Menu
Histórias da Bola
Histórias da Bola

Martim Francisco

Arquivo Geral

23/01/2018 22h09

O Grêmio Olimpico Tiradentes, mantido pelo pessoal da Polícia Militar do DistritoFedral, decidiu apostar em Martim Francisco no comando da sua rapaziada, passado uma temporada após ele ter sido campeão pelo Gama, no primeiro título regional do “Periquitão”.

Martim, na verdade, não estava mais bem. Nem de saúde e nem da cabeça. No Gama, era preciso os dirigentes vigiarem-no, rigidamente. A cada vacilo, com certeza, ele embedava-se.

Pouco depois de sair do Gama, o Taguatinga Esporte Clube foi busca-lo e o instalou, com todo o conforto, em hotel perto do Serejão, onde o seu time treinava. O “Taguá”, no entanto, não o aguentou, por muito tempo. Foi, então, que os rubro-negros candangos foram busca-lo.

Era tarde de 30 de outubro de 1980, quando o Coronel Carlos Joaquim Caradoso Neto, o presidente do “Tira”, o apresentou aos jogadores. Era a quarta apresentação, no mesmo cargo, em times candangos – duas no Gama e uma no Taguatinga. Cardoso e um outro seu grande colaborador de diretoria, o Coronel Joaquim achavam que só os velhos conhecimentos táqticos do velho treinador poderiam salvar a suas noçada do rebaixamento à Série B candanga, com “torneio expulsativo” marcado para começar em 16 de novembro.

Vestido em um agasalho do clube, todo preto, com listras brancas pelos braços, punhos e cintura, Martim Francisco passou a maior parte do seu discurso de apresentação mais falando do Gama do que o que pretendia fazer pelo Tiradentes. Falou de um bi conquistado pelo ex-clube, “após 125 minutos” de luta contra o Brasília Esporte Clube e até do seu taalho à frente ea seleção espanhola de futebol.

– Quando cheguei ao Gama, encontrei 11 estranhos e os apresentei, uns aos oturos. A única coisa que fiz foi pegar um galho de árvore, mandar o goleiro Hélio quebra-lo e depois juntar tudo. Então, eu disse que só a união faz a força. O Gama não podia nem mais empatar um jogo. Com a união, fomos bicampeões – discursou ele, sobre o que jamais aconteceu.

DELIRANTE – Martim Francisco disse, também que, em 35 temporadas como treinador, sempre levantara um canec por onde passara. Olhou vagarosamente o grupo e disse que vários ali já haviam trabalhado com ele (só o goleiro Lúcio Vieira, em seus tempos de Gama).

– Os títulos que conquistei na Europa representam muito mais para o futebol brasileiro do que para mim – disse, delirando, a seguir: “Eu treinava a seleção espanhola, no estádio San Martin, do Real Madrid (na verade, o estádio do clube chama-se Santiago Bernabeu), e os jornalistas não sabiam quem a dirigia. Depois, mostrei a eles que o bom treinador é aquele que não aparece. O que deve aparecer é o trablaho dos atletas”.

Após a sua apresentação, Martim Francisco assistiu a rapaziada rolar a bola, para ele ver quem não era enganador. Passou o tempo todo carregando três bolas de tênis em um saco plástico.

Como era final de temporada, Maretim Francisco pouco ficu com a moçada do Tiradentes. Foi o seu último time. Não dava mais.

MARTIM DOURADO – Eu seus tempos de glória, Martim Francisco conquistou, com o Vasco da Gama, os títulos de campeão arioca-1956, e do Torneios de Paris e Teresa Herrera, ambos em 1957, na Europa; o Brasileiro da Série–B-1971, pelo Vilal Nova-MG; os Estaduais-MG-1951, pelo mesmo Villa Nova, e de 1953, pelo Atlético-MG.

No Brasil, Martim Francisco passou por estes clubes, além dos já citados: Siderúrgica (vice-campeão-MG-1952; América-RJ (vie-campeão-RJ-1954/55); Internacional-RS (vice-campeão da capital gaúcha-1958); Corinthians-SP; Comercial, de Ribeirão Preto-SP; Cruzeiro-MG; Bangu (campeão da Copa dos Campeões Estaduais-1967, em torneio da United League Soccer-EUA); Valeriodoce-MG; América-MG; Rodoviários-AM; CRBrasil-AL; Vasco da Gama, de Passos-MG; Goiânia-GO e Guarani, de Divnópolis-MG.

No exterior, os seus trabalhos foram em: Athletic Bilbao (1958 a 1960); Elche (1964/65); Real Bétis (1965) e Logroñes (1966/67).

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado