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Vinícius Jr. flerta com um erro que nem Neymar teve coragem de cometer

A briga com o técnico Xabi Alonso é um risco alto demais para o jogador brasileiro 

Marcondes Brito

27/11/2025 5h25

Foto: Javier Soriano/AFP

A boa atuação de Vinícius Júnior na Champions, com duas assistências para Mbappé, serve para acalmar os ânimos no Real Madrid, mas não apaga a impressão incômoda de que o brasileiro está brincando com um jogo perigoso. O talento voltou a aparecer, mas o comportamento continua levantando dúvidas que nenhum drible resolve.

Vinícius sempre foi símbolo de entrega e superação, alguém que subiu à elite com esforço e personalidade. Por isso mesmo espanta vê-lo testar a paciência do maior clube do mundo, como se pudesse medir forças com Xabi Alonso ou empurrar limites que o Real Madrid não admite nem nos seus maiores ídolos. Quem conhece a casa sabe que, ali, ninguém vence uma disputa de poder.

E é aqui que Neymar entra como contraste inevitável. O camisa 10 sempre foi acusado de imaturo, de baladeiro, de disperso, de exagerado. Mas jamais colocou a própria vaidade acima do Barcelona, do PSG ou do Santos. Neymar errou muito, mas nunca errou nesse tamanho. Nunca desafiou uma instituição que o projetou para o planeta. Vinícius está arriscando cruzar um limite que nem o jogador mais errático de sua geração atravessou.

É um movimento que preocupa justamente porque ele não precisa disso. Dentro de campo, como mostrou contra o Olympiacos, sobra talento. Fora dele, falta a mesma lucidez. O Real Madrid já o abraçou nos momentos mais difíceis, quando o mundo assistiu, estarrecido, aos episódios de racismo que ele sofreu. Agora, o contraste entre a formação de ídolo e a postura recente é impossível de ignorar.

Vinícius Júnior tem tudo para continuar sendo o grande nome da nova era do Real Madrid, mas só se entender que não existe estrela maior que o escudo. A vitória em Atenas reacende o brilho do jogador. Só falta reacender o do comportamento. Porque, se seguir alimentando essa ilusão de grandeza, arrisca entrar para a história não como o sucessor natural dos gigantes do clube, mas como quem escolheu desafiar o Real no momento em que menos precisava.

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