Adaptações dos clássicos dos monstros vez ou outra são lançados por aí, mas nenhum chega a grandiosidade da era de ouro dos filmes como “Frankenstein” (1931), “A Múmia”(1932), “O Homem Invisível” (1933) ou é claro o eterno “Drácula” (1931) protagonizado por Béla Lugosi visto até os dias de hoje como o principal ator a dar vida ao vampiro. A Universal Monsters ou Dark Universe (Universo Cinematográfico dos Monstros da Universal), responsável pelo universo compartilhado de filmes de monstros, tentou fazer reboots das produções, iniciando com “A Múmia” lançado em 2017, o filme acabou se tornando um fracasso, tanto pelo investimento milionário, bilheteria e história.
Com essa mesma pegada de readaptar os tão conhecidos monstros de Hollywood, chega nesta quinta-feira (27) aos cinemas, “Renfield – Dando Sangue Pelo Chefe” protagonizado por Nicholas Hoult e Nicolas Cage como o Conde Drácula.
Renfield (Nicholas Hoult), o leal capanga do temido Conde Drácula (Nicolas Cage), se dedica totalmente a servir o Conde e obedece prontamente todas as suas ordens, incluindo encontrar as presas perfeitas para que o vampiro possa continuar vivendo por toda a eternidade. Porém, após tantos séculos de servidão, Renfield finalmente tem um momento de lucidez e decide que quer deixar seu posto para começar uma nova vida longe do “chefe” – vontade que se intensifica ainda mais quando ele acaba se apaixonando.

O diretor Chris McKay, confirmou diretamente que Renfield tem uma conexão direta ao clássico de 1931, pelo fator nostalgia, já discutido em outras críticas da coluna isso é muito positivo, além de várias cenas marcantes do longa de Tod Browning serem refeitas por McKay. Mesmo com essa ligação favorável para esse novo recorte da história do Drácula e do seu assistente, ainda assim o filme tem alguns problemas, principalmente no roteiro, escrito por Ryan Ridley, ao invés de focar a narrativa em seus personagens já conhecidos, a história se passa nos dias atuais e destaca, o crime, a corrupção da polícia e um possível romance entre Renfield e Rebecca Quincy (Awkwafina), todas essas questões não são boas, e parecem um imbróglio para deixar a trama atual que acabam deixando o filme sem um ponto central.
Outro problema em Renfield, se dá pelo longa ter passado por regravações de diálogos e fica até visível em alguns momentos, que não era essa mensagem que eles queriam passar em certas cenas, essas histórias paralelas que acabam virando principais só demonstram a problemática até para definir o gênero do filme, seria uma comédia, ação, terror ou romance? Os cortes de ação estão muito bons, as sequências de luta dão um up a mais para o enredo relativamente fraco, além do trabalho de maquiagem que está maravilhoso.

O maior acerto sem dúvida ficou para o casting escolhido, Nicholas Hoult como Renfield, faz um trabalho bom, ele convence como esse assistente cansado do chefe tóxico, Awkwafina já é conhecida por outros trabalhos de comédia, ela é cativante em cena, mesmo a história da sua personagem não sendo bem explorada.
O grande destaque fica é claro para Nicolas Cage que é um verdadeiro camaleão em seu histórico cinematográfico, o seu Drácula lembra em vários momentos o de Béla Lugosi com uma pitada de canastrice, ele está sensacional, caso esse universo seja mantido e um novo filme do personagem seja encomendado, Cage é uma ótima escolha para continuar na pele do vampiro.
Conclusão
“Renfield – Dando Sangue Pelo Chefe” é um filme divertido, ele tem sim algumas cenas de mortes um pouco mais pesadas, por isso uma classificação indicativa de 18+, mas é sempre levado na brincadeira pela sua temática focada mais na comédia. Nicolas Cage demonstra mais uma vez que é um grande ator.
Confira o trailer:
Ficha técnica:
Direção: Chris McKay;
Roteiro: Ryan Ridley;
Elenco: Nicholas Hoult, Nicolas Cage, Awkwafina, Ben Schwartz, Adrian Martinez, Shohreh Aghdashloo, Bess Rous, James Moses Black;
Gênero: Comédia de terror;
Distribuição: Universal Pictures;
Duração: 93 minutos;
Classificação Indicativa: 18 anos;
Assistiu à cabine de imprensa a convite da Espaço/Z