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Muito Prazer, Luisa Miranda
Muito Prazer, Luisa Miranda

Você já agradeceu seu pênis por brochar?

Falhar é ruim, mas também é forma seu corpo tem para se comunicar contigo. Escutá-lo traz crescimento e compreensão sobre sua sexualidade.

Lu Miranda

15/06/2024 5h00

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É sabido que um dos maiores medos masculinos é brochar, ou seja, a impotência sexual. Culturalmente, o pênis ainda é um símbolo de poder, e se ele não sobe, a sensação de poder desaparece. Mas o que resta quando isso acontece?

Infelizmente, o sexo ainda está muito associado à penetração. Por isso, quando o pênis não corresponde, parece que nada mais pode acontecer. Mulheres ficam frustradas, homens também, e aí, o que fazer?

São muito os pacientes que vêm até mim com essa preocupação e ,normalmente, há algo em comum entre eles: a cultura machista que cobra virilidade o tempo todo. Todavia, essa pressão tem adoecido ainda mais os homens, causando ansiedades, estresse, depressão e vícios, que podem incluir o álcool, drogas e pornografia.

E é sobre isso que eu e Pedro Maia, fisioterapeuta com atuação em saúde sexual masculina, conversamos no podcast Muito Prazer, Luisa Miranda desta semana. Falamos sobre o aumento de pacientes homens buscando ajuda terapêutica, por perceberem sofrimento diante de um modelo patriarcal adoecedor. Pedro, inclusive, compartilhou que sua motivação para trabalhar com sexualidade veio de sua necessidade individual em lidar com questões que não lhe faziam bem. Movimento esse que exige muita coragem.

Ou seja, se ele não tivesse tido uma demanda que lhe causasse sofrimento, jamais teria buscado ajuda e não teria a oportunidade de se questionar e crescer tanto em sua compreensão a respeito da sexualidade.

Então, quando começo com a pergunta “Você já agradeceu seu pênis por brochar?”, é porque, infelizmente, a resistência masculina ainda é muito grande quando só há sofrimento emocional. No entanto, quando passa a afetar a vida sexual e a virilidade, a urgência e a preocupação em buscar ajuda aumentam.

Eu sei que o melhor seria não brochar, entretanto, com tantas cobranças e instabilidades atuais, é quase impossível manter-se forte o tempo todo. Ser vulnerável é difícil, sei mesmo. Entretanto, nesses 12 anos de atendimento clínico, também sei que o que não é dito adoece o corpo. Sendo assim, em vez de ficar indignado e se cobrando –– embora tenha todo o direito ––, use essa oportunidade para desenvolver novos repertórios e se tornar mais inteligente sexual e emocionalmente.

Entenda que brochar pode ser ruim, muito ruim, mas é seu corpo se comunicando com você. Aprenda a escutá-lo e nunca mais será o mesmo.

Se interessou pelo tema e quer saber mais? Então, confira o nosso bate papo sobre sexualidade e masculinidade.

O impacto da ansiedade, estresse e depressão na função sexual e satisfação tem levado homens a buscarem mais ajuda emocional?

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