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Coluna Marcelo Chaves
Coluna Marcelo Chaves

A importância dos trava-línguas para a língua portuguesa

Eles estimulam a atenção aos sons da fala, aprimoram a dicção e reforçam a consciência fonológica de maneira lúdica

Marcelo Chaves

17/06/2025 13h00

Atualizada 22/07/2025 9h30

Ensinar os sons das letras é essencial para a alfabetização. Quando a criança compreende que cada letra representa um som — e que esses sons se combinam para formar palavras —, ela dá um passo fundamental rumo à leitura fluente e à escrita autônoma. É esse conhecimento que chamamos de consciência fonêmica, uma base sólida para que o aprendizado aconteça de forma duradoura.

Nesse processo, os trava-línguas são grandes aliados, bem como o seu uso. Com sua sonoridade desafiadora e divertida, eles estimulam a atenção aos sons da fala, aprimoram a dicção e reforçam a consciência fonológica de maneira lúdica. Ao repetir frases com sons parecidos, as crianças afinam a percepção auditiva e ampliam sua habilidade de identificar os fonemas com mais precisão.

Por isso, muitos professores lançam mão dos trava-línguas como recurso pedagógico para trabalhar sons específicos, como o /r/, o /s/, o /l/ ou encontros consonantais. Além disso, é comum estimular que os próprios alunos criem seus próprios trava-línguas, desenvolvendo a oralidade e a leitura, e também a criatividade e o prazer pelo jogo com as palavras.

Transformar o desafio em brincadeira é um caminho eficaz para ensinar — e os trava-línguas mostram que a alfabetização pode ser uma aventura sonora cheia de rimas, risos e descobertas. No Brasil, os trava-línguas fazem parte da nossa cultura popular. Estão nas rodas de conversa, nas brincadeiras de escola, nas famílias e até nas festas. Eles atravessam gerações.

A

• A aranha apressada arma armadilha, atrás da amoreira.

• A abelha amarela ajeita as asas, assopra as antenas e atravessa a alameda atrás de aroma adequado.

• Avestruz atrevido assusta a aranha a abelha e ainda acha a aventura agradável.

B

• Beto bota a bota no banco.

• Bia brinca e balança baldes, faz bagunça e bota a banana na boca.

• Berta borda botões no bolso do Brunão.

C

• Caio come cocada de coco com cacau.

• Clara colhe couve na casa da Cacilda.

• Caio contente come couve com cebola e coentro.

D

• Dona Dalila derrubou o dominó do Dudu.

• O dragão danado deu dez dentadas no doce do Damião.

• Dedo no dado e dado rodado

E

• Ema empinada escapa de espinhos e espalha estampidos esquisitos.

• Eva escala a escada estreita, escorrega e esbarra na estante.

F

• A foca fofa faz folia, firula e foge feliz.

• A família Figueira faz festa farta na fazenda.

• Fada Filó fofoca da foca na fila da feira

Jakeline Nunes

G

• O gorila grandalhão grita, ganha goiaba e guarda gravetos.

• Gaivota grita no galho e ganha grãos da Gabriela.

• Gato, gatuno afia a garra na grade da gaiola. 

H

• Henrique hospeda no hotel e conta histórias aos hóspedes.

• Henrique tem hábito de hortelã.

• O hamster hiperativo do Henrique foge rápido do hall do hotel.

• Hoje tem h, mas em ontem h não há.

I

• Isa e Irineu interpretam hinos intermináveis.

• Isa tem ideias iluminadas, inventa histórias incríveis e tem instrumentos imaginários.

J

• Joca jogou jujuba na janela do João.

• O jornalista Joaquim joga jornal no jardim do Juca.

• O jipe da Juju jogou lama no João.

K

• Caiu kiwi no kimono colorido da Karina.

• A Kombi colorida da Kátia carrega caixas, corre e não capota.

L

• Leo lava o limão e leva a limonada geladinha pra Lívia.

• Lívia leva a luva limpa e lustra as luminárias.

• Lua linda luminosa ilumina lá longe.

Amanda Lima Araújo

M

• A Mila mexe na mala maluca e mistura meias, mapas e miçangas.

• Matias murmura mil maluquices no meio do mato.

• Maia misturou mamão e mel e melou a mão

N

• Nádia dá notícias e não nega nenhuma novidade.

• Noé nota nuvens negras no Norte.

• Nossa! O novelo da Nina tem nove nós.

• Nove navios navegam no Norte.

O

• Olívia olha os ovos, organiza e oferece oito à Otília.

• Ontem Oto olhou a orla e ouviu as ondas do oceano.

P

• O pato Paulo passeia, pula na poça e por pouco não perde o passo.

• Pedro pinta a praça e por pura pressa perde os pincéis perto da ponte.

• Pepe pegou a pipa do Paulo.

Q

• Quero queijo, pão de queijo e até queijo com pão.

• Tem quatro quadros quebrados no quarto da Quitéria.

• Quem do queijo não quer o querido pão de queijo?

R

• O rato roeu a rede e rasgou a roupa do Rui.

• Rápido, o rato rabugento rói o resto da roupa do rei resmungão.

• O ruído da roda resmunga, ressoa e deixa rastro.

Ana Paula Prado

S

• Salada, saladinha, sem salsão e sem salsinha.

• Sérgio, suado, segura seu sapato sujo de solado sambado.

• Selma sapecou sal na saborosa salada.

• O sapo sapeca salta suave e satisfeito.

T

• Tito tropeça o tempo todo no tapete.

• Toda terça Teca tece tapetes e toalhas.

• Tico entrou na trilha e tropeçou na toca do tatu Teobaldo.

U

• Ulisses usa um uniforme ultra colorido com utensílios uteis. 

• O pelo do ursinho Ubaldo está úmido.

V

• Vera vê Vitor vibrar no violão.

• A Vila vibra com os versos variados recitados com violão. 

• A vaca Violeta viva no vale.

W

• Wiliam usa utensílios e faz waffle de uva.

• Wilma e Wanda vestem vestido verde vibrante

X

• A xícara do Xavier está cheia de chá.

• É um charme o xale roxo da vovó do Xande.

• Nesse xote tem Xavier no baixo e Xande no xilofone

• Chega de chacoalhar o xarope, Xênia.

Y

• O yorkshire do Yuri é incrivelmente inquieto.

• Yara insiste em imitar Yasmin na yoga.

Z

• Zeca zela pela zebra do zoológico.

• Zuleica e Zoraide ficam zangadas com a tia do Zé.

• O zebu zanzaia zangado na fazenda do Zezé.

Gilda Maria Carvalho

Foto: Reprodução

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