A convocação oficial será na próxima segunda-feira, mas a divulgação antecipada da pré-lista já gera debates. O Brasil enfrenta o Chile, no Maracanã, e depois a Bolívia, na altitude de El Alto. É a segunda convocação de Carlo Ancelotti desde que assumiu a Seleção Brasileira, e, como esperado, traz tanto nomes de confiança pessoal quanto algumas apostas surpreendentes.
Dois nomes chamam a atenção de imediato: Éder Militão e Rodrygo. Ambos jogadores do Real Madrid, trabalham diretamente com Ancelotti no clube espanhol e são peças que ele conhece a fundo. A volta de Militão, após longo período de lesão, mostra confiança no zagueiro, enquanto Rodrygo mantém status de protagonista ofensivo no novo ciclo da Seleção.
Entre os nomes, o que mais gera estranheza é o goleiro Gabriel Brazão, do Santos. O jogador, cuja última partida foi marcada por uma goleada sofrida contra o Vasco (6 a 0), aparece como pré-convocado, algo que pode ser interpretado mais como uma aposta de observação do que como premiação por desempenho. A convocação levanta questionamentos: estaria Ancelotti buscando ampliar o leque de opções ou foi influenciado por relatórios internos da CBF?
Outras surpresas incluem laterais de clubes nacionais, Vitinho (Botafogo) e Paulo Henrique (Vasco), e meio-campistas como Danilo (Botafogo) e Marcos Antônio (São Paulo). São nomes pouco cogitados em convocações recentes, mas que reforçam a ideia de que Ancelotti está disposto a testar jogadores do cenário local.
Neymar na lista
A presença de Neymar também chama atenção. Mesmo com trajetória recente marcada por lesões e polêmicas, o atacante reaparece entre os pré-convocados, agora no Santos. Isso sinaliza que, para Ancelotti, a experiência e o talento de Neymar ainda são ativos valiosos para o grupo.
Vinicius Junior é ausência confirmada, por suspensão. O corte abre espaço para novas peças no ataque, onde aparecem Kaio Jorge (Cruzeiro) e Rodrygo. A ausência do camisa 7 do Real Madrid pode servir como oportunidade para observar alternativas ofensivas.
A seleção prévia mostra que Ancelotti pretende mesclar jogadores consolidados no cenário europeu, que ele conhece bem, com nomes nacionais em fase de crescimento ou observação. Ao mesmo tempo, sua escolha por nomes questionáveis, como Brazão, levanta dúvidas sobre critérios técnicos e a real estratégia de renovação.
Em resumo, a pré-lista é um misto de lógica e surpresa: traz retornos previsíveis, apostas arriscadas e a presença de Neymar, que pode tanto agregar como dividir opiniões.
A pré-lista que vazou
• Goleiros: Gabriel Brazão (Santos)
• Zagueiros: Éder Militão (Real Madrid)
• Laterais: Vitinho (Botafogo) e Paulo Henrique (Vasco)
• Meio-campistas: Danilo (Botafogo) e Marcos Antônio (São Paulo)
• Atacantes: Kaio Jorge (Cruzeiro), Neymar (Santos) e Rodrygo (Real Madrid)
