Menu
Coluna Marcelo Chaves
Coluna Marcelo Chaves

Brasilienses produzem filme de terror candango

Marcelo Chaves

07/09/2016 20h05

Atualizada 09/09/2016 16h25

O cenário é Brasília. O enredo, uma história de terror. O objetivo, ressaltar os talentos brasilenses. Essas são as prerrogativas do filme O Segredo do Parque, da diretora Maria Eduarda Senna, 25 anos, na foto acima. Com pouco incentivo financeiro, mas muita vontade de fazer acontecer, um grupo de Brasília se reuniu para fazer algo inédito: um filme de terror com a cara da capital.

o-segredo-do-parque-foto-felipe-menezes_3

A história mostra um grupo de adolescentes que se reúnem para investigar o desaparecimento de uma das jovens no parque onde ela foi vista pela última vez. Daí para frente, perturbadores acontecimentos transformam a busca em um pesadelo. À primeira vista a descrição pode parecer clichê, mas as sátiras e o tempero brasileiro prometem fazer a trama imperdível. Confira a entrevista que a coluna fez com a diretora do filme, Maria Eduarda Senna:

Como surgiu a ideia para o filme O Segredo do Parque?

o-segredo-do-parque-foto-felipe-menezes_14Foi em 2014. Eu tinha que apresentar um roteiro na faculdade e não sabia como fazer. Me juntei com um amigo (Matheus Leadebal), que gostava de histórias de assassinos, e fizemos um roteiro básico. O professor gostou e disse que dava pra gravar e nos incentivou a fazer algo. Aquela ideia ficou martelando na minha cabeça e a gente ainda tentou fazer algo, mas não saiu e o roteiro acabou ficando engavetado. No final do ano passado, peguei o roteiro novamente e acabei amadurecendo ele. Levei para minha produtora Marina e começamos a dar vida a ele.

Quais foram as principais dificuldades na execução do filme?

Na execução em si, nenhuma. O incentivo financeiro que foi um problema, não conseguimos nada do governo. Tudo que arrecadamos foi por patrocínio, indo de empresa em empresa de Brasília, porque queríamos evidenciar as coisas daqui.

Um dos sets é o Parque Mutirama, em Goiânia. Porque vocês decidiram filmar também lá, ao invés de fazer o filme inteiramente em Brasília?

o-segredo-do-parque-foto-felipe-menezes_11Tentamos contato com o Parque de Brasília mas não receberam a gente bem. Quiseram cobrar um absurdo para gravar e não tínhamos orçamento. Liguei no parque de Goiânia por um acaso e fomos super bem recebidos. Eles ficaram empolgados com a ideia porque quase ninguém olha pra Goiânia no sentido cultural. Eles nos deram todo o suporte possível, e até  segurança, quando ficávamos gravando até tarde.

Quais são alguns dos pontos marcantes e referências de Brasília que os espectadores poderão ver no filme?

Queremos mostrar as coisas do ponto de vista de quem é daqui. Fugir das questões políticas e retratar o que vemos. Há cenas gravadas em partes do Lago Sul, no Parque das Garças do Deck Norte e muita paisagem com os ipês, muito característicos.

o-segredo-do-parque-foto-felipe-menezes_12-1O estilo de suspense e terror no cinema nacional não é muito abordado. O que te inspirou a seguir nesse caminho?

Foi mais um desafio, mas a gente pegou o gancho porque houve um abertura para o estilo, com a série Supermax na Globo e alguns filmes lançados recentemente. Acho que o brasileiro está saturado de filme nacional com favela, tiro e comédia escrachada.

Quais são os planos para depois que o filme ficar pronto? Tentar emplacar no cinema ou inscrevê-lo em festivais?

Ainda estamos analisando as possibilidades, para ver o que vale mais a pena. O que temos certeza é que queremos fazer uma grande exibição com festa, bandas do DF tocando, apresentação das líderes de torcida do Brasilia Extreme (que estão no filme),  englobando tudo para o qual a capital é voltada.

> Confira amanhã entrevista com Thaiane Maciel, uma das protagonistas do filme. 

Fotos de Felipe Menezes

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado