Enquanto a Itália – quatro vezes campeã do mundo – volta a viver drama nas Eliminatórias, o Brasil atravessou a sul-americana como quem caminha numa esteira lenta. A Azzurra, ausente das Copas de 2018 e 2022, está novamente à beira do precipício: precisa vencer a Noruega na rodada final para tentar o primeiro lugar do grupo e evitar mais uma repescagem. Mas o cenário é quase cruel. A Noruega soma 21 pontos, está 100% na competição e carrega um saldo de gols de 29, contra apenas 12 da Itália. Mesmo vencendo no San Siro, a missão de reverter essa diferença beira o impossível. Na Europa, tradição não abre porta nenhuma.
O contraste com a América do Sul é gritante. As Eliminatórias por aqui já terminaram e o Brasil se classificou mesmo jogando um futebol de quinta categoria. Em qualquer outro continente, correria riscos sérios. Aqui, não. O formato atualizado deixou tudo ainda mais fácil: antes eram apenas quatro vagas diretas; agora são seis, além de uma repescagem. Ou seja: o caminho ficou ainda mais pavimentado para quem não entrega grandes atuações, como foi o caso da Seleção.
A lição europeia, porém, continua válida: Copa do Mundo não recompensa passado, escudo ou nostalgia. A Itália está aí para provar que camisa pesada não sustenta campanha irregular. Se o Brasil quiser voltar a disputar um título mundial, terá que jogar muito mais do que mostrou nas Eliminatórias — porque no Mundial, ao contrário da América do Sul, ninguém se classifica no piloto automático.
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Seleções já classificadas para a Copa do Mundo 2026
Ásia
Austrália, Coreia do Sul, Irã, Japão, Jordânia, Uzbequistão, Arábia Saudita, Catar
África
Marrocos, Tunísia, Argélia, Egito, Gana, Cabo Verde, África do Sul, Senegal, Costa do Marfim
América do Norte e Central (CONCACAF)
Canadá, Estados Unidos, México
América do Sul (CONMEBOL)
Argentina, Brasil, Colômbia, Equador, Paraguai, Uruguai
Europa
Inglaterra, França
Oceania
Nova Zelândia