O que era para ser uma noite de espetáculo se transformou em um dos episódios mais constrangedores da história recente dos esportes de combate no Brasil. O tão aguardado duelo entre Acelino “Popó” Freitas e Wanderlei Silva não terminou em trocação eletrizante ou nocaute memorável, mas sim em confusão, cabeçadas ilegais e uma briga generalizada que envergonhou o público presente.
Popó, tetracampeão mundial de boxe, acabou declarado vencedor após a desclassificação de Wanderlei, punido por repetidas infrações. Ainda no ringue, o baiano de 50 anos tentou salvar o clima de caos com um pedido de desculpas. “Tomei três cabeçadas, proposital. Isso aqui é boxe, não é MMA. Quero pedir perdão para vocês, vim dar o melhor”, disse, antes de aproveitar para lançar um desafio direto a Vitor Belfort: “Já que você não lutou hoje, vamos resolver isso de frente”.
O combate até começou promissor, com Popó mostrando sua superioridade técnica e castigando Wanderlei com diretos e cruzados. Mas o ídolo do MMA, apelidado de “Cachorro Louco”, não conseguiu se adaptar às regras do boxe e insistiu em estratégias ilegais, como clinches, joelhadas e cabeçadas. As advertências do árbitro não surtiram efeito, e a paciência terminou no quarto round, quando Wanderlei perdeu o terceiro ponto seguido por mais uma cabeçada e acabou desclassificado.
Foi a senha para o vexame. Integrantes das duas equipes invadiram o ringue, e o que se viu foi um espetáculo lamentável: empurrões, socos e uma briga campal diante das câmeras. O ponto mais dramático veio quando o próprio Wanderlei Silva, já derrotado e fragilizado, levou um soco de um membro da equipe adversária e caiu desacordado no centro do ringue.
O evento, que tinha tudo para marcar o reencontro de dois ídolos nacionais em uma noite histórica, terminou em caos, vergonha e descrédito para o esporte. Em vez de aplausos, o público saiu com a sensação de ter assistido a um vexame.