Lances muito interessantes que o torcedor não se lembra mais
1 – 1976 – Flamengo e Canarinho se enfrentavam, no Pelezão. No primeiro tempo, o time rubro-negro, chamado por Flamenguinho, pela sua galera, demonstrou mais domínio da pugna, bateu na rede, por intermédio do seu homem-gol Itamar, e seguou o placar por toda a etapa.
No segundo tempo, sem Itamar, contundido, o Flamengo caiu muito e as ações se inverteram. O Canarinho dominou na etapa e chegou a empate, por conta de Belo. Por ali, a sua galera ficou assobiando, imitando o pássaro auri-negros, mas desperdiçou assopros, de graça. A pontaria do time do presidente Manoel Ramos era descalibradíssima, todas as chances de gol criadas eram desperdiçadas, principalmente por Peba, que foi expulso de campo, por reclamações ao arbitro.
Com cada time com um jogador a manos, as ações ficram mais parelhas, mas lá pelos finalmentes da pugna notava-se dois times muito exauridos, um por ter gasto muita energia pretendendo virar o plaar e o outro se matando para se defender. E por 1 x 1 ficou a pugna, com o Canarinho alinhando: Édson; Déo, Ivan, Cruzeiro e Diogo; Paulinho, Robertinho e Belo; Mano (Chiquinho II), Peba e Juvêncio. O Flamengo teve: Arnaldo: Luís Carlos. Miltão, Jaílson e Coco; Israel, Eudo e Chagas; Fernando (Josias), Itamar (Noel) e Rodrigues.
2 – O Flamengo fora formado por militares que serviam no Hospital das
Forças Armadas-HFA. Era totalmente time amadorzão e entrou nas disputas da Federação Metropolitana de Futebol a partir der 1976. Antes do segundo semestre, trocou de nome, para Cruzeiro, porque o HFA ficava no bairro do mesmo nome e seus comandantes, Ribamar e Fernando Baracho, esperavam contar com o apoio da comunidade cruzeirense. O seu principal jogador, o meia Eudo, tinha o apelido de Pudim. Do lado canarinhense, o atacante Peba, considerado o astro do time, mudou de nome, em 1978, passando a ser Paulo Hermes, como havia sido batizado e registrado.
3 – 1978 – O Brasília Esporte Clube, bicampeão candango, não tinha adversários dentro da Federação Metropolitana de Futebol, tal a sua superioridade técnica e poder financeiro lhe garantido pela Associação Comercial do DF. Abusado de tanto bater na turma daqui, o Colorado do Planalto (apelido inventado pelo radialista gaúcho Nílson Nélson e que não pegou) marcou um amistoso com a goiana Anapolina, na vizinha Anápolis.
Rola a bola e o Brasília parecia estar jogando contra seus fracos adversários candangos. Dominava a Xata (apelido das Anapolina) e tinha seu ponta-esquerda Jair Soares entortando quem pintava pela sua marcação, o mesmo fazendo William Mochila, pela direita, em cima e Jorge Timbó, que nem voltou para o segundo tempo. No meio-de-campo, Wel, RaimuNdinho e Ernane Banana ditavam o ritmo de jogo. Dominaram taNto que esqueceram de bater na rede. Pê da vida com aquilo, durante o intervalo da partida, o treinador paulista Dicão (Osvaldo Lembo) mandou esporros pra cima deles e os barrou, embora deixando o Banana, o craque do time, para a etapa final . Além dos três, tirou, também, Edvaldo, por achar que este, quando atacava, não acertava os chutes a gol por falta de capricho.
Pior pra ele. A turma que entrou ficou na mesma murrinhagem e, em seu primeiro ataque, a Anapolina venceu o amistoso por 1 x 0, com gol marcado por Sinomar, que passara todo o primeiro tempo anulado por Edvaldo. O Brasília foi: Paulo Victor; Edvaldo (Manoel), Emerson Braga, Chavala e Santos; Wel Pinho (Capela), Raimundinho (Rogério) e Ernane Banana; William, Ney e Jair Soares. A Anapolina alinhou: Moacir, Eulálio, Deirotti, Toninho e Jorge Timbó (Ferreira); Décio (Ivan), Barão, Raimundinho e Armando (Paghetti); Edinho (Edson), Maurício (Zé Antônio) e Sinomar.