O Flamengo fez a sua parte com autoridade: venceu o Red Bull Bragantino por 3 a 0, abriu quatro pontos na liderança e mostrou força de time que cresce exatamente na reta final. Já o Palmeiras, de novo, tropeçou no Allianz Parque. Empatou com o Fluminense, chegou ao quarto jogo seguido sem vencer em casa e perdeu de vez aquele ar de time que controla o próprio destino.
O reflexo disso veio na entrevista de Abel Ferreira — uma das declarações mais derrotistas que ele já deu desde que chegou ao clube:
“Acho que o campeonato está entregue… Na altura certa iremos falar aquilo que foi este Campeonato Brasileiro.”
Quando um treinador diz em público que o campeonato “está entregue”, não é apenas desabafo: é sintoma. Sintoma de um time que perdeu confiança, perdeu ambiente, perdeu o impulso. E tudo isso a uma semana da final da Libertadores.
A grande dúvida agora é:
Abel está jogando uma estratégia para tirar pressão? Ou realmente já jogou a toalha?
Independentemente da resposta, o efeito imediato é claro:
– No psicológico, o Flamengo está na frente.
– Na tabela, o Flamengo está na frente.
– No entusiasmo, o Flamengo está muito acima.
O Palmeiras chega ao jogo mais importante da temporada — a final de sábado — não apenas atrás na pontuação do Brasileirão, mas atrás no astral, na confiança e no discurso. Enquanto isso, o Flamengo vive seu melhor momento do ano justamente quando mais importa.
Se o Brasileirão já parece encaminhado, resta saber qual será o impacto dessa virada emocional no Maracanã, no próximo fim de semana. Porque, neste sábado, quem jogou como campeão foi o Flamengo — e quem falou como vice também.