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Moda

Setor de moda reabre na Itália em meio a incertezas e medo

A fase dois do combate à pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2) prevê algumas obrigações para o setor, como a disponibilização de álcool em gel para clientes e funcionários

Redação Jornal de Brasília

18/05/2020 14h36

As lojas e shoppings da Itália puderam reabrir a partir desta segunda-feira (18) por todo o país, mas o setor da moda ainda enfrenta incertezas de como será essa retomada.   

A fase dois do combate à pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2) prevê algumas obrigações para o setor, como a disponibilização de álcool em gel para clientes e funcionários, a proibição de aglomerações dentro dos estabelecimentos, a higienização dos provadores a cada cliente, além do uso obrigatório de máscaras de proteção facial.   

Mas, como lidar com clientes que, certamente, terão receio em provar diversas peças dentro das lojas ou ainda que evitarão sair para evitar aglomeração? “O custo das roupas será mais importante em relação ao geral empobrecimento previsto, mas emergirá, sobretudo, uma demanda diferente de vestimenta, que responderá mais ao conforto do que o desejo de ostentação de marcas ou roupas. A primeira preocupação será econômica, a segunda será sobre a segurança. 

Por isso, no clima atual, ninguém deseja ir até uma loja para provar vestidos que, por definição, foram testados por muitas pessoas”, diz a professora de sociologia do consumo da Universidade de Parma, Maura Franchi.   

Segundo a especialista, os estabelecimentos precisarão pensar em providenciar o envio de peças já higienizadas para a casa dos clientes, ao menos, em um primeiro momento.

Outra professora, Chiara Mauri, que atua no setor de marketing e vendas da DAS Bocconi School of Management, aponta que as vendas online também precisarão ser ampliadas.   

“O e-commerce, já em alta de 19% ao ano na Itália entre 2015 e 2020, tem uma nova retomada para cima. Em uma situação de vendas no varejo tendencialmente estáveis (aumento de 1,1% de média anual nos mesmos anos), os negócios físicos já estavam perdendo terreno”, destaca Mauri.   

Já a fundadora da startup de empréstimo de roupas online DressYouCan, Caterina Maestro, destaca que a modalidade em que atua também tende a crescer após a pandemia.   

“Neste momento, o aluguel de moda permite a satisfação da necessidade de usar novas roupas em total segurança. Depois de longas semanas transcorridas em casa, todos temos a vontade de tirar a roupa de proteção e usar um bonito vestido para se sentir melhor e ajudar a nos voltar à realidade”, ressalta.   

O que se viu nesta segunda-feira, no entanto, foi que muitas lojas voltaram a reabrir. Em Milão, famosa pelos inúmeros estabelecimentos de alta costura, “mais de 90% das lojas reabriram”, segundo o presidente da associação Ascobaires e conselheiro da Confcommercio, Gabriel Meghnagi.   

Para ele, os números de hoje foram melhores dos que os previstos, “também por conta das promoções”, mas ainda há o temor, especialmente para os pequenos e médios comerciantes.   

“O problema é se esses negócios vão abrir no próximo outono.   

Hoje todos têm muitas mercadorias para vender, mas o temor é se eles conseguirão fazer os pedidos para a próxima estação. Quero ser otimista, mas com dois meses de fechamento, dois meses de promoções e saldos em agosto, o risco de não conseguir é alto”, pontuou.   

– Grupo Armani reabre parcialmente: Uma das maiores marcas da moda italiana, o grupo Armani anunciou uma reabertura parcial de seus estabelecimentos. Todos os pontos de venda foram reabertos nesta segunda-feira e a grife fez uma homenagem aos operadores sanitários que atuaram na linha de frente de combate ao coronavírus. A imagem da médica que tem entre os braços o mapa da Itália, e que se tornou um símbolo italiano na luta contra a doença, será o desenho escolhido no mural histórico da maison na via Broletto, em Milão. Ao lado do desenho de Franco Rivolli, está uma frase de encorajamento de Giorgio Armani: “Para recomeçar em segurança ainda precisamos dela”.   

Já para o Armani Hotel e o centro de exposição Silos, a reabertura será feita em outro momento. Além disso, o grupo anunciou que 10% dos rendimentos com a venda das coleções primavera/verão de 2020 serão doados para grupos assistenciais e que continuará a produzir camisetas protetoras para equipes sanitárias. (ANSA)

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