Neymar voltou a ser assunto, e mais uma vez não pelo brilho em campo, mas pela fragilidade que insiste em persegui-lo. Foram sete jogos seguidos pelo Santos — um alento para quem acompanha sua recuperação e um sinal de que, talvez, ele pudesse reencontrar a sequência que sempre lhe faltou. Mas a realidade logo bateu à porta: um edema no músculo da coxa já o tira dos treinos e reabre o debate sobre até onde o corpo de Neymar ainda aguenta as exigências do futebol de alto nível.
É claro que, em alguns momentos, vimos lampejos do craque capaz de decidir partidas. Só que esses momentos se tornaram cada vez mais raros. Sete jogos consecutivos não fazem de ninguém um atleta pronto para a intensidade que se cobra hoje, muito menos quando falamos de Seleção Brasileira, onde a exigência é máxima e a concorrência ainda maior. Neymar mostrou evolução, sim, mas estava longe de ser o jogador que se espera num cenário competitivo de elite.
Enquanto isso, o tempo não para. Estêvão, com apenas 18 anos, já deslumbra no Chelsea; João Pedro brilha na Premier League; e a nova geração brasileira vai abrindo espaço por mérito próprio. Neymar, por sua vez, só mantém viva a esperança de figurar na lista de Carlo Ancelotti por causa do nome. Mas com essa nova lesão, virou uma incógnita.
O drama é que sua trajetória virou uma eterna luta contra o relógio e contra o próprio corpo. O Santos confia em tê-lo de volta no próximo fim de semana, contra o Fluminense. Mas de que adianta voltar sem estar 100%? Em nível de clube, até dá para arriscar. Em Seleção, é diferente: exige regularidade, intensidade e condição plena.
Neymar ainda é um ícone, o maior talento brasileiro pós-Ronaldinho. Mas, a cada nova lesão, sua imagem se distancia da de um protagonista e se aproxima da de um jogador que vive daquilo que poderia ter sido. O craque que encantou o mundo agora parece ser refém do próprio corpo. E o Brasil, que já não pode mais se dar ao luxo de esperar, começa a aprender a seguir em frente sem ele.