dois gols ou, em caso de triunfo por um gol, marcando dois ou mais gols.
Com três minutos o tricolor estava em vantagem. Aos dez o Flamengo empatou. O Fluminense, que pareceu assustar-se com a vantagem inicial, melhorou.
Sem o investimento do rival, com um time jovem, quase todo vindo da base, o tricolor chegou a 3 x 1. Estaria classificado. Estaria classificado até se sofresse um gol. E recuou.
Ou foi imprensado.
E o Flamengo, claro, cresceu. Fez um, fez dois… Empatou.
O árbitro não teve influência no resultado, apesar de ter vacilado, sim, na falta (que não houve) que resultou no empate rubro-negro. E deveria ter dados mais acréscimos, tanta foi a cera que Diego Alves fez.
Nada, porém, desqualifica a classificação do Flamengo.
Sobre o tal orgulho lá de cima.
O torcedor do Grêmio, pelo que seu time jogou, não deve ter, não. O do Flamengo, sem dúvida, deve bater no peito e valorizar o resultado e a vaga. E o tricolor carioca… Bem, este oscila. Sabe que tem um time jovem, que pouco investiu, que isso, que aquilo.
Digamos que o Fluminense deu motivos de orgulho e de raiva para seus torcedores.
Só que tudo isso, agora, é passado. Vamos ver o que vem por aí para a recuperação, ou manutenção, do orgulho clubístico dos torcedores.