O mês de outubro mal começou e já trouxe uma bomba para os gamers. A Microsoft anunciou um reajuste nos valores do Xbox Game Pass que deixou a comunidade em choque — e com razão. O serviço, antes celebrado pelo ótimo custo-benefício, teve seu plano Ultimate dobrado de preço e agora custa R$ 119,90 por mês no Brasil, um aumento de 100%.
A nova estrutura de planos inclui o Essential (R$ 43,90/mês), Premium (R$ 59,90/mês) e Ultimate (R$ 119,90/mês). O PC Game Pass também não escapou da alta, subindo para R$ 69,90/mês. Segundo a Microsoft, a mudança busca “oferecer mais valor e benefícios” aos assinantes, com uma biblioteca ampliada e vantagens em jogos como League of Legends e Fortnite.
Na prática, porém, o que era uma proposta acessível para milhares de jogadores se transformou em um serviço quase inviável — especialmente no Brasil. Se o aumento de 50% no exterior já causou revolta, por aqui o reajuste de 100% soa como uma facada no coração do consumidor e, pior, como o fim da acessibilidade aos videogames para muita gente.
Em um país onde o poder de compra já é limitado, um salto tão alto nos preços afasta o público que via no Game Pass uma forma de jogar grandes títulos sem precisar comprá-los individualmente. Para quem dependia do serviço para acompanhar lançamentos, o impacto é direto e doloroso.
Nas redes sociais e fóruns, o sentimento é de frustração. Muitos relataram dificuldades para cancelar a assinatura — o site da Microsoft chegou a ficar sobrecarregado. Outros afirmam que, agora, nem vale a pena assinar por um mês. O desânimo é compreensível: o que antes era um símbolo de inclusão virou um luxo restrito.
Como se não bastasse, um e-mail misterioso enviado pelo Xbox levantou dúvidas sobre a real abrangência do aumento. Jogadores da Áustria, Alemanha e Índia relataram ter recebido mensagens informando que o reajuste não se aplicaria às assinaturas já ativas, afetando apenas novas compras. O suposto comunicado, vindo de um endereço legítimo da empresa, indicava que quem mantivesse a renovação automática ativa continuaria pagando o valor antigo.
A confusão se espalhou rapidamente, e muitos começaram a questionar se o aumento seria mesmo global. Até agora, a Microsoft não se pronunciou oficialmente sobre o assunto — o que só amplia o clima de incerteza. Especialistas alertam os usuários a não clicarem em links suspeitos até que a empresa confirme a autenticidade da mensagem.
Alguns acreditam que o e-mail possa estar relacionado a regras da União Europeia, que exigem aviso prévio e transparência em mudanças contratuais. Outros apostam em um mal-entendido causado por diferenças regionais nos sistemas de renovação. Seja como for, o episódio reforça a sensação de falta de clareza e de cuidado com a comunidade — justamente em um momento delicado.
Diante disso, fica difícil enxergar a decisão como sustentável. Dobrar o preço de um produto que sempre foi símbolo de acesso e inclusão é uma aposta arriscada. O Game Pass, que já foi a porta de entrada para milhares de jogadores conhecerem o melhor do universo dos games, corre o risco de se tornar o oposto do que prometia: um privilégio para poucos.
Se nada mudar, a mensagem é clara — o jogo está ficando caro demais para quem mais o ama.