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O Flamengo é bi mundial. Mas, e agora, qual é o futuro dessa geração sub-20?

Segunda conquista mundial consecutiva expõe o contraste entre  os títulos e a revelação de talentos no Flamengo

Marcondes Brito

24/08/2025 10h43

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Reprodução

O Flamengo conquistou neste sábado (23) mais um título de peso para sua galeria: o bicampeonato do Mundial Sub-20, ao derrotar o Barcelona nos pênaltis depois de um empate eletrizante em 2 a 2. Foi uma noite de Maracanã lotado, jogo épico, emoção até o fim. Mas o que precisa ser dito é que, quando falamos de categorias de base, os títulos não são a finalidade. Eles são consequência.

A verdadeira missão da base é revelar jogadores. É formar o próximo Vinícius Júnior — hoje o melhor do mundo, forjado justamente no Ninho do Urubu. É projetar um craque que siga a trilha de Lionel Messi, revelado no Barcelona, que se tornou seis vezes o melhor jogador do planeta. O troféu levanta poeira na sala de conquistas, mas o que realmente importa é o futuro que esses garotos podem construir.

Que fim levou?

Um exemplo ajuda a entender. Exatamente no dia 24 de agosto do ano passado, o Flamengo também foi campeão desse torneio, derrotando o Olympiacos. O curioso é que, daquela equipe campeã, nenhum atleta foi integrado ao elenco principal. Nenhum. O único a “subir” foi o técnico, Filipe Luís, que trocou a condição de ex-jogador por treinador das divisões de base e depois foi absorvido pelo time profissional.

Relembre a escalação do título de 2024: Dyogo Alves; Daniel Sales (Da Mata), Iago, João Victor e Zé Welinton (Jean Carlos); Rayan Lucas, Guilherme (Felipe Teresa) e Matheus Gonçalves; João Alves (Caio Garcia), Shola (Adriel) e Wallace Yan.

Essa constatação expõe uma ferida: se o objetivo da base é revelar, algo não está funcionando plenamente.

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Os últimos títulos da base do Flamengo

O Flamengo hoje é um clube comprador. Gasta cifras milionárias, forma elencos capazes de disputar duas competições ao mesmo tempo, lidera o Campeonato Brasileiro e segue vivo na Libertadores. O resultado é que há pouco espaço para os meninos. Isso contrasta com o passado, quando valia a máxima: “craque o Flamengo faz em casa”. De lá saíram Zico, Júnior, Marcelinho Carioca e uma geração inteira formada no clube.

Nesta vitória sobre o Barcelona, o grande herói foi o goleiro Léo Nanetti, que brilhou nos 90 minutos e ainda defendeu três cobranças na disputa por pênaltis. Além dele, podemos destacar o zagueiro Iago e o atacante Lorran. Ainda assim, não há garantias de que se consolidem no elenco principal.

A vitória do Flamengo é, sem dúvida, espetacular. Mas deve ser vista mais como um convite à reflexão do que como um ponto final. Ganhar é bom, mas revelar é fundamental. Porque títulos de base, por mais comemorados que sejam, se apagam com o tempo. Já o craque revelado fica para sempre na memória do torcedor.

Campeões esquecidos

A história mostra que o funil é apertado. Basta lembrar da Seleção Brasileira campeã mundial Sub-17 em 1997. Um time inteiro que, hoje, caiu no esquecimento — com exceção do goleiro Fábio, hoje no Fluminense e recordista de jogos como profissional, e de Ronaldinho Gaúcho, que virou gênio do futebol. Os demais não passaram da promessa. Confira aí:

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Seleção campeã do mundo sub-17, em 1997

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