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Professor M.

Scrum, a metodologia de resolver problemas

A metodologia Scrum tem se mostrado bastante eficaz em resolver problemas complexos profissionais, empresariais e organizacionais.

Prof. Manfrim

01/03/2020 16h34

 

Não é difícil hoje em dia ouvir as pessoas falando de Scrum, principalmente se você lida com pessoas da área de TI. Mas afinal, o que é isso? Ele realmente resolve problemas complexos nas organizações?

Tudo começa em 1986 com a publicação de um artigo de Takeushi e Nonaka, que fala sobre a formação de times para desenvolvimento de novos produtos, fazendo uma analogia a uma famosa jogada do Rugby.

O título do artigo é “The new product development game” (O novo jogo no desenvolvimento de novos produtos), e foi ele que inspirou Jeff Sutherland e Ken Schwaber a criar o framework Scrum, trazendo essa analogia para a área de TI.

Inicialmente o Scrum era utilizado pelas áreas de TI, principalmente para desenvolvimento de softwares, mas ao longo do tempo percebeu-se que ele é uma ferramenta poderosa que pode ser utilizada em diversos segmentos de negócios (sociais e financeiros).

O Scrum, segundo a definição de seus criadores, presente no Guia Scrum, é “Um framework dentro do qual pessoas podem tratar e resolver problemas complexos e adaptativos, enquanto produtiva e criativamente entregam produtos com o mais alto valor possível”.

Ele é leve de se trabalhar, simples de entender e difícil de dominar, pois requer prática constante, não bastar conhecer as definições. Mas, conhecê-las é o primeiro passo.

Os três pilares do Scrum

O Scrum trabalha 3 pilares, 5 valores, 3 papéis, 5 eventos e 3 artefatos. Os pilares que o Scrum trabalha são transparência, inspeção e adaptação.

Estes pilares devem permear todo o trabalho e, como parte de sua filosofia, é necessário, segundo o pilar transparência, que os aspectos significativos do processo estejam visíveis para os responsáveis e que haja uma definição teórica para aquilo que é comum à todos os intervenientes, o que garante que todos estejam compreendendo e trabalhando com a mesma visão.

Segundo, é importante que haja a inspeção do progresso do trabalho dentro do período definido para que o projeto seja entregue dentro do prazo.

E por fim, a adaptação funciona como um ajuste de algo que possa ter saído diferente do que o solicitado, esta adaptação deve ser sempre realizada o mais rápido possível.

Os cinco valores do Scrum

Além dos pilares, existem 5 valores que devem ser incorporados pelo time Scrum e vivenciados diariamente, conforme o Guia Scrum:

1 – Comprometimento: o indivíduo se comprometer em alcançar os objetivos do time, como se fosse seu objetivo;

2 – Coragem: o time precisa ter coragem para trabalhar com problemas difíceis e enfrentar o que vier da melhor maneira possível e mais correta;

3 – Foco: o time deve estar focado nos objetivos do grupo e nas metas definidas para a Sprint;

4 – Respeito: o time e seus membros se respeitam para serem pessoas capazes e independentes;

5 – Abertura: o time e também os stakeholders, se comprometem em estarem abertos para o trabalho e desafios na execução desse trabalho.

Os papéis no Scrum

Outra definição é a dos papéis, são eles que determinam o que cada um faz dentro do time Scrum.

Um dos papéis é o de Product Owner (P.O), chamado de dono do produto, ele é quem vai representar o cliente e demonstrar suas necessidades, sendo o responsável por guiar a equipe no desenvolvimento de um produto que agregue valor ao cliente.

Em um time Scrum existirá apenas um P.O, que irá aprovar o trabalho apresentado pelo Development Team (time de desenvolvimento), que é a equipe composta de até 9 pessoas com habilidades diversas, que fica responsável por desenvolver o produto; são aqueles que de fato colocam a mão na massa e fazem acontecer.

E por fim, há o Scrum Master, que atua como um facilitador do processo, responsável por auxiliar o Development Team com alguma dificuldade ou impedimento ao trabalho, manter a equipe trabalhando com base nos pilares e valores, manter a equipe protegida de distrações e fazer um papel de intermediário entre o P.O e o Development Team, podemos dizer que é ele que faz a coisa se movimentar conforme a ‘música’.

Primeiramente o P.O, que vocês já conhecem, recebe uma gama de informações, necessidades e ideias que vem dos stakeholders, dos clientes, de usuários, de quem está patrocinando aquele produto/serviço a ser desenvolvido.

Os cinco eventos e os três artefatos do Scrum

Com todas essas ideias em mente, ele cria o primeiro artefato, que é o Product Backlog (lista de produtos pendentes), lá ele irá criar uma lista ordenada com tudo que será necessário desenvolver.

