Menu
Histórias da Bola
Histórias da Bola

Evaristo de Macedo

Arquivo Geral

03/09/2017 13h03

Ronaldo “Fenômeno”, Ronaldinho Gaúcho, Rivaldo e Neimar foram grandes ídolos da torcida do Barcelona. Mas houve um outro brasileiro que fez mais: foi ídolo no Barça e no Real Madrid, os dois maiores clubes da Espanha.

Chama-se Evaristo o craque cria do pequeno Madureira, entre 1950/1953, quando o presidente do Flamengo, Gilberto Cardoso, levou-o para ser tricampeão carioca pelos rubro-negros, o que leremos adiante.

Evaristo estava de olho na Seleção Brasileira que disputaria a Copa do Mundo-1958, na Suécia, quando surgiu o interesse do Barcelona pela seu futebol. Entre 1955/1957, ele havia disputado oito jogos, incluídos os dois contra o Peru que valeram a vaga brasileira no Mundial sueco. Desses, marcara oito gols e tornara-se o maior goleador canarinho em uma só partida, o que prevalece ainda hoje – cinco tentos, em Brasil 9 x 0 Colômbia – 23 de maio de 1957 – no peruano Estádio Nacional de Lima, pelo Campeonato Sul-Americano – Gilmar; Djalma Santos, Edson dos Santos, Zózimo e Nílton Santos; Roberto Belangero e Didi; Joel Martins (Cláudio Pinho), Zizinho, Evarist e Pepe foi o time, escalado por Oswaldo Brandão.

A ida para o futebol espanhol acenava com a chance de Evaristo fazer a sua independência financeira, mas isso não lhe era suficiente. Queria a certeza de que seria convocado para a Copa, pois a Confederação Brasileira de Desportos não chamava, na época, atletas que estivessem fora do país. Deram-lhe a certeza da convocação, mas não deu certo. O Barcelona só o liberava após o final do Campenato Espanhol, quando o escrete nacional já estava na Europa, treinando para o Mundial.

Evaristo – aos 83 de idade, tem boa saúde e reside em Ipanema –, por entrevista ao repórter Almir Leite, de “O Estado de São Paulo”, de 2 de abril deste 2017, contou um fato interessante: “Quando foi a Barcelona tantar a minha liberação, o Carlos Nascimento (supervisor da Seleção Brasileira) disse-me que eu iria fazer uma dupla infernal com um ‘escurinho’ que estava surgindo”, Ao indagar quem era, ouviu o nome de um garoto chamado Pelé. “Quemmmm?”, indagou. Jamais tivera ouvido alguém falar da fera.

A outra fera do escrete nacional de 1958, o endiabrado Mané Garrincha, Evaristo conhecia e jogara com o danado durante as duas vezes partidas contra os peruanos, pelas Eliminatórias. Mas, em ambas, Brandão escalara o “Torto” pela ponta-esquerda, pois o titular da direita era o seu colega flamenguista Joel Martins. Por sinal, fora nos jogos contra o Peru que o Barcelona encantou-se por Evaristo, via seu secetário técnico, Josep Samitier.

De família classe média, nascido em 22 de junho de 1933, no Rio de Janeiro, Evaristo de Macedo Filho embolsou a ótima (para a época) grana, de Cr$ 7 milhões de cruzeiros (moeda de então) para trocar de clube, além de um salário impensável no futebol brasileiro (não divulgava). Para um rapaz solteiro, nem se fala – meses depois, voltou ao RJ e casou-se com Norma, que deu-lhe os filhos Evaristo de Macedo Neto, nascido em Barcelona, Maria Marcedes, garota madrilena, e o carioca Luís Augusto, todos registrados como brasileiros.

Foram sete temporadas de brilho (até 1962) pelo Barcelona, conquistando dois campeonatos nacionais, duas Taças Cidades das Feiras (atual Liga dos Campeões da Europa) e uma Copa da Espanha. Marcou 178 gols, em 226 jogos, dos quais 105 oficiais – por este critério, Rivaldo tem 130. No entanto, Evaristo segue sendo o brasileiro que mais foi ao fundo da rede pelo clube catalão.

