Menu
Sem Firula

Ninguém quer

Arquivo Geral

18/11/2016 8h00

Vejam como são as coisas. Depois que o G-4 da Libertadores virou G-6 parece que os clubes perderam o interesse pela competição continental. É claro que estou sendo irônico, mas se observarmos o desempenho dos principais postulantes às duas vagas “de brinde”, dá para pensar exatamente nisso. Nesta 35ª rodada, que terminou ontem, então…

O Botafogo, que deu uma arrancada espetacular, vem caindo de produção a cada rodada. Tanto que acabou derrotado, no Rio de Janeiro, em seu estádio atual (joga no Luso Brasileiro, da Portuguesa, na Ilha do Governador), por uma quase desinteressada Chapecoense – digo quase desinteressada por ter visto a reação dos jogadores da equipe catarinense após o jogo, lamentando algumas declarações de que o time abandonaria o Brasileiro para só pensar na Sul-Americana. Mesmo com todos os últimos tropeços, o alvinegro carioca ainda ocupa, confortavelmente, o quinto lugar. E sabem por quê? Porque Atlético Paranaense, Corinthians e Fluminense não estão querendo aceitar (outra ironia, ok?) a corte da Libertadores.

O Fluminense, depois de três vitórias seguidas, duas fora de casa, engatou uma série de sete jogos sem saber o que é vencer. Dos 21 últimos pontos disputados levou para as Laranjeiras apenas três. Resultado? Se antes brigava para chegar ao quarto lugar, hoje dificilmente conseguirá fechar o Brasileiro em posição melhor do que um sétimo ou oitavo. E neste intervalo ainda mudou de técnico – sem resolver nada, é bom que se frise. O último fiasco aconteceu exatamente contra um postulante ao G-6, o Atlético Paranaense, no Maracanã. O tricolor saiu na frente, sofreu o empate e, mesmo com o apoio de mais de 40 mil torcedores, perdeu um pênalti aos 48 do segundo tempo. Se vencesse não mudaria de colocação, mas pelo menos estaria com os mesmos pontos que o Furacão e o Corinthians.

O Timão vem na mesma toada. O empate diante do Figueirense, que o treinador Osvaldo de Oliveira colocou na conta da arbitragem, posicionou a equipe do Parque São Jorge como a quarta pior campanha do returno. Isso mesmo: se o Brasileiro fosse apenas este segundo turno, o Corinthians hoje estaria no Z-4. Mesmo assim, com 51 pontos ganhos, a equipe de Cássio permanece na luta por uma vaga no G-6 – que pode virar G-7 se o Atlético Mineiro ganhar a Copa do Brasil, é sempre bom lembrar. E se isso acontecer… Bem, aí até a Chapecoense volta a ter chances (lembrando que se o time do Oeste catarinense levar a Sul-Americana terá vaga na Libertadores, na pré-pré).

Menos grana

Como se sabe, a sede da Conmebol fica em Assunção, no Paraguai. E por lá o comentário é o seguinte: em no máximo uma semana o México anunciará oficialmente que seus clubes não participarão da Libertadores da América em 2017. A razão é o novo calendário proposto, que prolongaria a competição de fevereiro a novembro. Os clubes mexicanos acham mais interessante investir pesado em seu campeonato nacional – lembrando que em três ocasiões os times daquele país chegaram à final da Libertadores.

Dirigentes do Chivas e do Monterrey chegaram a propor que os clubes mexicanos participassem com equipes sub-23, mas os demais cartolas foram contra, pensando no desgaste que isso poderia trazer em caso de más campanhas. Além disso, com sua possível retirada da competição sul-americana, os dirigentes esportivos mexicanos tentarão convencer os patrocinadores de seu país a investirem mais, também, no torneio nacional – ou seja, vai diminuir a grana disponível para esta nova Libertadores. Os mexicanos têm uma cervejaria, um banco e a televisão investindo forte na Libertadores atualmente – sem falar o potencial do mercado de automóveis e pneus (outros patrocinadores da Conmebol).

Só rindo

Está ficando cada vez mais difícil trabalhar com o futebol no Brasil. Não é que o STJD decidiu punir o Grêmio porque a filha do treinador da equipe, Carol Portaluppi, “invadiu” a arena do tricolor gaúcho para abraçar o pai após a conquista da vaga na final da Copa do Brasil? Certamente os doutos do tribunal viram naquele ato de carinho filial a possibilidade de algum atentado contra a segurança do trio de arbitragem ou, o que é pior, verificaram que a moça poderia agredir a equipe visitante.

Neste momento o Grêmio não poderá jogar a partida de volta da final da Copa do Brasil em Porto Alegre. Cabe recurso, é claro. Mas seria interessante que o tricolor gaúcho verificasse porque há tanta bronca com sua equipe: há uns dois anos (lembram?) o Grêmio foi excluído da mesma competição porque fizeram a leitura labial dos xingamentos de uma torcedora (a mesma leitura que não valeu para o Fla-Flu realizado em outubro em Volta Redonda) e o tiraram do torneio…

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado