Menu
Blogs e Colunas

Neuromarketing e a transcrição de pensamentos

O Neuromarketing amplia suas fronteiras com a leitura de pensamentos e a transcrição para o meio digital.

Prof. Manfrim

21/11/2021 16h42

Atualizada 22/11/2021 20h59

Um universo de pesquisas científicas na área da neurociência está na mira do mundo dos negócios, colocando o neuromarketing no radar de corporações, organizações e empresas, principalmente com a evolução da leitura e transcrição de pensamentos.

O estudo do funcionamento do cérebro remonta a 500 a.C. na Grécia antiga, com Alcmaeon na escola Pitagórica de Croton, com estudos atribuídos a ele discorrendo sobre as funções sensitivas.

No período mais recente de nossa história, a publicação de autoria do médico holandês Herman Boerhaave (1668 – 1738), ‘De morbis nervorum’ de 1735, é considerado o primeiro tratado de neurologia da idade moderna.

“A neurociência é muito vasta e abrange desde a área comportamental e reabilitação motora, até a cognição avançada […]”, afirma a Profª Dra. Analía Arévalo, da Escola de Educação Permanente do HCFMUSP (EEP).

Nesse sentido, o estudo da cognição, o conjunto de processos mentais conscientes baseados em experiências sensoriais, pensamentos, representações e recordações, pode ser aplicado ao mundo do marketing e vendas.

Assim, Neuromarketing é o campo da ciência que estuda a essência do comportamento do cliente/consumidor, integrando áreas do conhecimento como marketing, antropologia, psicologia, biologia e neurociência, com o objetivo de gerar maior impacto na mente das pessoas.

No artigo “Neuromarketing e a propaganda nos sonhos”, discorri sobre “Targeted Dream Incubation” (TDI) ou, “Incubação de Sonhos Direcionados”, suas implicações no mundo dos negócios, seus benefícios e riscos biológicos, comportamentais e éticos.

Nessa junção de negócios e neurociência, deixei duas perguntas para instigar reflexões:

– Quanto vale o seu sonho? Por quanto venderia o seu sonho?

– Qual valor estaria disposto a pagar pelo sonho dos clientes e consumidores?

Também no artigo “Neuromarketing e a tecnologia de ler pensamentos”, discorri sobre o desenvolvimento de uma tecnologia que pode ser capaz de ler pensamentos, que permite a interação direta humano-máquina, por meio da identificação e decodificação das atividades cerebrais.

Essa leitura de informações do cérebro é uma maneira conveniente de controlar máquinas e equipamentos, mas é também uma maneira bastante direta de coletar informações de como as pessoas estão reagindo às ações de marketing, publicidade, propaganda, vendas e comunicação.

Assim, acrescente agora à leitura de pensamentos a evolução mais recente da neurociência: um implante cerebral que transforma pensamentos em textos, transcrevendo o que pensamos em meio digital.

Chip do pensar e escrever

Cientistas e pesquisadores da Universidade de Stanford nos Estados Unidos, conseguiram um avanço grande na interface cérebro-computador com um implante cerebral que permitiu a um homem com as mãos paralisadas a “digitar” palavras apenas pensando nelas.

Nos sistemas tradicionais, as pessoas movem um cursor para selecionar caracteres específicos em um teclado digital com o esforço do pensamento, em uma velocidade relativamente baixa, considerando um tempo regular de escrita.

Nesse experimento, foi utilizada uma nova abordagem e tecnologia, onde o homem imaginava estar escrevendo uma palavra com a mão, e um sistema de Inteligência Artificial capta os sinais neurais e os transcreve em uma tela digital.

Igualmente admirável, a combinação entre implante neural e inteligência artificial, proporcionou uma taxa de precisão de 94,1% bruta online e mais de 99% offline com autocorreção.

Assim, a tecnologia permite decodificar os movimentos de escrita à mão pensados a partir da atividade neural e os traduz em texto em tempo real, usando uma abordagem de decodificação de rede neural.

Segundo o neurocientista de Stanford, Krishna Shenoy, “Quando realmente entendermos o cérebro por meio da neurociência nas próximas décadas, deveremos ser capazes de nos sair muito melhor em uma ampla variedade de tarefas.”