Segundo Evaristo, em declaração ao repórter Luís Fernando Teixeiras, de www.jornalismosemfroteiras.com.br, ele deixou o “Barça” quando negociava renovação de contrato e queriam que se nacionalizasse espanhol, abrindo vaga para um outro estrangeiro no clube. Como não topou, o Real Madrid entrou na jogada e fez-lhe uma proposta irrecusável. “Eu pretendia voltar ao Brasil, após o final do contrato com o Barcelona, mas apareceu a proposta do Real Madrid que, de jeito nenhum poderia ser recusada. Não houve remédio, senão pedir que a saudade não apertasse tanto o coração. Valia a pena suportar mais dois anos em benefício de um futuro tranquilo…”… falou ao repórete Gérson Moneiro, pelo Nº 299, da “Revista do Esporte”, de 28 de novembro de 1964.

À mesma “Revista do Esporte” citada, Evaristo disse ter saído do Real Madrid porque a saúde do seu pai não era boa e os seus negócios no Rio exigiam a sua presença mais constante. Ao pedir rescisão de contrato, o clube negou-lhe, embora aceitasse dar-lhe licença para vir ao Brasil tratar dos problemas particulares. Depois, o liberou e ainda o premiou, por admiração, com os US$ 20 mil dólares que ele ganharia pelos próximos sete meses de contrato – ele foi o quarto brasileiro a vestir a sua camisa merengue, depois de Fernando Giudicelli, Didi (Valdir Pereira da Silva) e Canário, e ganhou outros dois títulos nacionais.

Na terça-feira 27 de outubro de 1964, Evristo voltou a ser rubro-negro, com o aval do treiandor Flávio Costa, e contratado pelo presidente Fadel Fadel. Como da primeira vez, começou a treinar entre os aspirantes, para voltar à forma. Chegara, conforme o teinador Flávio Costa o considerou ,falando à ”Revista do Esporote”, sendo um “excelente reforço para as pelejas da Taça Brasil-1964”, que o Flamengo disputaria, pela primeria vez, por ter sido o campeão cariocas-1963.

Evaristo assinou contrato por dois anos de dureção, recebendo luvas de Cr$ 3,5 milhões e salário mensal de Cr$ 150 mil, além de passe livre ao final do vínculo.

JUVA – Evaristo já era fera quando defendia o time do Colégio Felisberto de Menezes. Continuou sendo no juvenil do Madureira e chegou a titular do time A aos 18 de idade. Quando Gilberto Cardoso o entregou ao treinador Flávio Costa, este o colocou entre os aspirantes (categoria extinta, formada por reservas). Com a troca de Flávio pelo paraguaio Fleitas Soliche, passou a etrar no time principal, desde 11 de abril, pelo a Torneio Rio-São Paulo-1553, substituindo Adãozinho, no decorrer de Fla 3 x 2 Santos, no Maracanã. Voltu a entrar em campo durante o decorer de mais três partidas, até sair jogando como titular no 0 x 0 São Paulo, no Pacaembu-SP, em 31 de maio.

Começava por ali o sucesso rubro-negro de Evaristo, para alegria de Gilberto Cardoso, que apostara em seu futebol, que crescia integrando um ataque em que se encaixava ao lado de Joel, Maurício, Benitez e Esquerdinha. Jogando em várias posições, até pela ponta-esquerda, ele foi uma das peças mais destacadas da campanha do tri rubro-negro-1953/54/55. Pela decisão de 1955, que entrou por 1956, Evaristo marcou o gol do 1 x 0 América, na melhro de três, com u chute quase do meio do campo, pelo alto, quase raspando o travessão.

Como o América mandou 5 x 1 no segundo jogo, foi preciso um terceiro, em 4 de abri de 1956, assistido pelo presidente Juscelino Kubitscheck. Com três gols de Dida, uma outra aposta de Gilberto Cardoso, o Flmengo ficu tri, pro 4 x 1, com seu ataque sendo Joel, Dudca, Evaristo, Dida e Zagallo.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado