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“Raízes de árvore”, último quadro de Van Gogh, revela seu segredo pintura associado a x x

Essa tela “deu origem a todo tipo de teoria, por exemplo, que ele teria assinado uma pintura marcando o início da arte abstrata, da nova arte”

Redação Jornal de Brasília

28/07/2020 11h33

“Raízes de árvore”, o último quadro que Vincent Van Gogh pintou no dia de sua morte, revelou seu segredo: um antigo cartão postal foi encontrado mostrando um matagal com as mesmas raízes, informou, nesta terça-feira (28), o diretor científico do Instituto Van Gogh de Auvers-sur-Oise.

A descoberta foi feita quando ele classificava documentos em sua casa durante o confinamento em abril, explicou Wouter van der Veen.

“Meus olhos foram atraídos por um detalhe em um cartão postal, um detalhe que aparece na última pintura de Van Gogh”, disse.

“A configuração das raízes e troncos no cartão postal corresponde à da pintura”, revelou.

No cartão postal, que data de 1900-1910, há uma colina coberta por um bosque com troncos e raízes.

Em seguida, este especialista em Van Gogh apoiou sua descoberta em um livro, “Attaqué à la racine” (“Ataque na raiz”, em tradução livre). Demorou algumas semanas para o Museu Van Gogh em Amsterdã validar a descoberta.

Nesta terça-feira, em Auvers-sur-Oise, na presença de Emilie Gordenker, diretora geral do Museu Van Gogh, foi inaugurado o local exato da realização da obra-prima, que será protegido por uma estrutura temporária de madeira, e que poderia se tornar um local de peregrinação, a 150 metros da estalagem onde residia o pintor, que sofria ataques de loucura.

Essa tela “deu origem a todo tipo de teoria, por exemplo, que ele teria assinado uma pintura marcando o início da arte abstrata, da nova arte”, observou o pesquisador.

“Esta tela, pintada pouco antes de ele disparar um tiro no estômago, em 27 de julho de 1890, era indecifrável, porque era impossível localizar o local da realização”.

Alguns “queriam que Van Gogh fosse vítima da sociedade e não o autor de sua vida e morte”, observou ele.

Mas essa pintura é “um testamento, uma carta de despedida. Para ele, o bosque simboliza a luta da vida. Os troncos são cortados e, do toco, novos brotos aparecem”.

“Há uma consistência: é o tema da vida e da morte. Por um ano, o suicídio já era uma opção para Van Gogh. Isso elimina todas as teorias que não ajudam sua memória, como a que alega que ele foi acidentalmente morto por crianças portando uma pistola”, disse o especialista holandês.

“O que é extraordinário é que o toco principal que encontramos na pintura ainda é visível hoje no mato”, 130 anos depois, segundo Wouter van der Veen.

© Agence France-Presse

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