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Cinema com ela
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“Eternos”: filme da Marvel inclui diversidade e dilemas éticos

Com personagens, poderes e um Universo completamente novo, “Eternos”, um dos lançamentos mais aguardados da Marvel

Henrique Kotnick

04/11/2021 17h20

Com personagens, poderes e um Universo completamente novo, “Eternos”, um dos lançamentos mais aguardados da Marvel, estreia nos cinemas brasileiros em 4 de novembro.

Confira o trailer

Baseada em quadrinhos com o mesmo nome, a trama gira em torno de 10 seres imortais de aparência humana, chamados “Eternos”.

Eles são enviados ao planeta Terra para proteger a população de outros alienígenas chamados Deviantes, que predam os humanos.

Deuses

Os dois grupos, assim como o Universo inteiro, foram criados pelos Celestiais, seres superiores também conhecidos como “Deuses do Espaço”.

Os heróis, nativos de Olympia, vivem no nosso planeta há 7 mil anos, com o propósito de ajudar os humanos e manter a paz, mas sem afetar o desenvolvimento da civilização.

O grupo esteve presente em diferentes partes do mundo, durante os momentos mais importantes da história humana. Nessa aventura, além de combater os Deviantes, os Eternos também procuram evitar o “despertar”, evento que resultaria no fim do planeta.

Dilemas éticos

Embora tenham poderes com potencial de extinguir guerras e auxiliar no progresso da sociedade, os protagonistas são orientados a não interferir em conflitos humanos. A impotência diante de tragédias acaba afetando psicologicamente alguns dos personagens. Isso contribuiu para desentendimentos entre eles e o desgaste do grupo.

Assim, depois de, aparentemente, terem matado todos os Deviantes, a líder Ajak (Salma Hayek) aconselha o grupo a se separar.

Nos dias atuais, eles estão pelo mundo entre os humanos, construindo vidas comuns, em busca de seus próprios propósitos. Porém, eventos sísmicos e um ataque inesperado fazem com que precisem se reunir novamente.

Únicos e diversos

O foco principal do filme é em Sersi (Gemma Chan), transmutadora que vive como museóloga em Londres. A longa relação dela com Ikaris (Richard Madden) é destacada no decorrer da produção.

Outra personagem de destaque é Duende/Sprite (Lia McHugh), ilusionista que possui a aparência permanente de uma criança.

Ikaris e Sersi. Reprodução: Trailer-YouTube

Na busca pelos outros, o público é apresentado ao alívio cômico, Kingo (Kumail Nanjiani), que se tornou um astro de cinema e a Phastos (Brian Tyree Henry), que constituiu uma família.

Gilgamesh (Ma Dong-seok), Thena (Angelina Jolie), Makkari (Lauren Ridloff) e Druig (Barry Keoghan) são menos destacados, alguns deles têm potencial para serem mais explorados em produções futuras.

O filme conta com atores escalados de diferentes etnias. A representatividade no longa também pode ser enfatizada por incluir minorias como surdos e LGBTQIA +.

A diversidade não para por aí, os Eternos possuem poderes únicos, que são demonstrados de forma clara na narrativa. 

Controvérsias

Para representar tantos poderes diferentes e seres cósmicos, a equipe de efeitos especiais foi crucial na produção. No geral, o trabalho foi bem feito, principalmente nas cenas de luta e com os detalhes em dourado.

Entretanto, em certos momentos do filme, os efeitos na nave foram menos naturais e a utilização de tela verde ficou muito perceptível.

Além das estrelas no elenco, a diretora do longa é a renomada Chloé Zhao, segunda mulher a ganhar um Oscar de melhor direção, por “Nomadland” (2021).

A chinesa é a primeira vencedora do prêmio a comandar um filme de heróis da Marvel. É uma produção muito diferente dos trabalhos anteriores de Chloé, mais independentes.

Não-linear

A história é contada de forma que passado e presente se alternam. Isso possui um propósito narrativo e houve um cuidado para que o filme não ficasse confuso.

No entanto, há momentos de estranhamentos com excesso de reviravoltas. Isso acaba bagunçando a percepção do público, pois os personagens acabaram de ser introduzidos no Universo Marvel.

Recepção e considerações

Mesmo antes do seu lançamento, “Eternos” já recebeu uma enxurrada de críticas por duas cenas presentes nele. Representações do gênero não haviam acontecido anteriormente em filmes da Marvel, o que fez com que as pessoas questionassem se tornariam a obra inapropriada.

A obra foi massacrada pela crítica americana, com a pior avaliação do MCU (Marvel Cinematographic Universe). Porém, o filme cumpre bem o papel de entreter o público, apresentando personagens muito interessantes e cenários deslumbrantes. O potencial deve ser mais explorado em breve, pois as premissas são muito boas.

Apesar de fazer referência a outros filmes do MCU, “Eternos” pode ser compreendido sem conhecimentos anteriores, ele representa uma nova era da Marvel.

As histórias com margem para serem exploradas em futuras sequências e as duas cenas pós-créditos com aparições surpreendentes deixam um gostinho de quero mais. “Os Eternos retornarão”.

Ficha técnica

Elenco: Gemma Chan, Salma Hayek, Richard Madden, Kumail Nanjiani, Lia McHugh, Brian Tyree Henry, Ma Dong-seok, Angelina Jolie, Lauren Ridloff, Barry Keoghan e Kit Harington

Direção: Chloé Zhao

Roteiro: Chloé Zhao, Patrick Burleigh, Ryan Firpo e Matthew K. Firpo

Produção: Kaz Firpo e Jack Kirby

Duração: 2h e 37 minutos

Distribuidor: Marvel/ Disney Studios

Nacionalidade: Estados Unidos

Por Maria Tereza Castro*
* Assistiu à pré-estreia a convite da Espaço/Z

Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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