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Sem Firula

Preocupação

Arquivo Geral

17/02/2017 15h12

A contusão de Gabriel Jesus faz pairar uma nuvem cinza sobre a seleção brasileira. A razão? Sinceramente não sei. É claro que enfrentar Uruguai e Paraguai sem ele vai criar algumas dificuldades, mas a seleção brasileira não pode ficar refém (e aqui exagero na expressão utilizada) de um só jogador. Lembram na Copa do Mundo quando tudo era Neymar? Pois é…

 

Seria importante, isso sim, que o jogador fosse acompanhado por médicos de confiança, de preferência brasileiros (sem qualquer menosprezo aos profissionais de outros países), para que se tome a decisão certa para o tratamento, sem tentar acelerar procedimentos ou provocar problemas futuros. Lembrem-se de Ganso, por favor, que fez o que fez para jogar pelo Santos e, depois, nunca mais foi o mesmo jogador brilhante.

 

Sem novidades

 

Demorou, mas finalmente aconteceu.

Assinando em baixo a confissão da ineficiência, do despreparo e, porque não dizer, do descontrole do poder público, o Ministério Público do Rio de Janeiro resolveu o problema da violência entre as torcidas. Como? Oras… Decidindo que a partir de agora, como já acontece em São Paulo e Minas Gerais (sem que houvesse qualquer tipo de solução, ou pelo menos diminuição dos casos de agressão entre torcedores), os clássicos serão jogos de torcida única, recebendo torcedores apenas do mandante. Simples, não?

 

É de se estranhar que tão inteligente decisão tenha esperado que um torcedor do Fluminense fosse agredido quando chegava em casa (o tricolor não disputou clássico neste dia) e esteja, ainda, à beira da morte; e que venha a ser adotada depois que um torcedor do Botafogo foi morto, antes da partida contra o Flamengo – quando já se tem informações de que a Polícia Militar, por conta de seu motim (ou greve, ou movimento, ou sabe-se lá que nome queiram dar), admitiu que “combinou” chegar ao Engenhão apenas no intervalo do jogo.

 

Façam-me um favor…

 

Quer dizer que deliberar, sentado numa sala refrigerada, que a partir de agora os clássicos terão a presença apenas de um grupo de torcedores irá terminar com a violência nos estádios? Só podem estar de brincadeira. Será que os digníssimos doutores não viram, ou leram, ou ouviram, que o torcedor foi baleado por um grupo que passava de carro pelo local? Será que a proibição da presença da torcida x, no clássico contra y, impedirá que marginais (sim, porque não são torcedores, mas marginais) saiam de casa, armados, e fiquem dando tiros por aí? Se sim, parabéns ao

Ministério Público.

 

A forma de não trabalhar da Polícia Militar é conhecida: afirma que não possui contingente, solicita a liberação do jogo para apenas uma torcida e lava as mãos. Aí, cria-se um ciclo vicioso: como foram “avisados” que o poder público já disse que não pode garantir a segurança, os marginais vão às ruas e se digladiam. Após o tumulto, com vítimas (algumas fatais), a PM vai lá e fala: “Viram, nós avisamos…” E nada se resolve. Mesmo assim, o Ministério Público acha que a solução passa pela proibição de uma das torcidas no estádio.

 

Ao menos, de imediato, o presidente do Flamengo já protestou e falou algo que parece óbvio: este tipo de decisão ajuda a matar o já doente futebol brasileiro. Os clubes cresceram, o futebol tornou-se o que é justamente pela rivalidade entre os torcedores – torcedores, repito, não marginais. O que a sociedade deve exigir é uma participação efetiva do poder público no controle da segurança, não esta desculpa esfarrapada para negligenciar suas obrigações. Eu quero poder ir ao estádio com meus filhos para ver o jogo que tiver vontade. Simples assim.

 

A decisão do Ministério Público, repito, nada mais é do que a confissão de incompetência das autoridades de protegerem os cidadãos, de garantir a segurança pública, de permitir que a população tenha direito ao seu ir e vir e, claro, também, a um mínimo de lazer. Mas aí é querer demais não é mesmo?

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