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Sem Firula

Clima

Arquivo Geral

15/02/2017 8h35

Atualizada 14/02/2017 12h36

Há menos de 72h um torcedor, do Botafogo, foi morto no entorno do Engenhão. O crime aconteceu pouco antes do clássico contra o Flamengo, pelo Campeonato Carioca. Não vou discutir aqui se o torcedor fazia apologia da violência em redes sociais, se já participara de brigas entre organizadas, nada disso. Pergunto: hoje é jogo de uma só torcida (quantos paraguaios, torcedores do Olimpia, estarão no estádio?), mas… Qual será o clima que os espectadores encontrarão no estádio e nas redondezas?

Depois dos acontecimentos li, vi e ouvi de tudo. Inclusive as lamentáveis brincadeiras de um cartola rubro-negro. Ninguém lembrou, porém, que hoje teríamos jogo. E no mesmo local. Se levarmos em conta que o torcedor assassinado levou um tiro de um grupo que passou de carro pelo estádio, nada impede que, hoje, aconteça algo semelhante (pé de pato, mangalô três vezes…). Seria interessante o Botafogo, mesmo se ressaltando que a partida pela pré-Libertadores é de uma torcida só, firmasse posição com a PM e exigisse o comparecimento de efetivo completo para a partida. Mesmo porque os botafoguenses, otimistas, deverão lotar o Engenhão, comparecendo em maior número do que no domingo.

Quem manda?

Neste período pré-carnaval costumo ter algumas divergências com alguns colegas de imprensa. A principal delas é quando algum produtor (normalmente acontece com o pessoal da televisão) me liga para dizer que “marcou entrevista com 158 pessoas para a Cidade do Samba”, como que apenas me comunicando que “o pequeno contingente” estará no local a hora tal, por tantas horas, para fazer tal gravação. Sem muita educação ou paciência digo, de pronto, que não será possível porque o local não está liberado. Invariavelmente vêm as reclamações, às quais respondo, apenas: a casa não é sua, você não pode mandar nela.

Situação semelhante está vivendo o Botafogo depois dos problemas de domingo. A primeira reação do clube foi dizer que não pretende mais receber jogos com ou do Flamengo no local. Direito seu, afinal, mesmo sendo um próprio municipal, o Engenhão está cedido ao Botafogo por sei lá quantos anos e é o clube quem arca com suas despesas. Certo? Não.

Pelo regulamento do Campeonato Carioca, que o Botafogo aprovou e assinou em baixo, o Engenhão, assim como o Maracanã (se é que este poderá ser utilizado…) é campo neutro, ou seja, pode ser utilizado por qualquer time durante o Estadual, dependendo apenas do aval da Federação de Futebol do Rio de Janeiro. Entenderam a situação? O dono da casa (Botafogo) não pode impedir um convidado indesejado (Flamengo) de entrar porque há um regulamento que permite tal coisa.

Depois do clássico, o alvinegro mandou para o Flamengo a conta de cadeiras quebradas nos setores destinados aos torcedores rubro-negros. Acredito que a conta já tenha sido paga, mas… Como fica o direito do dono de mandar em sua casa? Mandaram mal a Federação (que cumpre o regulamento) e o Botafogo (que concordou com ele lá atrás).

Céu e inferno

Dois centroavantes, dois treinadores. Dois no céu, dois no inferno. Em paz com a torcida, Henrique Dourado e Guerrero. Perdidos no tiroteio, Carille e Eduardo Batista. O resultado? Bem provável que em breve um dos dois técnicos perca seu emprego (ou até os dois…). Para os atacantes… Bem, estes viverão alguns dias de tranqüilidade, mas é bom que não vacilem porque torcedor é torcedor.

Dourado, o Ceifador, marcou mais gols no Fluminense nestes primeiros jogos do ano do que em seis meses de 2016. A torcida, que o queria longe das Laranjeiras, o redescobriu. E hoje até grita seu nome. Até quando, só os gols dirão. O peruano Guerrero vive situação semelhante. Depois de um início de ouro no Flamengo caiu de rendimento. Falam que enfrentou problemas pessoais. Neste início de temporada vai muito bem, obrigado. Talvez os dois se encontrem em campo na final da Taça Guanabara – e aí, um das duas torcidas já poderá (re)iniciar o processo de fritura hoje paralisado.

Fritura que já começar a ser preparada em Corinthians e Palmeiras contra os dois treinadores. O Timão não está bem. É claro isso. Mas como não há muitos ovos a quebrar para o omelete, os cartolas, ainda, não têm queixas de Carille. A torcida, porém, já demonstra irritação. Irritação que só é menor do que a palmeirense contra Eduardo Batista. O técnico fez bom trabalho na Ponte Preta, mas ainda não conseguiu encaixar seu esquema no Verdão.

Alguns jogadores, com muitos dedos, falam que gostam mais do sistema de Cuca, o treinador que se foi. A torcida, com tantos bons jogadores à disposição do técnico, quer mais. Uma derrota pelo Paulista pode até ser relevada, mas daqui a pouco ninguém vai querer segurar os insucessos. E aí…

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