Após a publicação da reportagem sobre o pedido de recuperação judicial do Real Brasília Futebol Clube, o presidente Luís Felipe Belmonte entrou em contato com a coluna para fazer alguns esclarecimentos sobre o processo, que tramita na Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Distrito Federal.
De acordo com Belmonte, o valor da dívida total do Real Brasília é de aproximadamente R$ 8,9 milhões, e não de R$ 48 milhões, como constava na matéria original.
Segundo ele, o número maior apareceu em uma das demonstrações contábeis anexadas ao processo — um gráfico que mostra a evolução das obrigações e despesas do clube entre 2022 e 2025 — e não representa o passivo consolidado, mas sim a soma de despesas acumuladas e projeções de custos operacionais.
A confusão se explica: o documento apresentado ao Judiciário contém um gráfico (reproduzido abaixo) com a indicação de “passivo circulante e não circulante”, no qual se lê que “as obrigações já somam a monta de R$ 48 milhões”.

Contudo, o próprio texto da petição inicial deixa claro que o valor efetivo do endividamento está na faixa de R$ 8,9 milhões, que também é o valor da causa.
Trata-se, portanto, de uma diferença contábil de conceito, não de um erro material no processo ou de omissão de informação.
Belmonte explicou ainda que o Real Brasília não é o primeiro clube do país a ingressar com pedido de recuperação judicial, mas o primeiro a fazê-lo mantendo a estrutura integral dentro da SAF. O Vasco teria sido o primeiro a recorrer.
“Outros clubes, como Vasco, Sport, América de Natal, Santa Cruz e Náutico, já recorreram à recuperação judicial, mas em modelos diferentes, deixando o passivo na associação civil e transferindo apenas os ativos para a SAF. Nós fizemos o contrário: mantivemos tudo junto, de forma transparente”, disse o dirigente.
“Nós não criamos uma nova empresa para deixar o bom de um lado e o ruim do outro. Fizemos a transformação integral e mantivemos todos os compromissos dentro da SAF. O objetivo é reorganizar, adequar os valores trabalhistas à realidade e garantir fôlego financeiro. Em dois anos, estaremos com tudo resolvido”, afirmou à coluna o presidente Felipe Belmonte.
O clube emprega 56 funcionários diretos e segue com suas atividades esportivas normalmente. O processo de número 0797452-75.2025.8.07.0016 foi protocolado no fim de setembro e segue em análise pela Justiça.