O clima entre Vinícius Júnior e Xabi Alonso azedou de vez no Real Madrid. A relação descambou para uma convivência tensa, visível em campo e cada vez mais explorada pela imprensa espanhola. O brasileiro, que já foi considerado o melhor jogador do mundo e peça decisiva do clube merengue, não tem recebido o tratamento privilegiado de outros tempos. E isso tem aparecido, de forma clara, no comportamento do atacante.
Nos últimos jogos, Vini protagonizou cenas incomuns até para seu temperamento explosivo. Saiu esbravejando de campo, chutou garrafas e desceu irritado para o vestiário após substituições ou decisões táticas que não lhe agradaram. Em uma das partidas mais recentes, câmeras de televisão flagraram uma fala dele que repercutiu fortemente em Madri. No momento em que Xabi Alonso realizou uma alteração que não envolvia o atacante, a leitura labial registrou o desabafo: hoje nós não queremos ganhar esse jogo. A frase foi interpretada como uma crítica direta às escolhas do treinador e reforçou a percepção de que o ambiente no vestiário está beligerante.
A crise interna coincidiu com a apresentação de Vinícius à seleção brasileira para os dois amistosos desta data FIFA. E, curiosamente, esse embarque foi visto com alívio por setores significativos da mídia espanhola. A explicação é simples: durante alguns dias, Vini estará sob os cuidados de Carlo Ancelotti, figura respeitada por sua habilidade em lidar com estrelas, temperamentos difíceis e jogadores em ebulição emocional. Há quem diga, em Madri, que Ancelotti funciona como uma espécie de paizão para o atacante.
O raciocínio é que um curto período de convivência com o técnico italiano pode devolver ao Real Madrid um Vinícius mais calmo, mais centrado e, acima de tudo, mais funcional no grupo. A esperança, expressa abertamente em programas esportivos e jornais madrilenhos, é que o ambiente mais leve da Seleção e a interlocução mais psicológica de Ancelotti sirvam como antídoto para o desgaste vivido no clube.
