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Eu plagio… Nós plagiamos…

Arquivo Geral

19/12/2017 12h19

A discussão sobre plágio é travada como uma batalha ferrenha, especialmente no âmbito acadêmico. Mas até no meio jornalístico já deu pano pra manga, com textos copiados “ipsis litteris”. Música, teatro, piada… copiar o outro tem várias vertentes. Quando é plágio e quando não é? Será que se foge disso?

Nada se cria…

Para Lavoisier, “nada se cria, tudo se transforma”. Mas para Chacrinha, “nada se cria, tudo se copia”. Até aquilo que se transforma não vem do nada. E em termos de ideias, escritas ou faladas, alguma forma de síntese, de diálogo, de reflexão daquilo que se conheceu é feita.

Para Bakhtin, um texto é construído a partir de muitas vozes. Quem escreve organiza essas vozes, criando, recriando, deixando que algumas se destaquem, abafando outras e, natural e evidentemente, selecionando os argumentos com os quais mais se identifica.

As características do plágio

O dicionário resume o ato de plagiar como simplesmente uma maneira de apresentar como seu algo que outra pessoa produziu. Pode ser obra literária, musical, acadêmica, etc. Já se chega a considerar plágio uma simples imitação. Mas creio que aí há outras vertentes que não cabe aprofundar aqui. Resumimos plagiar, realmente, a apresentar como sua uma produção, sem ser.

Por extensão, o plagiador é considerado alguém que tem pouca capacidade, por si próprio, às vezes, e, por isso mesmo, tenta obter algum êxito por meio da produção de outras pessoas. Basicamente, ele se apropria da produção de outrem, sem deixar claro que ou se está dialogando com ideia alheia.

Até onde vai a desonestidade

Para levarmos adiante a conversa sobre o plágio como uma atitude fora da lei, devemos observar o mundo ao nosso redor e julgar em que isso nos prejudica. Em primeiro lugar, pensamos, no mundo comercial, em músicas, livros e outras produções artísticas. O plágio das obras gera prejuízo financeiro pra quem efetivamente produziu as obras.

Paralelamente, no meio acadêmico, temos outros problemas que podemos lembrar aqui: a desonestidade científica aponta não somente para a usurpação da produção acadêmica de outra pessoa, mas para a virtual formação e titulação de alguém que não tem capacidade para isso.

A gravidade disso – e a necessidade, para esses incapacitados – verifica-se nas propostas veladas de “melhoro sua monografia”, “digito teses”, “faço revisão de trabalhos”. Não raro, os contatos são para produção completa de sem participação dos referidos “testes de conclusão de curso”.

Esse campo é de conhecimento amplo da Ana Terra. Ela escreveu “Plágio: palavras escondidas” (com Debora Diniz). Com ele você saberá muito mais.

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