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O auge e o abismo dos nordestinos no Brasileirão 2025

Este ano, temos cinco representantes do Nordeste na Série A – o maior número desde o início do formato de pontos corridos, em 2003. Mas três deles vão cair

Marcondes Brito

28/10/2025 5h53

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O torcedor nordestino entrou em 2025 com o peito cheio de orgulho. No fim do ano passado, a Série B consagrou as voltas de Sport e Ceará à elite, que se juntaram a Fortaleza, Bahia e Vitória, formando um grupo de cinco representantes do Nordeste na Série A — o maior número desde o início do formato de pontos corridos, em 2003.

Era um feito histórico, celebrado como o início de um novo ciclo de protagonismo regional. Mas a alegria, como se vê agora na reta final do campeonato, parece ter sido passageira.

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As projeções matemáticas do Infobola mostram que três nordestinos estão entre os clubes com maiores riscos de rebaixamento. Sport, Fortaleza e Vitória aparecem entre os que têm as situações mais delicadas, com índices alarmantes — 99%, 86% e 60%, respectivamente. O quarto nome da lista é o Juventude, com 93%, o que reforça o cenário dramático.

O Bahia ainda resiste fora da zona de perigo, mas sem brilho, sustentando sua campanha mais pela regularidade do que por qualquer salto técnico.

Essa disparidade entre o entusiasmo do acesso e a dura realidade da elite mostra como ainda falta lastro estrutural e financeiro aos clubes nordestinos para se firmarem na Série A. O fôlego acaba antes da metade do campeonato, e a luta deixa de ser por espaço no topo para se transformar em desespero pela sobrevivência.

A exceção à regra vem de fora do mapa regional. Dos quatro clubes que subiram da Série B em 2024 — Santos, Mirassol, Sport e Ceará —, apenas o Mirassol mostrou que estava realmente preparado para o salto. Com planejamento, elenco equilibrado e gestão silenciosa, o pequeno paulista desafia os gigantes e aparece no G4, com 2% de chances de título, segundo o Infobola. É pouco, mas é simbólico. Enquanto o Santos de Neymar flerta com o rebaixamento, o Mirassol sonha com a Libertadores.

No topo, um roteiro conhecido

Na parte de cima da tabela, a disputa repete o enredo dos últimos anos. Palmeiras e Flamengo concentram o favoritismo: 50% e 44% de chances, respectivamente, para erguer o troféu de 2025. O Cruzeiro, com 4%, e o próprio Mirassol, com 2%, completam a lista dos matematicamente vivos.

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A disputa é intensa, mas previsível — os dois colossos do eixo Rio–São Paulo, sustentados por investimentos milionários e estabilidade técnica, seguem dominando o campeonato. Enquanto isso, o Nordeste luta para manter a chama acesa em meio a uma estrutura que insiste em deixá-lo no limite entre o sonho e o colapso.

O Brasileirão de 2025, que começou com um recorde histórico, pode terminar com uma estatística triste: o retorno em massa dos nordestinos à Série B. Uma prova de que, no futebol brasileiro, chegar ao topo é possível — permanecer é o verdadeiro desafio.

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