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Carol Valença e Wendel Bezerra contam bastidores da dublagem de games

Em conversa exclusiva com a GameLife, os dubladores relembram personagens icônicos, compartilham curiosidades sobre o processo de dublagem nos games e encantam o público da VideoGameShow com humor e emoção

Karol Scott Lucena

17/10/2025 14h55

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Foto: Divulgação

Durante a VideoGameShow, em Brasília, conversei com dois dos maiores nomes da dublagem brasileira: Carol Valença e Wendel Bezerra.

Carol é conhecida por dar voz a personagens marcantes como Abby, em The Last of Us Part II, Milio, em League of Legends, além de ser a atual voz de Luffy, protagonista de One Piece. Já Wendel dispensa apresentações — é simplesmente a voz de Goku (Dragon Ball Z), Bob Esponja e Marcus, em Detroit: Become Human, entre dezenas de papéis que marcaram gerações.

Durante o evento, os dois conversaram com a GameLife, compartilhando histórias divertidas e curiosidades sobre o universo da dublagem — especialmente nos games, que exigem técnica, foco e uma boa dose de imaginação.

Carol Valença abriu o papo lembrando o impacto de The Last of Us Part II:

“Estou em luto até hoje pela morte do Joel. No caso, a Carol — porque a Abby, pelo visto, não!”, brincou. “Mas o jogo é incrível, né? O roteiro, a criação… é uma obra-prima. A forma como eles te obrigam a jogar com a Abby pra ver o lado dela na história é muito maneiro!”

Ao comentar sobre o Milio, personagem de League of Legends, Carol revelou uma curiosidade sobre o processo de dublagem:

“Isso foi a galera lá que pediu! Queriam algo mais próximo do registro do Luffy, por ser também um menino. Eu achei muito legal e acho ele muito apelão! E esse nome, Milio? No começo achei que era milho. Fiquei pensando: ‘mas ele é um milho?’. Aí descobri que não tem nada a ver, é só a pronúncia que parece mesmo”, contou, aos risos.

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Foto: Tainara Fernanda

Na sequência, Wendel Bezerra falou sobre a experiência de dar voz a Marcus, o androide revolucionário de Detroit: Become Human:

“Eu não sabia exatamente pra onde a história ia, mas sabia que ele era um androide que começava uma rebelião nessa busca por se humanizar. Foi muito legal de fazer, dava pra sentir a transformação do personagem ao longo do jogo.”

Ele também explicou como é o processo de gravação nos games:

“No game, você não vê nada na hora de dublar, só ouve as vozes e interpreta junto. Mas em algumas cenas, eu pude ver o ator original contracenando, e isso foi muito legal. Era uma filmagem de vários ângulos, e dublar vendo isso foi uma experiência bem diferente.”

Questionado se prefere dublar filmes, séries ou jogos, Wendel foi direto:

“Não tenho um preferido, porque gosto de fazer todos. Mas game é mais difícil. No filme, você vê a cena e interage com o movimento corporal; a história segue em ordem. Já no game, você grava só suas falas, muitas vezes sem nem ouvir o outro personagem. Precisa estar muito focado, com a escuta ativa bem afiada pra fazer um bom trabalho.”

Em clima descontraído, pedimos que ele escolhesse um personagem para “bater” e outro para “abraçar”. A resposta veio com o bom humor de sempre:

“Difícil, porque até os vilões eu acabo gostando deles. Mas eu dublava um cara muito pentelho, o Wayne Arnold, de Anos Incríveis. Ele vivia provocando o irmão dele, então esse eu bateria! Agora, pra abraçar, com certeza o Goku.”

Entre risadas e muita nostalgia, Carol e Wendel mostraram que a dublagem vai muito além das vozes: é emoção, paixão e conexão com o público — e o público da VideoGameShow pôde sentir isso de perto, no palco e fora dele.

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