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O poder das collabs: quando duas marcas se encontram, o mercado nunca mais é o mesmo

Mais do que uma tendência passageira, as collabs se tornaram movimentos culturais que redefinem mercados, comportamentos e narrativas de marca

Fernanda Lira

19/06/2025 15h25

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Michael J. Fox pede ajuda para encontrar guitarra perdida de ‘De Volta para o Futuro’. – Foto: Reprodução/Instagram

Ninguém imaginava ver Michael Jackson dividindo o palco com Slash nos anos 90. O rei do pop e o ícone rebelde do rock. Dois gigantes de universos distantes que, em vez de se anularem, se amplificaram.

Foi ali que entendi: collab não é sobre afinidade — é sobre potência.
Não é sobre parecer legal — é sobre movimentar mercados inteiros.

De onde vêm as collabs?

Antes de virarem estratégia de branding, collabs já pulsavam na cultura pop e na inovação.

• Anos 80: a música já apontava o caminho com parcerias inesperadas — como Michael Jackson + Slash, união que virou referência cultural.
• Moda e lifestyle: Run-DMC + Adidas transformaram um tênis em símbolo urbano.
• Décadas seguintes: collabs como Supreme + Louis Vuitton e Adidas + Kanye West misturaram luxo e cultura de massa, mudando o jogo.

Hoje, collabs estão em todos os setores — de tech a gastronomia:
Netflix + Lacoste, Barbie + Balmain, Heinz + Absolut Vodka.
Elas não só abrem mercados — constroem narrativas globais.

Não é modinha. É estratégia.

Segundo a Wunderman Thompson Intelligence:
• 86% dos consumidores prestam mais atenção em marcas que colaboram.
• 64% as consideram mais inovadoras e confiáveis.

E os resultados falam alto:
• Supreme + Louis Vuitton: +23% na procura.
• Adidas + Gucci: +33% de awareness entre a Geração Z.
• Barbie + 100 marcas: mais de US$ 1 bilhão em receita global.

Mas collab boa tem lastro.

Explosão sem base é fogo de palha.
• Sem propósito estratégico, é barulho vazio.
• O lastro vem da sinergia real entre as marcas, alinhamento de públicos e impacto direto no negócio — seja em vendas, reposicionamento ou expansão.
• Pular essa etapa leva ao hype sem sustância — desgasta a marca e confunde o consumidor.

Collab que funciona tem fundamento e direção. Ela sabe onde quer chegar.

Por que collabs funcionam?

Porque ativam os gatilhos certos no consumidor:

• Pertencimento expandido: dois mundos em um só produto. Um Nike x Dior não é só um tênis — é cultura, status, atitude.
• Novidade com segurança: inovação com a confiança do já conhecido.
• Escassez emocional: edições limitadas disparam FOMO, geram buzz e fidelidade.

Segundo a Nielsen:
• 75% dizem que collabs influenciam mais a compra do que propaganda tradicional.
• Campanhas colaborativas têm 67% mais engajamento nas redes.
• Nostalgia pode aumentar em até 22% a intenção de compra (Deloitte).

Collab é colisão criativa.

Não é sobre juntar logotipos — é sobre colidir narrativas e explodir o mercado:

• LEGO + IKEA: produto virou experiência.
• Netflix + Lacoste: lifestyle geek com sofisticação.
• Balenciaga + The Simpsons: desfile virou fenômeno viral.
• Heinz + Absolut: molho de tomate com vodka que esgotou em dias.

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Lewis Hamilton recria cena de ‘Curtindo a Vida Adoidado’ (1986). — Foto: Reprodução/Instagram; Paramount Pictures

Ferrari + Hamilton + Curtindo a Vida Adoidado

Ferrari é sinônimo de performance extrema. Hamilton, perfeição técnica. E “Curtindo a Vida Adoidado” é leveza e deboche oitentista.
O que acontece quando esses três universos se encontram?
Uma collab com alma, humor e timing. Hamilton encarna Ferris Bueller ao volante de uma Ferrari vintage. Resultado? Uma campanha que desprograma o óbvio e entrega o inesperado.

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Foto: Reprodução/Instagram; Paramount Pictures

Gibson + De Volta Para o Futuro

Quando a Gibson lançou a edição Les Paul inspirada em Back to the Future, não era só um produto — era uma viagem emocional.
Dois ícones se encontraram:
• A guitarra que moldou o som de gerações.
• O filme que moldou a imaginação dos anos 80.

Impacto:
– Edição esgotada.
– Buzz orgânico.
– Reengajamento com fãs e público jovem via TikTok.

Nostalgia como motor

Segundo a Mintel, 73% dos consumidores gostam de marcas que resgatam o passado com uma nova cara.
Outros dados:
• Cultura retrô cresceu 21% em 2023.
• Marcas que usam nostalgia estrategicamente têm 22% mais chances de gerar recompra.
• Posts com estética anos 80/90 aumentam visualização em até 47%.

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Lewis Hamilton recria cena de ‘Curtindo a Vida Adoidado’ (1986). — Foto: Reprodução/Instagram; Paramount Pictures

Collab boa é escolha cirúrgica

Funciona quando há:
• Identidade clara dos dois lados.
• Valores e públicos alinhados.
• Intenção estratégica: reposicionar, expandir ou rejuvenescer.

Collab é uma declaração feroz:
“Eu sei quem sou — e sei com quem posso crescer.”

A maioria fracassa por vaidade, não por estratégia.
Collab é branding em sua forma mais radical.
Não é para quem joga seguro.
É para quem quer atropelar o previsível e dominar o jogo.

Michael e Slash não buscaram conforto. Eles colidiram mundos e criaram o inesquecível.

Collabs não vendem só produtos.
Vendem universos. Movimentos. Identidades.
É marca com marca, mundo com mundo — colidindo com força total.

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