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Morre José Maria Marin, ex-presidente da CBF condenado por corrupção nos EUA

Marin presidiu a CBF entre 2012 e 2015, período marcado por instabilidade institucional e pelo aprofundamento das investigações internacionais sobre corrupção no futebol

Marcondes Brito

20/07/2025 8h58

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Reprodução

Morreu na madrugada deste domingo (20), em São Paulo, o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, aos 93 anos. O velório está previsto para acontecer ainda hoje, durante a tarde, na capital paulista. A causa da morte não foi divulgada.

Marin presidiu a CBF entre 2012 e 2015, período marcado por instabilidade institucional e pelo aprofundamento das investigações internacionais sobre corrupção no futebol. Foi durante seu mandato que estourou o escândalo da FIFA, que resultou em sua prisão na Suíça, em maio de 2015, numa operação conduzida pelo FBI com apoio da Interpol.

Após ser extraditado para os Estados Unidos, Marin foi julgado e condenado por corrupção, fraude bancária e lavagem de dinheiro. Em 2018, foi sentenciado a quatro anos de prisão. A Justiça americana o acusou de receber propinas milionárias em troca de contratos de direitos de transmissão de torneios da Conmebol e da CBF.

Durante a pandemia de Covid-19, em março de 2020, foi libertado e autorizado a retornar ao Brasil, sob alegação de idade avançada e risco à saúde.

Antes de sua trajetória no comando do futebol brasileiro, Marin teve uma longa carreira na política. Advogado de formação, foi vereador, deputado estadual e vice-governador de São Paulo, assumindo o cargo de governador do estado por nove meses entre 1982 e 1983, após a renúncia de Paulo Maluf. Também presidiu a Federação Paulista de Futebol entre 1982 e 1988.

A imagem de Marin ficou profundamente abalada após sua condenação. Para muitos, ele simboliza uma era de cartolagem marcada por opacidade, favorecimentos e escândalos financeiros no comando do futebol nacional. Ainda assim, manteve influência política e boas relações com ex-dirigentes como Ricardo Teixeira e Marco Polo del Nero, a quem passou o comando da CBF.

Com sua morte, encerra-se um capítulo polêmico da história da entidade máxima do futebol brasileiro — um período em que, fora dos gramados, os dirigentes jogaram pesado, mas longe do fair play.

Em tempo: no decorrer da semana, por coincidência, falamos de Marin aqui na coluna Futebol Etc. Lembramos do episódio em que “guardou” no bolso a medalha de campeão da Copa São Paulo de Juniores, durante a premiação.

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