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Sem Firula

Palavras

Arquivo Geral

08/12/2016 7h00

O Vitória fala em desespero. O Internacional, em direito. Num primeiro momento sou obrigado a concordar com a equipe gaúcha. Para começar, todos, sejam pessoas físicas ou jurídicas, têm o direito de buscar o que acham serem seus direitos (a repetição da palavra é proposital) por meios legais. Caberá, então, à Justiça, avaliar se o que parece ser um direito não passa de pretensão. Simples assim – e aqui, de pronto, peço desculpas aos nobres advogados que por acaso leiam a coluna se cometo algum erro.

Neste caso específico, o Internacional recorreu ao STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) para protestar contra o que alega ser um erro na inscrição de Victor Ramos, zagueiro do rubro-negro baiano. A confusão diz respeito à transferência do atleta do Monterrey, do México. Pelo sim, pelo não, mesmo com a CBF tendo garantido que está tudo certo, o Vitória já contratou advogado. Percebe-se que a confusão vai se estender, principalmente se o Internacional (ou o Sport, um terceiro vértice na situação) for rebaixado.

O imbróglio torna-se mais complexo na medida em que, como já citei, três clubes estão vivamente envolvidos. E, de pronto, esclareço que a situação é diferente de 2013, na confusão envolvendo a escalação irregular de jogadores por Flamengo e Portuguesa. Então, o Fluminense havia sido rebaixado no campo, mas com as punições, o Flamengo passou à 16ª colocação (escapando da degola) e a Lusa acabou com a herança maldita do 17º lugar e do rebaixamento. À época, o advogado tricolor, Mário Bitencourt, querendo holofotes, acabou envolvendo o Fluminense num caso em que o clube não precisava manifestar-se.

Feito o esclarecimento…

Hoje, se o Internacional, ao término da 38ª rodada, ficar em 17º lugar, a briga continuará envolvendo apenas o Colorado e o Vitória (os pontos que o rubro-negro teria a perder são tantos que ele terminaria com pontuação negativa). Mas, se pela combinação de resultados, o rebaixado for o Sport (e isso pode acontecer), certamente o rubro-negro pernambucano irá assumir a briga do Internacional para ser ele, então, o salvo pela discussão jurídica.
Como escrevi, se para o Vitória tudo não passa de desespero do Internacional, para os gaúchos é apenas a busca pelos direitos. E, sinceramente, é desta forma que a situação deve ser encarada. Não se pode culpar alguém por querer lutar por algo que julga correto, por brigar para ser corretamente avaliado. Uma questão de palavras, apenas.

Pobre basquete

Quando a gente pensa que o basquete brasileiro atingiu o fundo do poço, com a intervenção promovida pela Federação Internacional na Confederação Brasileira, eis que descobrimos que o buraco pode ser ainda mais profundo. E sempre por culpa dos cartolas (no caso, com o auxílio de algumas autoridades).

O terceiro jogo da decisão do Campeonato Carioca masculino de basquete estava marcado para a noite desta terça-feira, reunindo Flamengo e Vasco. O rubro-negro brigando pela 12ª conquista consecutiva (há tempos não possui adversários no estado); o Vasco, querendo marcar seu retorno ao esporte. Eis que, sem o Maracanãzinho ou a arena olímpica liberada para o duelo, o jogo foi marcado para o Tijuca Tênis Clubes, palco de grandes espetáculos do vôlei e do próprio basquete – com torcida única, do Flamengo.

Alegando que seus jogadores não teriam segurança necessária para festejar, caso fossem campeões, e querendo que a partida fosse num ginásio maior, com a presença das duas torcidas, o Vasco simplesmente não compareceu – resultado: Flamengo campeão, por WO contra a equipe de São Januário.

É uma situação semelhante à abordada acima: o Vasco tem o direito de desejar, até pelo bem do esporte, que o jogo seja num ginásio que comporte as duas torcidas, pode alegar falta de segurança (que a Polícia Militar nega) etc e tal, mas não comparecer foi um vacilo. O basquete não merece isso.

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