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Coluna Marcelo Chaves
Coluna Marcelo Chaves

Brasileiro faz sucesso tocando na Europa

Marcelo Chaves

08/11/2016 10h22

Flautista e ex-Mister Espírito Santo, Eduardo Rosa deixou o Brasil para conquistar os ouvidos da França. Extremamente talentoso, o jovem ganhou uma bolsa de estudo em uma das melhores escolas de música de Paris e agora faz sucesso por toda a Europa. Conheça mais sobre esse talento: 

Comente um pouco sobre sua trajetória pessoal e profissional.

Foi com sete anos de idade que eu conheci a flauta, em uma pequena escola pública, na periferia de Vitória. Desde então, o instrumento me escolheu. Oriundo de uma família humilde e sem tradições, eu tive apenas a flauta para me levar a horizontes impossíveis, aos olhos humanos. Aos 15 anos de idade eu comecei a ensinar flauta na igreja, bem como aulas particulares. A partir de então,  a música virou parte essencial da minha vida, assim como minha profissão.

edu-rosa-mister-espirito-santo-mister-brasil-2011-www-saradosdobrasil-comCélio Paula foi meu primeiro professor e maestro. Seguidos de Michele Rodrigues e José Benedito, pela Faculdade de Música do Espírito Santo. Após a formação acadêmica, eu ingressei uma carreira solo na música popular. Sendo um flautista à frente de uma banda, algo raro de se encontrar. Portanto, tive a honra de trabalhar com músicos que jamais esquecerei, como: Liana de Castro (piano), João Augusto (bateria), Nelson Gonçalves (Violão), Alexandre Araujo (bandolim), Petterson De Oliveira (pandeiro), Josué Ramos (violão), Bruno Souza (cavaquinho), entre tantos outros que fizeram parte da minha história.

O que te incentivou a ir para a França tocar flauta?

Paris é a capital da arte, da música e da cultura. É o sonho de qualquer artista. Mas no meu caso, eu apresentei um concerto na Aliança Francesa de Vitória, no qual fui presenteado com uma bolsa de estudos. A partir daí, eu me apaixonei pela França.

Você estuda em uma renomada escola de música na Europa. Conte como foi o processo de ingresso e do seu aprendizado.  

eduardorosadivulgacaoEstudo na Escola de Música de Paris “École Normale de Musique de Paris”, a título de aperfeiçoamento. Estudo também do no Conservatório Nacional CRR Issy-les-Moulineaux, em Paris Île de France. O processo de ingresso foi possível através de um ano de preparação com a professora Patricia Nagle de Boston e Mihi Kim da Coréia.

Também através da aquisição de uma flauta profissional e cumprindo estudos diários de 6 horas de técnica. Após o início das aulas, tive o “choque” em me deparar rodeado pelos melhores professores do mundo, bem como os melhores alunos do mundo. Um nível altíssimo, bem mais do que eu esperava. Uma competência e uma seriedade com a música, o que me fez refletir sobre o Brasil, sobre a falta de investimento no ensino, às precárias instalações e a baixa qualidade dos instrumentos.

edu-rosa-wesley-joviniano-www-saradosdobrasil-com-002Que dificuldades você encontrou para se consolidar como artista sendo estrangeiro?

Eu não tive dificuldades por ser estrangeiro. Pelo contrário, o francês abre um sorriso espontâneo quando conhece um brasileiro. Meus shows são sobre o jazz brasileiro, a bossa nova, o chorinho e o samba. Graças a Deus, aonde eu toco, sou sempre muito bem recebido. Tenho meus amigos e meus fãs que me acompanham com muito carinho.

Quais as diferenças entre o mercado musical no Brasil e na França?

edu-rosa-in-concert-as-quatro-estacoes-e-a-cancao-popular-divulgacao-www-saradosdobrasil-com-10A principal diferença entre o mercado musical entre a França e o Brasil é a qualidade da oferta. Por exemplo, para um artista fazer uma turnê ou shows importantes, a qualidade técnica musical precisa ser de altíssimo nível, em todos os sentidos. Da produção ao espetáculo. Isso para todos os padrões e estilos musicais. Outra diferença é o valor dos shows. Na Europa costuma ter um “teto” padrão. Por outro lado, no Brasil, além de inúmeros artistas de extrema qualidade, temos muitos que possuem um corpo bonito e compõe músicas com baixo nível de poesia, podendo ganhar uma verdadeira fortuna. Ou seja, uns ganham muito e a grande maioria ganha muito pouco.

Hoje você se apresenta por toda a Europa. Qual a melhor parte de percorrer tantos lugares? É algo que você sempre sonhou?  

img_9064A melhor parte de tocar em diferentes lugares é a sensação de poder sentir que a música é viva e que não importa o país, a cultura e os costumes. É lindo ver um estrangeiro curtindo de coração, uma música que ele não entende a letra, mas sente a vibração. Desde novo eu sentia que eu “conquistaria” o mundo. Imaginações de infância viraram realidade e eu me sinto muito realizado. Tanto no Brasil, quando na Europa, minhas parcerias musicais são realmente únicas. Fico muito feliz em “cair nos braços” de músicos tão importantes e queridos.

Fotos de reprodução

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