Vasco e Corinthians atravessam um caos administrativo raro até para os padrões do futebol brasileiro. De um lado, o cruz-maltino vive a deterioração de sua diretoria – depois da trágica experiência com a SAF que prometia resgatar o clube – e agora está afundando em crise e insatisfação.
Do outro, o Timão não tem presidente efetivo, é comandado por um interino e convive com a ameaça de retorno do dirigente afastado, além de salários atrasados. Ainda assim, ambos estão nas quartas de final da Copa do Brasil e já garantiram 4,5 milhões de reais em premiação. O campeão pode faturar mais de 100 milhões — o que, para Vasco e Corinthians, seria quase tão valioso quanto o próprio troféu.
O Vasco, aliás, virou protagonista de uma inversão de papéis. Na Copa do Mundo de Clubes, foi o único grande carioca a ficar em casa enquanto Flamengo, Fluminense e Botafogo representavam o Rio. Agora, na Copa do Brasil, o cenário se inverte: Vasco, Botafogo e Fluminense seguem na disputa, e quem ficou no sofá foi justamente o Flamengo — o time mais caro e badalado do país.
A provocação também alcança os paulistas: dos quatro grandes, só o Corinthians sobreviveu. Palmeiras, Santos e São Paulo ficaram pelo caminho, e, ironicamente, o único representante paulista é justamente o que vive a maior crise. Vasco e Corinthians entram nesta reta final não só de olho no título, mas também numa chance concreta de salvar as próprias finanças.
O torneio começou com 92 clubes e chega à fase decisiva com apenas oito sobreviventes: Vasco, Botafogo, Fluminense, Atlético-MG, Bahia, Corinthians, Cruzeiro e Athletico-PR. Este último é o único fora da Série A, mas eliminou o São Paulo nos pênaltis. A presença de um time da Série B nesta fase não acontecia desde 2020, com Cuiabá e América-MG.