Quando este artefato estiver pronto, será realizado o primeiro evento, que se chama Sprint Planning Meeting (reunião de planejamento da Sprint) em que todo o Time Scrum participa, para compreender a demanda, e organizar sua forma e ordem de trabalho.

Assim, eles selecionarão quais atividades da lista realizarão na primeira Sprint, esta seleção dá origem a mais um artefato que é o Sprint Backlog, que contém tudo que será trabalhado na Sprint.

A Sprint é mais um dos eventos do Scrum, trata-se do período, que normalmente varia de 1 a 4 semanas, em que o time coloca a mão na massa para entregar tudo aquilo que foi selecionado no Sprint Backlog.

Durante este período de trabalho existe mais um evento, que é diário e se chama Daily Scrum Meeting, que é uma reunião de no máximo 15 minutos com o Time e o Scrum Master em que os membros falam o que fizeram no dia anterior, o que planejam para o dia atual e se estão com alguma dificuldade no trabalho.

Desta forma, tem-se o acompanhamento do processo produtivo e de desenvolvimento e a possibilidade dos membros da equipe se ajudarem ao longo da Sprint.

Encerrada a Sprint, tem-se dois eventos. Primeiramente a Sprint Review, (revisão da Sprint) em que o time revê o trabalho que foi finalizado e apresenta os resultados para o P.O e até para os stakeholders, a depender do nível de maturidade do resultado.

E em um segundo momento. é realizada a Sprint Retrospective (retrospectiva da Sprint) em que todos se juntam para avaliar o rendimento da Sprint, levando à reflexão e proposição de melhorias para a próxima Sprint.

Depois desta reunião o ciclo retorna ao momento de Planejamento da Sprint e segue até a reunião de retrospectiva novamente, até que o resultado final seja alcançado e entregue.

Mentalidade ágil com o Scrum

A metodologia Scrum proporciona diversas vantagens para gestores, colaboradores, stakeholders e clientes, entre elas, podemos destacar:

– Maior agilidade pela equipe de produção no desenvolvimento da solução;

– Aumento da flexibilidade de adaptação às necessidades do cliente durante o processo de desenvolvimento;

– Maior compartilhamento de informações e transparência entre os envolvidos no desenvolvimento;

– Estabelecimento de métricas claras e objetivas para o desenvolvimento da solução, com ganhos no controle e acompanhamento e diminuição dos riscos;

– Ampliação do engajamento da equipe por meio de um ambiente mais colaborativo e motivacional;

– Entrega de valor, desde o início do processo de desenvolvimento da solução, refletindo em um ciclo de melhoria contínua.

É um desafio diário para as organizações a resolução de problemas, o aproveitamento de oportunidades e tomada de decisões estratégicas, como vimos nos artigos ‘Problemas Empresariais são diferentes!’ e ‘A Empresa ainda pulsa!?’.

Podemos dizer que o Scrum é um framework adaptativo, funciona como uma filosofia de trabalho que pode ser customizada em alguns contextos, mas atenção, é muito comum hoje em dia as pessoas entrarem na onda de “modinhas” e se encantarem com coisas novas e decidirem aplicar em tudo… alto lá!

O Scrum é uma ótima ferramenta quando utilizada da forma correta e na situação correta. Não procure problemas para suas ferramentas, mas sim conheça as ferramentas disponíveis e utilize nos problemas corretos.

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Artigo elaborado em coautoria com:

Manuela da Silva Menêses

Administradora, bancária e eterna estudante. Apaixonada por métodos ágeis e inovação, por um bate papo sobre negócios e facilitação em Design Thinking.

Formada em Administração pela UnB, Pós-graduação em Gestão Estratégica e MBA em Inovação e Design Thinking pelo UDF. E essa lista não vai parar por ai…

Contato para palestras, eventos ou bate-papo: [email protected]

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Prof. Manfrim, L. R.

Compulsivo em Administração (Bacharel). Obcecado em Gestão de Negócios (Especialização). Fanático em Gestão Estratégica (Mestrado). Consultor pertinente, Professor apaixonado, Inovador resiliente e Empreendedor maker.

Explorador de skills em Gestão de Projetos, Pessoas e Educacional, Marketing, Visão Sistêmica, Holística e Conectiva, Inteligência Competitiva, Design de Negócios, Criatividade, Inovação e Empreendedorismo.

Navegador atual nos mares do Banco do Brasil, UDF/Cruzeiro do Sul e Jornal de Brasília. Já cruzou os oceanos do IMESB-SP, Nossa Caixa Nosso Banco (NCNB) e Cia Paulista de Força e Luz (CPFL).

Freelance em atividades com a Microlins SP, Sebrae DF e GDF – Governo do Distrito Federal.

Contato para palestras, conferências, eventos, mentorias e avaliação de pitchs: [email protected].

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