“No momento, a maior parte do trabalho está focada em restaurar o movimento perdido e a habilidade de comunicação […] e sobre como ajudar as pessoas com uma ampla gama de deficiências”, disse ele.

Ciência e Negócios

Apesar da motivação médica louvável, o neurocientista manifestou sua opinião sobre os desafios de um modelo de negócio viável, indicando caminhos futuros dessa tecnologia para empresas e organizações.

De acordo com Shenoy, “[esse seja] talvez o mais complicado de todos os [desafios]”. “É aí que são necessárias pessoas muito especiais para realmente focar nesses problemas e investir seu dinheiro e é aí que, por exemplo, Elon Musk e Neuralink estão realmente causando um grande impacto, porque estão possibilitando que muitas empresas recebam financiamento [mostrando] quão importante é esta área.”

Igualmente, pesquisadores e cientistas da Brown University dos Estados Unidos, criaram microchips minúsculos, projetados para serem implantados na superfície do cérebro objetivando coletar uma grande variedade de dados neurais.

Segundo a Profª Chantel Prat da Universidade de Washington nos Estados Unidos, “Quando se trata de como o cérebro funciona, o todo é realmente mais importante do que a soma das partes”.

O objetivo da pesquisa da Brown University é tratar doenças neurológicas como Parkinson, paralisia ou epilepsia.

Esses micro chips, chamados de ‘neurograins’, tem aproximadamente o tamanho de um grão de sal, onde estima-se ser necessário 770 deles por cérebro, para uma coleta ampla de sinais neurais, incluindo memória e tomada de decisão.

Apesar de Elon Musk ser o mais lembrado com a Neuralink, Chen Tianqia, o magnata chinês dos videogames e investidor em tecnologia, possui o Brain Frontier Lab, que estuda sinais cerebrais de ratos para desenvolver futuros tratamentos neurais para humanos.

Diversas empresas de alta tecnologia e universidades de vários países estão realizando estudos e desenvolvendo pesquisas em neurociência, contando com financiamento de grandes players (organizações e corporações), que objetivam o neuromarketing.

Portanto, já podemos visualizar uma linha imaginária entre os limites da ciência e dos negócios, do bem estar e saúde e da ética mercadológica, de onde queremos e poderemos chegar com os avanços da neurociência.

Por enquanto, nossos pensamentos não serão capturados e transcritos facilmente no dia a dia!

81?————————————————————————————————————–

Prof. Manfrim, L. R.

Fanático em Gestão Estratégica (Mestrado). Obcecado em Gestão de Negócios (Especialização). Compulsivo em Administração (Bacharel). Consultor pertinente, Professor apaixonado, Inovador resiliente e Intraempreendedor maker.

Explorador de skills em Gestão de Pessoas, Gestão Educacional, Visão Sistêmica, Holística e Conectiva, Marketing, Inteligência Competitiva, Design de Negócios, Criatividade, Inovação, Empreendedorismo e Futurismo.

Coautor do Livro “Educação Empreendedora no Distrito Federal”. Colaborador no Livro “O futuro é das CHICS: como construir agora as Cidades Humanas, Inteligentes, Criativas e Sustentáveis”.

Navegador atual nos mares do Banco do Brasil, Jornal de Brasília, Arena Consulting Brasil e Instituto Brasileiro de Cidades Inteligentes, Humanas e Sustentáveis. Já cruzei os oceanos da Universidade Cruzeiro do Sul, Centro Universitário do Distrito Federal (UDF), Nova Didáttica Educação e Desenvolvimento, Instituto Municipal de Ensino Superior de Bebedouro-SP (IMESB), Cia Paulista de Força e Luz (CPFL), Nossa Caixa Nosso Banco, Microlins SP, Sebrae DF e Governo do Distrito Federal.

Contato para palestras, conferências, mentorias, hackathons e pitchs: [email protected].

? Linkedin – Prof. Manfrim

Ao utilizar os conteúdos desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, por elegância, cortesia e educação, cite a fonte e o autor.

_____________________________________________________________________________

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado