Com a missão de fazer história à frente da bateria da escola de samba carioca Lins Imperial para o carnaval de 2022, o maquiador e hair stylist Johnathan Avelino deixou Goiânia, sua cidade natal, para realizar o sonho de estrear como rei de bateria na Marquês de Sapucaí. Em 2020, quando ele nem imaginava, surgiu o convite para o posto mais cobiçado por passistas femininas, masculinos e musas. Apaixonado por esse movimento popular e sonhador nato, ele não hesitou em aceitar o chamado.
“Imagine um homem estar à frente de uma bateria? Assim como o meu cabelo black é um ato de resistência ser rei de bateria também. É quebrar paradigmas. É fazer um movimento hoje para que 30 anos mais tarde isso seja natural e não motivo de preconceito”, desabafou Johnathan à coluna. Ele também é conhecido como muso das arquibancadas, apelido que recebeu em 2015, durante o desfile da Mangueira, quando um vídeo seu sambando na chuva no setor 11 do sambódromo viralizou.
Na ocasião, o vídeo alcançou 2,5 milhões de acessos. A partir daí os convites para desfilar no carnaval não pararam. “Desde a chegada da pandemia, a comunidade do carnaval sente na pele o peso do fechamento das quadras, a falta de recursos destinadas às agremiações e a alegria que os ensaios transmitem. Por isso não vejo a hora, caso a pandemia permita, do desfile acontecer”, diz ele consciente da situação do país, sabendo que tudo só será feito estando a pandemia controlada.
No carnaval deste ano, a escola desfilará com o enredo: Mussum pra sempris – Traga o mé, que hoje com a Lins vai ter muito samba no pé!, desenvolvido pelos carnavalescos Eduardo Gonçalves e Raí Menezes. John, como é chamado carinhosamente pelos amigos, será um dos poucos reis de bateria. Em 2020 quando o presidente da Lins Imperial, Flávio Mello, anunciou ele como rei para 2021, o que não acorreu por conta da pandemia, outras escolas aderiram a homens à frente da bateria.
Fotos e vídeo: Magaiver Fernandes e Arquivo Pessoal